Josh.
— Verdade ou desafio. Sim, eu lembro. — assenti com convicção, sentindo-me incompreensível com a mulher, mas não tem como ser. Simplesmente não tem. Dois dos nossos amigos estão presos injustamente enquanto ela sofre da falta de vergonha na cara em me falar que sabe de tudo desde o início. — Mas não teve nada demais.
— Tem certeza? — sua esperança parecia por um fio e eu realmente não duvido que esteja.
— Não sei? E com você falando assim, ai que eu não sei mesmo. — bati as mãos na calça, arqueando os ombros.
Ela quer me enlouquecer ao ponto de me fazer concordar com ela por pura confusão mental.
— Você não é o mais inteligente de todos, mas era o próximo da lista e por isso eu resolvi te ajudar a descobrir tudo. — ela fala apressadamente, tentando me olhar nos olhos, mas eu me esforço para desviar. Ela está comum demais. Nenhuma das capas que ela costuma vestir todos os dias está aqui. É apenas ela implorando para que alguém se compadeça dela. — Era um jeito de te enrolar e te afastar da situação toda.
— Você tá maluca. — aproximei meu rosto do dela para sibilar da melhor maneira que podia. Esforçando-me para não vacilar em um único segundo.
— Você iria ser preso no lugar do Krystian. — ela soltou sem mais ou menos, deixando meu tórax petrificado.
— Ele se rendeu por minha causa? — franzi o cenho, mas não me movi de onde estava.
— Não. — ela riu nasalada. — Não mesmo.
— Any o que- — tentei argumentar, mas fui interrompido.
— Eu não posso responder tudo o quê você quer saber. É perigoso demais para a sua boca grande. — ela me provocou independente de se o momento não é propício. — O quê você precisa saber você já sabe. Krystian é inocente e vai pagar pela inocência dele. Seu celular está te vigiando o tempo todo. Eu sei de muita coisa e usei isso contra você. — ela deu de ombros enquanto riscava mentalmente os elementos da lista "Coisas que tenho que dizer para desestabilizar o Josh" um por um. — E o Noah sabe de tudo. — ela complementou no tom de quem lembra de algo importante e que havia esquecido.
— ENTÃO POR QUE CARALHOS ELE PRENDEU A SHIVANI E O KRYSTIAN? PARA DE ME ENLOUQUECER GABRIELLY. — berrei enquanto dava largos passos para longe dela, enfiando minhas mãos no jeans. É uma maneira de evitar agarrar a primeira coisa que eu ver. Sinto-me explosivo.
— Ele prendeu a Shivani porque ela é uma vadia. — ela falou alto e sem hesitar, parecia até ter treinado a sua dicção de tanto dizer essa frase. — Já o Krystian, ele prendeu porque apesar de ser o policial mais inteligente de todos os asnos que estão trabalhando no caso, ele não tem todas as informações.
— Faça sentido. — falei com desdém, decidindo que se ela não me falasse agora algo que convencesse, eu sairia pela porta ao lado sem pensar mais de uma vez.
— Ele sabe de absolutamente tudo o quê aconteceu e o quê ele não sabia ele arrancou no interrogatório. — ela começou a contar e eu finquei meus pés no chão, me segurando para ouvir tudo o que ela tinha para falar sobre isso. — Acontece que existe uma diferença entre saber o que aconteceu e saber quem fez tudo acontecer. — ela fala seriamente. — Ele cometeu um equívoco e é isso que nós dois vamos consertar. — Any gesticulou entre nós dois e eu olhei para mim mesmo, rindo baixo. Foi isso que eu construí aos vinte anos de idade? Caos total? — Nem que demore uma vida ou que custe outra. Essa pessoa vai pagar por tudo que está fazendo em Los Angeles e não no inferno.
— Eu... — tentei falar e até mesmo gesticulei em frente aos lábios tentando convencê-los de formular algo coerente, mas nada bom o suficiente vinha em mente.
— Durma aqui hoje e fique com esse celular. — ela puxou um telefone antigo do bolso, me estendendo. — Arrumei um número com SMS ilimitado. Qualquer contato que queira ter comigo e exclusivamente comigo, use esse celular. Eu já salvei o meu número secundário nele. — eu peguei o celular de sua mão, a vendo apontar para o próprio.
Seu telefone secundário é igual o primeiro. Pude notar a diferença apenas pelas capinhas distintas.
— Ok. — concordei girando o celular em minha mão. É antigo mesmo.
— Por precaução só ligue esse celular quando ele estiver longe daqui e não saia com ele se não puder prestar total atenção. Se você não for precavido, ele pode acabar sendo grampeado ou hackeado de novo, e ai fodeu. — ela explicou e eu demorei a raciocinar a gravidade de tudo, o guardando no meu bolso enquanto assentia devagar. Isso é tão louco. Tão difícil de acreditar.
Mas o pior é que eu estou acreditando.
— E o quê fará para provar que eles não fizeram nada? — tornei o meu olhar a Any.
— Temos que provar a verdade. — ela sorriu minuciosamente. — Conversamos melhor sobre isso quando você acordar. — Any deu um passo na minha direção, mas franziu os lábios antes de girar os calcanhares para o corredor. Desistindo de sabe se lá o que ela faria.
Suspirei alto quando finalmente me senti sozinho. Não me sinto seguro, mas sabendo que ainda é melhor do que estar sozinho em casa.
Andei até a cesta que fica ao lado do móvel da televisão, puxando os dois edredons de dentro, usando um para cobrir o sofá e o outro para me embalar.
Pensei em desligar as luzes, mas percebi que ficar com elas ligadas me transmitia uma sensação melhor, menos carregada, logo, deixar a luz acesa foi crucial para que conseguisse descansar — mesmo que despertando de meia em meia hora — até a manhã do outro dia.
Onde pela primeira vez na vida, Los Angeles acordada me trazia mais tranquilidade do que adormecida.
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TrUtH oR dArE? mErCy!
FanfictionUm dia após uma reunião entre amigos, Hina é encontrada morta em seu apartamento. 'All for Hina' se torna o assunto mais comentado do mundo junto a campanhas de prevenção ao suicídio, só que o que ninguém imaginava era que sete dias depois de sua mo...