Capítulo 07

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•Contém palavrões;
•Violência.

~Natsu narrando.

Boa leitura!

~•~

Desde que terminamos de almoçar, Nashi não parava quieta. Falou sobre o filme que assistimos, Tarzan, e emendou outros assuntos, muitas vezes eu não entendia nada.

"Como uma criança tão pequena pode falar tanto?" – me perguntava.

Peguei a louça do almoço para lavar, era o mínimo que eu podia fazer. Abri a geladeira para guardar o suco e percebi que não tinha muitas coisas. 

Não fiquei reparando em nada, mas não sou cego e isso fazia minha raiva aumentar. Não importa como olhe a situação, essa dificuldade financeira que ela enfrenta, isso é culpa minha e dos meus pais. Se eles não tivessem me enganado, tudo seria diferente.

Terminei minha tarefa e saí da cozinha, decidido a resolver as coisas com os mais velhos.

Lucy estava deitada no sofá, com Nashi em cima dela. Era uma linda cena. Minha filha e minha… minha… nada. Antes da viagem, era namorada e agora? Nós não chegamos a terminar, mas não nos falamos durante 3 anos, não acho que ainda possa usar o rótulo "namorado". 

Se a menina não tivesse entrado na cozinha, eu teria dito "eu te amo", porque é o que sinto, mas talvez não seja o momento certo, tem muita coisa acontecendo. Para todos os efeitos, eu sou o homem que a abandonou grávida, não procurou a filha, a fez sacrificar muitas coisas e passar por tudo sozinha.

— Louça limpa.

— Obrigada. – sussurrou e eu percebi que a criança dormia.

— Lucy…

— Eu sei. – suspirou. — Elas estão lá no meu quarto, na mesinha de cabeceira. – fiquei parado. — Pode pegar.

Segurei o porta-retratos que estava ali e sorri ao ver aquela foto. Nashi tinha os lindos olhos da mãe e a cor de cabelo igual a minha. Será que mesmo depois desse tempo longe, eu conseguirei ter uma relação próxima com minha filha? E com Lucy? Melhor deixar de divagar e focar no que precisava fazer. Coloquei o objeto na mesa, peguei as chaves e deixei o cômodo.

Lucy estava de pé e a menina dormindo no sofá. Sorri pequeno e acenei para ela, indo em direção à porta. Na hora de virar a chave, a voz dela soou tão próxima que fez meus pelos arrepiarem.

— Como diz o ditado: "deixa que eu abro, senão você não volta nunca mais". – cobri a boca para abafar a risada.

Passei pela porta e virei, ela encostou no batente.

— Natsu…

— O quê?

— Não exagere. 

— Não posso prometer isso. 

— Eu sei. – suspirou. — É só que eles são seus pais e...

— Eu entendo o que você quer dizer, mas eles me enganaram e privaram do convívio com minha filha. Não foram 3 horas e sim 3 anos inteiros. Além disso, também tem a gente. – me aproximei e coloquei uma mecha de seu cabelo atrás da orelha.

A Mistura PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora