Any.
Eu odeio Josh Beauchamp.
O odeio ao ponto de sentir minha pele arder com uma simples palavra proferida por ele em uma entonação desgostosa a meu ver.
Simplesmente odeio toda a sua existência e não poder fazer nada contra isso, afastar-me nunca parece ser o suficiente desde que estudamos na mesma universidade, somos ou éramos do mesmo grupo de amigos e eu tenho no fundo um coração bom.
Por isso que agora eu estou onde estou.
No meio de uma oficina fedorenta esperando pela liberação de um carro que eu simplesmente detesto por ter um nome ridículo assim como o dono e outra série de motivos.
Todos esses motivos se encerram e podem ser resumidos com um: "É porque eu odeio Josh Beauchamp".
Porém mesmo assim eu estou aqui.
O quão controverso isso é?
Será que existe uma lei da sociedade delimitando o mínimo ou o máximo disso?
— A chave. — o mecânico finalmente saiu do carro estendendo-me a chave do automóvel que ele havia trago para o lado de fora da oficina, facilitando a minha vida em quatrocentos por cento. — Obrigada por confiar em nosso serviço. — tive de forçar um sorriso para parecer educada antes de entrar no carro, como se realmente tivesse confiado qualquer coisa a ele.
Não é o caso.
Agradeci mentalmente pelo carro ser automático assim que entrei no mesmo e lembrei-me que era eu que teria que dirigir.
Eu não tenho carteira de motorista e aprendi a dirigir na prática quando em um caso extremo tive que me locomover com o meu irmão até o hospital mais próximo.
Meu pai já havia me ensinado o básico em estacionamentos e momentos aleatórios, mas eu nunca havia o feito sozinha e tampouco dominava o volante. Eu realmente aprendi na hora do vamos ver e não recomendo que o façam.
Mas explicando o contexto para que eu pareça menos criminosa ou equivocada.
Apesar de ser perto de onde nós morávamos, eu não podia simplesmente sair carregando o meu irmão pela rua, nem ao menos tinha força para aquilo na época e ele não conseguiria andar sozinho ou com apenas um singelo apoio meu.
Meus pais não recebiam as minhas mensagens desesperadas pela falta de internet da parte deles e eu não ousei ligar mais de uma vez para os meus progenitores, apenas respeitei o fato dos telefonemas terem caído na caixa-postal.
Cogitei na época o fato deles estarem em alguma reunião importante — e descobri posteriormente que estava certa —, mas apesar do assunto sobre o meu irmão ser sério, eu tinha outro recurso para ajuda-lo que não fossem eles.
Que recurso seria esse?
Um carro aberto na garagem junto a uma chave na ignição e um irmão necessitando de ir a um hospital há dois quarteirões da minha casa.
Nunca foi tão fácil resolver uma questão por conta própria.
E é claro que saber que o meu irmão precisava disso deu-me todo o gás e coragem para fazer uma loucura dessas aos dezesseis anos de idade.
Ao menos eu tinha, por lei, idade para dirigir.
E quando se tem um carro automático nada relacionado à direção é realmente complicado.
Basta saber usar o volante e pressionar os pedais corretamente. Tive até que ajustar o banco desde que Josh é mais alto do quê eu, logo, eu não consigo alcança-los com os pés na distância em que estava.
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TrUtH oR dArE? mErCy!
FanficUm dia após uma reunião entre amigos, Hina é encontrada morta em seu apartamento. 'All for Hina' se torna o assunto mais comentado do mundo junto a campanhas de prevenção ao suicídio, só que o que ninguém imaginava era que sete dias depois de sua mo...