UM

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Josh.

— Foda-se Joalin. — ri desacreditado tentando apoiar o celular em meu ombro enquanto dirigia. — Sério? Um trabalho universitário é mais importante do quê o enterro da sua melhor amiga? Você é inacreditável. — dobrei a rua controlando um resmungo ao notar o pequeno engarrafamento na frente do cemitério. — Eu não vou te buscar. Peça à Sabina. — bufei encontrando uma vaga. — Eu acabei de chegar ao cemitério Joalin. Você tem certeza que quer encher o meu saco? Não? Ótimo. Boa sorte em conseguir uma carona. Não Joalin, eu não vou convencer com a Sabina a te levar. Por que não? Sério isso? Eu não sou uma fada madrinha, resolva seus problemas. — desliguei o carro com a mão esquerda, tirando o celular do ombro com a outra. — Ótimo. Ótimo. Tchau Joalin. — desliguei o celular, abrindo a porta do carro com força e recebendo uma buzinada em repreensão.

Minha amiga morreu. Isso me faz ter um desconto nas multas de trânsito?

Fechei a porta pedindo desculpa ao motorista que me ignorou completamente.

Se eu tivesse tentado atravessar ele me atropelaria só de raiva.

Suspirei estendendo a mão para que o outro carro que passava pela rua parasse para que eu pudesse atravessar.

Na porta do cemitério estavam alguns fotógrafos arrogantes sendo gentilmente contidos pelos seguranças do cemitério que só permitiam a entrada no local para "convidados" pré-estabelecidos.

— Josh. — disse meu nome a ele antes que fosse barrado também.

— Cerimônia fúnebre de...?

— Hina.

Ele marcou algo em sua lista, abrindo o portão para a minha entrada. Caminhei lentamente pelo belo caminho de pedras que me levava para todas as mais diversas extremidades da mansão dos mortos ao chegar em determinado ponto onde os caminhos se ramificavam, escolhi seguir a trilha do meio por longos minutos até chegar até no centro do cemitério.

Em formato de uma enorme circunferência e completamente centralizada em todo o terreno ficavam as várias capelas para a realização de celebrações religiosas ou despedidas, em outras palavras, o velório.

— Josh querido? Por que não apareceu no apartamento dela ontem? — a avó materna de Hina me recepcionou, levando-me até uma das cadeiras de plástico do local.

A sala era pequena, tinha uma mesa com um caixão aberto e disposto, uma enorme cruz marrom atrás do pequeno palco onde a mesa estava e uma porta que eu realmente não imagino para onde deve dar, fora as poucas fileiras de cadeiras na frente do palco.

— Não me senti preparado. — contei segurando a mão da senhora que resolveu acomodar-se em meu lado.

Sempre atenciosa.

— Foi uma despedida mais pessoal, mas todos os seus amigos compareceram. Foi muito emocionante ver como Hina foi querida, mas disso não tínhamos dúvida.

— Eu sinto muito por não ter comparecido. — sorri fraco lhe olhando.

Eu via um pouco de Hina em sua face e isso não é nada bom.

Não para quem acabou de perder uma amiga cedo demais. Uma amiga que teve seus sonhos dilacerados por ela mesma, que destruiu o seu próprio futuro brilhante sem chance alguma de reparo.

TrUtH oR dArE? mErCy!Onde histórias criam vida. Descubra agora