SEIS

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Josh.

Na manhã seguinte...

— Acredita nisso Josh?

Neguei com a cabeça fingindo realmente entender as coisas que Krystian estava despejando no meu ouvido quando a realidade era bem contrária a isso.

— Eu não tenho a menor ideia de como isso foi acontecer. — ele gesticulou grande e eu cocei meu nariz concordando com a cabeça como se continuasse entendendo o quê ele dizia.

— Muito menos eu. — respondi sarcástico pensando que por ele estar tão imerso em sua ladainha, não perceberia o meu tom.

Por que esse mau humor todo?

Porque depois de três semanas aqui estou eu voltando para o inferno.

A universidade deu uma semana de luto geral para toda a instituição por conta da morte de Hina, ou seja, ninguém teve nenhum tipo de atividade remota ou qualquer outra coisa do gênero.

Ninguém mesmo.

Nem quem nunca ao menos havia cruzado com Hina nos corredores da universidade.

Porém mesmo com o fim do luto geral nem eu e nem os meus amigos voltamos a frequentar a instituição.

Até hoje.

Faltamos quase um mês inteiro e apesar da universidade estar aliviando para nós, ainda é muita coisa perdida.

Ainda mais agora que falta apenas um mês para que as aulas do último período do ano encerrem.

Perdemos praticamente todo o conteúdo para as provas finais e eu não quero nem imaginar que cara e coragem eu vou utilizar para conseguir recuperar as minhas notas baixas do período sem perdê-lo ou pegar dependência.

Mas minha vida acadêmica não está das piores em comparação com o resto.

Só de imaginar o desespero de Heyoon para apresentar o TCC em poucas semanas eu já sinto calafrios pelo corpo inteiro.

Apresentar um trabalho tão importante como esse já não é fácil em dias comuns e saúde mental estável, quem dirá na situação em que nos encontramos agora.

Infelizmente acho que para ela, a faculdade não vai ter como ajudar muito.

— Por que eu tenho a leve impressão de que você não está me ouvindo? — Krystian bateu com força na minha coxa me assustando um pouco.

— Cara, sério? Não tá vendo que eu estou divagando? — gesticulei de maneira aleatória e olhei rapidamente para a sua cara de pau, mas logo voltando a prestar atenção no trânsito.

Ou fingindo prestar.

— Enquanto dirige? Poupe-me Josh. Não sei quem foi o infeliz que te concedeu uma carteira. — ele reclamou, mas eu dei de ombros.

— Sobre o que você estava falando rei? Perdoe-me por ser um mal súdito. — caçoei abrindo a janela do meu lado para colocar o braço para fora.

Eu julgo que a sensação de ter o braço para fora do carro em movimento seja a melhor do mundo.

É uma paz que dinheiro no mundo algum pode comprar.

Ou talvez sim, pois o carro me custou dinheiro.

— No dia que você perder o braço eu vou rir. — ele falou com desprezo virando o rosto para frente.

— Sério que você está sendo maldoso comigo só porque eu não estava prestando atenção nas suas baboseiras? — cerrei os olhos. — Eu já estou sendo bondoso demais em te dar carona Wang. Só aquieta.

TrUtH oR dArE? mErCy!Onde histórias criam vida. Descubra agora