VINTE E SETE

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Josh.

Horas depois...

— Bom dia Josh. — Any me cumprimentou poucos segundos após eu abrir meus olhos sem muita coragem. A visão que tive fora a da mulher bebericando algo em uma xícara enquanto se desfrutava de pernas cruzadas à maciez de sua poltrona. — Quer chá? — ela perguntou e eu cocei os olhos com os punhos fechados, assentindo preguiçosamente com a cabeça.

Sentei-me no sofá enquanto a mulher se levantava de onde estava. Caminhando até a porta da caixa de tijolos que ela apelida de cozinha.

Um balcão dividindo seria mais prático, assim como é no loft.

Segundo o relógio acima da televisão é exata sete e meia da manhã, o horário crucial para tomar rapidamente um chá e dar o fora daqui antes que alguém indesejável me veja.

Any voltou pouca coisa depois me estendendo uma xícara diferente da sua e eu prontamente a aceitei, sentindo o líquido quente domar a fluidez do sangue que corre em minhas veias, lembrando-me que estou vivo. Que sobrevivi ao dia anterior e que o que devo fazer agora é fingir até o meu máximo que ele nunca existiu.

Acabei de acordar e já me sinto ansioso. Que bela merda.

— Preciso ir. — falei enquanto me inclinava para colocar a xícara na mesa de centro.

— Claro. — Any compreendeu se levantando da poltrona que havia retornado a se acomodar. — Preciso que faça algo para mim e me traga meia noite. Combinado?

— O quê? — questionei também me levantando do sofá, livrando-me das cobertas.

— Combinado? — ela não quis contar, repetindo o seu pedido.

— Combinado. — respondi derrotado mesmo que dependendo do que ela disser, eu tenho muito a perder.

— Dê um jeito de entrar na sala geral dos professores da faculdade e mexa nos arquivos das turmas de nós onze.

— Dos onze? — Dos onze? Isso é um absurdo. Tive que tombar a cabeça para baixo querendo encontrar resquícios de sanidade na mulher.

— Sim. — ela fez o mesmo movimento provando que sim, é exatamente o que ela quer. — Pegue todas as fichas de inscrição e se certifique de que todas elas foram assinadas por nós, se tiver alguma faltando a assinatura, procure outro documento em que nós mesmos escrevemos o nosso nome.

— E se alguma ficha de inscrição não tiver a assinatura que você quer. Eu devo deixá-la lá?

— Traga do mesmo modo. — ela balançou a cabeça para o lado e eu fiz o mesmo, mas assentindo. Não só em um sentido de subordinação da fala dela, mas também por tentar raciocinar como eu faria isso. Aquela sala sempre está cheia e eu estou ferrado.

— O vigia das câmeras raramente está de fato verificando as imagens. Você vai conseguir fazer isso de uma maneira um pouco mais despreocupada. — ela caminhou por trás do sofá. — E se quer uma dica valiosa: Vá até lá no segundo tempo de qualquer turno. É o horário que a sala dos professores fica completamente vazia. — ela continuou o caminho, abrindo a sua porta de entrada que agora seria de saída. — Agora saia do meu prédio antes que os meus vizinhos o façam antes e te vejam.

— Até meia-noite Any. — passei pela porta depois de conferir os meus bolsos e reunir os cobertores em um só canto do sofá.

— Até meia-noite Josh.

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