Capítulo 69

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Pois é, né.

Boa leitura!

~•~

Com todo o atraso causado pelo problema com a água, consegui encontrar um apartamento para mim e Nashi. Ele é maior do que o nosso, mas a ideia de sair do próprio para o aluguel não me agrada nenhum pouco. Bom, não posso fazer nada sobre isso, apenas aceitar e agradecer. Até porque, não será para sempre.

Quem não gostou nada foi minha filha, que tratou de colocar defeitos em tudo, até nas maçanetas. Esse momento é difícil para todos nós, mas sei que é mais para ela, pois as coisas parecem não encaixar. Estamos buscando sempre ser compreensíveis, já que também passamos por momentos em que nos sentimos perdidos.

Mesmo tendo parado de falar comigo e Natsu, Nashi sempre nos busca para ouvir toda a história de novo, ela está mesmo tentando entender os porquês. A questão é: a menina precisa de tempo. Eu sinto que a fase da negação está cada vez mais próxima de passar e nós entraremos em outra. Precisamos apenas esperar um pouquinho mais, mas não posso aguardar para sempre e ela terá que ir, gostando ou não.

"Você ainda não vai falar comigo?" – ouvi fora do quarto.

"Não!"

Suspirei ao ouvir isso.

Por hora, é melhor focar no que está ao meu alcance.

Arrumar mudança é muito chato e trabalhoso. O lado bom é que o novo apartamento já está mobiliado. Apenas fiz questão de comprar uma cama, ou melhor, Natsu comprou o móvel. Sim, apenas um. Enquanto estivermos na fase de adaptação, Nashi continuará dormindo comigo.

— Ela voltou 'pra barraca. – ele disse ao entrar no quarto.

— Resistente, né? – suspirei. — Sabe, eu 'tava pensando… – deixei no ar.

Eu nem sabia como falar isso. Me dói apenas imaginar essa situação, mas talvez seja o melhor.

— Lá vem. – falou.

— O quê?

— Sempre que pensa e deixa assim no ar, sei que é alguma besteira. – revirou os olhos.

— Nem é. – sentei ao seu lado na cama. — Você quer, sabe, fazer uma experiência de compartilhar guarda? 15 dias.

— 'Tá falando sério? – perguntou e neguei. — Desconfiei, mas se você realmente quiser, a gente faz. Claro que eu não me incomodaria de passar 15 dias direto com minha filha, seria ótimo 'pra mim, mas sei que não é isso o que você realmente quer e muito menos ela.

— Eu sei que você 'tá certo. Nem sei o porquê falei isso. – suspirei, encarando minhas mãos.

— Porque isso tem mexido muito contigo. – assenti.

— Pois é. – joguei-me de costas na cama.

Seu corpo logo cobriu o meu e em seguida selou nossos lábios.

Eu e Natsu estamos de volta e isso não foi nada planejado, simplesmente aconteceu. Desde que contamos sobre a mudança a ela, ele tem passado cada vez mais tempo aqui. Uma noite, após Nashi dormir, nós estávamos sentados no sofá, tomando um chá de camomila, e conversando sobre a atual rebeldia da nossa filha. Conversa vai, conversa vem e, no fim, nos beijamos.

***

Aperta meu coração vê-la tão confusa assim e sinto-me incapaz por não poder fazer nada, a não ser observar esse processo.

A Mistura PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora