Josh.
Senti-me completamente em paz assim que meus pés descalços encontraram a enorme faixa de areia da praia de Santa Mônica.
Por ser um dia de semana e fim de tarde a praia não estava muito cheia, apesar de eu achar que seja impossível lotar essa praia, e nós também estávamos em uma parte um pouco mais afastada por conta de Diarra, praticamente no fim da praia.
Mas não importa o lugar. Cada centímetro dos quase seis quilômetros dessa praia é o meu recinto de paz. Eu já devo ter me acomodado em todos eles durante todos os meus anos de vida, em diferentes situações de minha vida.
Essa areia sabe mais sobre a minha trajetória do quê eu mesmo. Espero que ao menos ela se orgulhe do caminho percorrido até aqui.
Heyoon e Diarra andaram na minha frente procurando algum bom lugar quando tinham a areia toda a sua disposição, mas eu apenas estagnei onde estava, assistindo as garotas se afastarem o suficiente de mim.
E aqui estava eu, contemplando novamente a imensidão desse mar pela quarta vez desde que tudo aconteceu.
— Se você estiver em algum lugar e se sentir em paz com isso, por favor, avise-me. — sussurrei para o mar e esperei.
Esperei.
Mas nada veio.
Assim como nas últimas vezes que vim até aqui.
Eu não sei por que tenho algum resquício de esperança com essas coisas, isso não é um filme, eu não deveria nem estar tentando.
Apesar de que talvez seja muito cedo para desistir mesmo que a minha desistência seja uma superstição teoricamente idiota.
Sentei-me onde estava parado, observando as meninas estenderem uma toalha no chão não muito longe e nem muito perto de mim, se acomodando em cima enquanto conversavam de maneira agradável desviando os olhares para mim algumas vezes.
Sei que elas acham que estão sendo discretas dessa forma, mas é uma pena que não seja o caso.
Apoiei meus braços atrás do meu corpo e joguei minha cabeça para trás fechando os olhos e permitindo que as ondas do mar me trouxessem a um estágio de paz, me levando de volta, mesmo que na minha mente, aos bons tempos.
— Você é tão ridículo. — ela se jogou o seu corpo úmido da água do mar ao meu lado, se melando toda de areia de uma maneira muito mais nojenta do quê se estivesse seca.
Mas eu não me importo realmente.
— Ninguém nunca te disse que é teoricamente impossível uma mera aspirante vencer um estudante de educação física em uma corrida?Ainda mais aquática porque o mar te deixa lenta. — sorri verdadeiramente por caçoar ela, sentindo-me mais leve e sem preocupações apenas por estar de bem com a vida ao lado dela e na frente do inebriante mar de Santa Mônica.
— Ninguém te disse que você é extremamente convencido? Foi azar meu ter perdido essa corrida, mas isso não é sinônimo de um triunfo seu. — ela revirou os olhos, deixando-me ainda mais alegre pelo simples e puro prazer de perturba-la.
— É tão difícil assim aceitar que você perdeu? Que é ruim correndo? Ainda mais na água? As suas biografias de filósofos não te ensinam como correr da maneira correta Hina. — toquei em seu ponto fraco.
As biografias de filósofos.
— Eu posso até ter tido a infelicidade perpétua de perder algo para você, mas nunca mais repita que eu sou ruim em algo e tampouco insulte as minhas biografias. Você sabe que eu sou extremamente inteligente e de quebra ainda sou boa correndo. — ela explicava gesticulando como se precisasse me convencer disso.
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TrUtH oR dArE? mErCy!
FanfictionUm dia após uma reunião entre amigos, Hina é encontrada morta em seu apartamento. 'All for Hina' se torna o assunto mais comentado do mundo junto a campanhas de prevenção ao suicídio, só que o que ninguém imaginava era que sete dias depois de sua mo...