ONZE

6.7K 1.2K 3.3K
                                    

ALERTA DE CONTEÚDO: Graves ferimentos são narrados.

Lamar.

— Sav? Sav? Sav? SAVANNAH? — gritei com o telefone mudo.

— DESCULPA! Eu desliguei o áudio porque minha mãe estava me perguntando quem é que está me ligando a essa hora da noite. — ela falou baixo toda a frase, sem contar o "desculpa".

Bufei alto em meu quarto com o quê havia acabado de ouvir sem me importar nem um pouco com o quê Savannah pensaria sobre isso do outro lado da linha.

— Eu estou saindo de casa agora para ir ao Josh. — falei enquanto abria com força a gaveta da cabeceira da cama, vasculhando minhas chaves de casa e a do carro dos meus pais. — Quer vir comigo? Você sabe que ele não tem ansiedade e asma há muito tempo, pelo menos não ao ponto de publicar um pedido de socorro. — falei fechando a gaveta com o quê precisava em mãos e enfiei as chaves de um jeito atrapalhado no meu bolso da calça.

Calça essa que eu vesti mais rápido do que o tempo que Usain Bolt usa para correr um metro.

Fiquei até ofegante.

— Eu não posso ir Lamar, você acabou de notar que a minha mãe deu um show por conta de uma ligaçãozinha, imagine se eu resolver sair essa hora da noite com você para ir à casa de outro garoto. — ela riu nervosamente e eu podia imaginar exatamente a cara desapontada que Savannah deveria estar estampando no seu rosto nesse momento. Era quase sempre esse enterro quando se tratava de sua mãe. — Na verdade, me equivoquei, perdão. Eu não resolveria nada desde que eu não mando na minha própria vida. Eu seria barrada assim que pisasse para fora do meu quarto do pior jeito possível. — pude ouvir seu suspiro cansado atrás da linha telefônica. — O Josh poderia estar comprovadamente morrendo e nós poderíamos ser a última chance dele, mas ela não me deixaria ir com você até o apartamento, loft, sei lá dele.

— Tudo bem então. — suspirei alto com o singelo desabafo da garota. É realmente uma situação insuportável. Eu não faço ideia de como ela aguenta. — Eu... Vou te deixar informada assim que chegar lá, certo? Quando ele melhorar e... Afins. — gesticulei sozinho enquanto andava até a porta do meu quarto, a abrindo.

— Obrigada Lamar.

— Obrigado você por ter me enviado aquela mensagem assim que viu a publicação dele. — agradeci já fora do cômodo.

— Ele significa muito para mim e eu fico um pouco mais tranquila em saber que você irá vê-lo. Sei o quanto é complicado quando isso acontece, já o ajudei em inícios de crises na universidade.

— Não há de quê Sav. Ele é o meu melhor amigo também. — eu sorri largo mesmo sabendo que ela não veria e dei uma rápida corrida até a porta da garagem que ficava na sala de casa, puxando as chaves do carro e da residência do meu bolso, destrancando a porta.

Assim que me coloquei completamente para dentro da garagem tive o cuidado de trancar a casa devidamente e apertar o botão do painel na parede ao lado, abrindo o portão eletrônico que permitiria que eu saísse de casa com o carro.

— Vou indo. — falei no telefone enquanto destravava o carro dos meus pais pela chave dele, me embaralhando um pouco por ter várias chaves na mão.

— Tome cuidado. — foi tudo o quê ela disse no telefone e eu sorri novamente mesmo sabendo que ela não veria, murmurando algo aleatório em concordância com o quê ela havia dito para por fim, retirar o celular de minha orelha e desligar a ligação em meio a suspiros tensos de ambos os lados.

Organizei-me no carro com facilidade, o ligando do mesmo modo.

Assim que os vidros do carro se abaixaram e eu saio o suficiente da garagem, aproveitei para estirar o braço para fora do mesmo numa tentativa de acionar pelo controle o portão automático que tanto abriu como fecharia o portão da garagem.

TrUtH oR dArE? mErCy!Onde histórias criam vida. Descubra agora