DEZESSEIS (PARTE DOIS)

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ALERTA DE CONTEÚDO: ALGUMAS CITAÇÕES DE "SEQUELAS" DAS CRISES.

Any.

Despertei e não demorei muito para assimilar que ainda estava no sofá desconfortável de Josh, mas logo meus ouvidos perceberam um barulho vindo da fechadura da porta da frente me fazendo pular do sofá, ficando em pé rapidamente.

Caminhei até a porta, mas ela se abriu antes que eu chegasse muito perto. O homem nem me notou ali, na verdade ele só se importou em descontar a sua frustração na porta e acabou por apertar os ferimentos de sua mão, largando a fechadura para praguejar a dor.

Assim que ele se virou para onde eu estava e me viu, seu corpo estagnou onde estava então analisei rapidamente a sua situação.

Nada muito fora do lugar além de lábios trêmulos e a outra mão segurando o pulso da mão machucada enquanto ele fitava a mesma como se aquilo fosse cura-la.

Suas mãos também tremiam bastante e eu sabia que não era pelo frio, sendo assim, me aproximei dele desvencilhando sua mão do seu pulso para observar bem a sua mão machucada.

— Vem. Senta aqui. — o puxei pelo pulso tomando cuidado para não tocar nos machucados e ele me seguiu se acomodando no sofá sem reclamar por isso em nenhum segundo. — Você tem algo que me ajude a cuidar disso? O médico com certeza passou algo melhor na prescrição, mas você nem deu valor a ela.

— No meu quarto tem uma caixa de primeiros socorros na única prateleira, fica em cima da cama. — ele contou com a voz baixa sem parecer a fim de qualquer picuinha naquele momento e eu apenas me afastei, o respeitando.

Caminhei até o quarto dele sem pressa alguma, mas quando cheguei tive que subir em sua cama, ou seja, remover os meus sapatos.

Acredito que até ele tenha que subir em algo quando precisa pegar algo nessa prateleira, é ridiculamente alto e eu acredito que ele só guarde coisas que ele julga desnecessário lá.

Mas o quão irresponsável com a própria saúde ele é para considerar uma caixa de primeiros socorros irrelevante?

Puxei a caixa e a abri com a facilidade, olhando bem tudo que continha dentro dela e jogando tudo o que precisaria para o machucado na cama, devolvendo rapidamente a caixa para o seu devido lugar.

Desci da cama do homem recolhendo tudo o quê joguei ali e voltei para a sala de maneira despreocupada, andando até ele que ainda encarava a sua mão machucada.

Minha língua é maior do quê a minha educação, mas dessa vez guardei qualquer comentário de mau gosto para mim desde que ele estava fazendo o mesmo com os seus.

Eu sabia que se ele havia esmurrado cacos de vidro não havia sido com a sanidade no lugar, logo, se ele não estava a fim de comentários inoportunos não faria sentido ser tão desagradável assim.

Sentei-me na sua frente, no chão, e larguei as coisas que havia trago em meu colo.

Puxei o seu pulso e a partir dai apenas foquei em limpar aquilo.

Olhei a validade do soro que havia pegado e ao ver que ainda estava no prazo o despejei sem avisar nos machucados de Josh que tentou puxar a mão de volta para si, mas eu fiz pressão em seu pulso sem pena alguma para que ele não dificultasse as coisas.

Novamente quis falar algo sobre essa situação, mas silenciei-me.

Soltei o pulso dele quando acabei, pegando o esparadrapo e a pequena tesoura na minha coxa, cortando vários pedaços do mesmo de diferentes tamanhos.

Esse trabalho todo foi feito em silêncio e eu sentia o seu olhar queimar em meu rosto, mas apenas foquei em terminar logo.

Levantei meu rosto e segurei novamente o seu pulso o trazendo para mais perto de mim.

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