Josh.
11:48PM.
Disquei o conhecido número com pressa enquanto trancava o lado de fora da casa. Estava tomando precauções maiores a cerca de janelas e portas, pois estar sozinho em casa não vem me trazendo as mesmas sensações de antes.
Sinto-me um passo mais próximo de ter uma crise de pânico ao ouvir estalos de móveis que antes eu julgava comuns da noite, logo, trancar tudo não se tornou um bom senso, mas uma luta contra a minha paranoia.
Apoiei o celular no ombro, o prensando em meu ouvido enquanto caminhava apressado até o Filho, adentrando-o com uma leve dificuldade.
— Heyyyyyyyy!
Comecei a rir com a voz robótica por trás do celular enquanto colocava a chave na ignição.
Sei exatamente o que ela irá dizer.
— Lembrou que tem namorada?
— Minha mãe sempre pergunta se você lembra que tem um quando eu vou visitá-la. — comentei sinceramente.
Ela realmente pergunta.
— Você é ácido.
Seu tom cretino estava de volta, apesar de resquícios do ser humano alegre que me cumprimentou inicialmente ainda reinar em sua voz. Questiono-me o que ocorreu para tanta alegria essa hora da noite.
— Okay Bry. Eu não tenho muito tempo e só liguei para saber se você conseguiu sair da sala dos professores sem nenhuma mancha no currículo acadêmico.
Ok, não foi só por isso.
— Sim. Enquanto dois lesados corriam atrás de um estudante de Educação Física metido à Traceur. Eu saí tranquilamente da sala e voltei à minha reunião.
— Traceur é quem faz Parkour? — lhe questionei no meio de um riso preso.
— Foi engraçado de lhe assistir pulando as coisas enquanto corre de dois velhos que bebem todo final de semana.
Girei a chave do Filho, batucando o volante com o dedão. Estou em um verdadeiro impasse entre perguntar ou não, sendo assim, resolvi sair logo com o carro, assim chegaria logo até a casa de Any.
— Você está dirigindo ou é impressão minha?
Ela questionou após segundos de silêncio em ambas as linhas.
— Estou. — ri sem graça. — Como sabe?
— Sinto a presença do meu bebê.
— Obrigado Bry. — caçoei mesmo sabendo que não era comigo.
— Não estou falando de você.
— Eu tenho a impressão de que só estamos juntos por causa do Filho. — virei à esquerda.
— É estranhamente bizarro tratar o seu carro como gente, mas eu incrivelmente acho que me apeguei. — arqueei as sobrancelhas mesmo que ela não pudesse ver, mantendo os pneus retos. — Você deveria vir aqui em casa, sabia? Eu nunca lhe proibi disso.

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TrUtH oR dArE? mErCy!
FanfictionUm dia após uma reunião entre amigos, Hina é encontrada morta em seu apartamento. 'All for Hina' se torna o assunto mais comentado do mundo junto a campanhas de prevenção ao suicídio, só que o que ninguém imaginava era que sete dias depois de sua mo...