INTERROGATÓRIO 3.3

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Diarra Sylla.

Despedi-me de Krystian quando Joalin abriu a porta da sala de interrogatórios, cumprimentando-a cordialmente antes de entrar no local de onde a loira havia acabado de sair.

— Boa tarde Diarra Sylla. Eu me chamo Noah Urrea, sou o chefe da polícia de Los Angeles e irei conduzir o seu interrogatório. — o homem se apresentou e eu o cumprimentei com um assentir.

Sentei-me à única cadeira livre, cumprimentando com um aceno de cabeça um policial ao fundo quando o mesmo retirou, por um aparente milagre, os olhos da tela do computador.

— Cordial. — ele elogiou e eu tive vontade de respondê-lo: "E de poucas palavras", mas eu apenas me permiti um novo aceno. — Onde você estava e com quem você estava no dia da morte de Hina Yoshihara?

O barulho do homem digitando me irritou em um primeiro instante, mas me esforcei para ignorar. Eu não sou das mais simpáticas com quem não tenho intimidade, mas sei que isso pode me complicar nesse ambiente.

— Dormi na casa de Sabina após uma reunião entre amigos. Eu dormi mais especificamente na sala com o Lamar. Nós acordamos juntos e ficamos um tempo lá até irmos embora.

— Foram os últimos a ir?

— Se você considerar que o Krystian fez mais de uma diária lá, sim, nós fomos os últimos a ir embora.

— Então você consegue me dizer com clareza quem dormiu na casa dela e quem foi embora antes?

— Claro. — sorri de uma maneira simpática, mas Noah não parecia se importar. — Mas considere o fato de quê eu dormi um pouco bêbada e alguém pode ter ido embora antes de eu acordar ou ter passado despercebido. — me expliquei antes e Noah não me pareceu difícil. — Eu e Lamar dormimos na sala com a Shivani e a Hina, mas elas foram embora antes de acordarmos.

— Juntas? — ele interrompeu a minha fala.

— Não posso afirmar. — eu disse e ele fez um gesto para que eu prosseguisse. — Krystian dormiu com Sabina no quarto dela. Any e Josh se deram bem pela primeira vez na vida e foram dormir no mesmo quarto enquanto conversavam sobre seres místicos. — contei enquanto prendia o riso tornando o meu tom mais nasal do que o comum. — Joalin ficou de dormir no quarto reserva, mas quando eu acordei, ela não estava mais na casa. Também não me lembro de vê-la indo pra lá... Não posso afirmar sobre.

— É mesmo? — seu tom de voz soou estranho, mas eu não pude identificar o porquê.

— Sim.

— Onde você estava e com quem você estava no dia da morte de Lamar Morris?

— No meu apartamento. Ele fica no centro de LA. — tentei, assim como em todas as outras perguntas, ser o mais específica que podia. Sabia que assim eu teria mais chances de me livrar da polícia mais rápido como meu agente havia exigido.

— Eu sei. — ele contou e eu arregalei os olhos, mas logo tratei de normaliza-los. Lógico que faz algum sentido ele saber. Lógico. Faz, né?

— Bom... — tentei prosseguir. — Eu dormi lá. No meu quarto. — ri um pouco atrapalhada. Não havia mais nada a dizer, mas eu queria contar. — Eu moro sozinha, tenho uma cachorra, mas ela não dorme comigo e não tem como contar que eu realmente estive lá.

— Vocês todos tem animais de estimação?

— A maioria. — pensei, tentando calcular, mas falhei miseravelmente. Exatas nunca foi o meu forte. — Mas Martha, a governanta, vai para a minha casa todos os dias e acho ela pode confirmar que eu estava lá quando o dia clareou. Não sei exatamente quando isso aconteceu. — mordi o lábio inferior. Não tendo coragem de usar a palavra morte.

— Qual era a sua relação com as vítimas? Existia alguma desavença?

— Lamar era o meu melhor amigo. O único com quem eu me dava cem por cento bem. Identificava-me cem por cento sabe? Parecíamos até almas gêmeas ou uma versão minha de outro gênero. Passamos por dificuldades muito parecidas, além de termos opiniões, valores e gostos parecidos e... Somos músicos. A música une pessoas. — sorri ao falar com tanto carinho sobre Lamar. — Já sinto falta dele. — uma lágrima solitária escorreu em meu rosto, mas tratei de seca-la.

— E Hina?

— Éramos colegas não muito próximas. Nós conversávamos pouquíssimas vezes, mas ela não me parecia alguém ruim. Como eu disse... Eu era muito mais próxima de Lamar e das pessoas que ele costumava conversar.

— Está liberada.

Ao ouvir aquilo me levantei da cadeira com o sentimento de que independente de qualquer coisa, eu fiz tudo o que pude fazer no momento.

Agradeci a ambos os policiais, sentindo a atmosfera ruim daquela sala ficar para trás a medida que eu me afastava dela.

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