Capitulo 51- O despertar

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Por  Wladis

Respiro aliviado finalmente. Ver meu menino junto comigo aqui na alcateia me deixa muito  confortável, odeio tirar os olhos dele.

Santinele brinca com os lobinhos e seu sorriso está radiante, diferente do menino que anda ao meu lado no reino. Sei que se sente totalmente desconfortável por causa das malditas línguas afiadas. Ser órfão se tornou pecado, doença ... e nao abandono. Os anos passaram e a humanidade fica cada vez pior.

Lembro como se fosse hoje o dia que meu bruxinho chego destinado para mim. Apesar da forma que foi abandonado entendi que era um presente da minha amiga Luna ou talvez da própria divindade.

Foi tanta gritaria na minha cabeça querendo definir o futuro do bebê que estava dormindo sereno no meu colo, que me enfureci e deixei claro que ele era meu e só por cima do meu cadáver tirariam o meu pequeno de mim. Minhas palavras foi lei e naquele dia, Santinele o nome que escolhei se tornou meu primogênito.

Todos os meus dias tristes se transformaram e choros de cólicas de madrugadas, risadas gostosas e febres de dentinhos nascendo. Os anos foi passando e tudo que representava perigo foi tirado do alcance do bebê que eu viva correndo atrás pelos corredores do castelos. Lembrar destes momento me deixa tão contente e na certeza que se morre-se hoje partiria feliz. Ter um filho transforma um homem. Claro aqueles que realmente honra o que possui entre as pernas.

Meu pequeno estava enfurecido e sabia que era seu segundo dentinhos nascendo e por isso fiz uma magia que várias estrelas apareceu no céu e não sei da aonde ele tirou as palavrinhas Ratibu. Achei tão fofo que gargalhei alto ao ponto dele se reprimir e choramingar. Dormiu ouvindo eu ninar e cantando uma musiquinha baixinha em seu ouvido. Isso acalmava ele em seus dias doentinhos.

Até os seis aninhos de idade dormiu comigo e um belo dia, do nada me chamou de pai, foi emocionante que me abaixei e pedi que falasse novamente mais umas das anciãs que deixava claro seu ódio pelo menino o repreendeu e deixou claro que ele ali era apenas um bastardo .

Me levantei tão furioso que peguei ela pelo pescoço e todo seu corpo virou cinza em minhas mãos. Depois deste dias nunca mais Santinele se atreveu a me chamar de pai ou segue dormir comigo. As noites chuvosa de trovões eu corria até ele que estava dormindo encolhido após chorar por horas de medo. Puxava a cadeia e sentava zelando seu sono e ao amanhecer antes dele açorda retornava para o meu quarto.

Suspiro chateado por ter gravado na minha memória a sensação de ter sido chamado de pai. Foi incrível como ter ganhado meu primeiro livro de magia ou até mesmo conjurado o primeiro feitiço. Para um bruxo isso significa o encontro de sua alma. Um enlace do mundo humano com o sobrenatural.

Seguro meu pingente  que carrego no pescoço como um diamante valioso. Revê-lo a foto minha e do meu bebe de quando era apenas uma bolinha branca que eu fazia questão de vestir com casaquinho de pelo. Como Taixila nossa marca registrado sempre foi o luxo de um bom casaco. O dele era preto deixava o tom da sua pele ainda mais branca como a neve. Eu sem dúvidas sou um pai babão, meu bruxinho é lindo.

Aos domingos pegava ele cedo e atravessava os portais e juntos caminhávamos em Paris nas ruas cheias de pessoas. Fazia compra para o quartinho dele e adorava tomar cafe de frente com a fonte que fazia ele ficar encantado pelos pombos, se deixasse corria atrás de um por um.

Mas nem tudo era perfeito. O preconceito de todos por ver um homem preto com uma criança branca em seu braços me deixava irritado ao ponto de querer destruir tudo. Enquanto meu filho era pequeno e não entedia nada consegui manter nossos passeios pelo mundo depois dos seis foi impossível, tudo mudou naquele maldito dia. Eu falhei como pai devia ter colocado limites no meu povo quando ele chegou e não depois que anciã morreu e Santinele se fechou para o mundo.

ENLACE DE CORAÇÕES   (Livro 3) Onde histórias criam vida. Descubra agora