12_ Dor de cabeça.

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Noah quase me derrubou para trás quando foi empurrado por Judy, por sorte o mesmo se equilibrou a tempo e me segurou também me impedindo de cair.

Eu percebi que ele iria brigar com a Judy por ela ter feito aquilo, mas ao invés disso, ele ficou olhando pra mim.

Seus olhos encararam os meus me fazendo sentir algo estranho dentro de mim. Um arrepio percorreu a minha espinha e meu estômago revirou de uma forma estranha. Se eu estivesse num livro clichê, diria que estava sentindo borboletas.

Arregalei meus olhos quando ouvi meus próprios pensamentos e dei uns passos para trás para ver se eu voltava a mim mesma.

Noah logo percebeu quando eu fiz isso e se virou para a Judy. Judy, como todos esperavam, sorriu mostrando os dentes como se não tivesse nada haver com a situação.

- Er... oi Jennie! - Judy acenou para mim e deu um passo para dentro da casa.

- Oi Judy. - A respondi e notei que ela segurava um pote fechado em suas mãos. - Er... a Holly ta na cozinha.

- Ok. - Ela sorriu e foi na direção da cozinha depois de fechar a porta.

Ficamos apenas eu e Noah ali perto da porta e um silêncio super constrangedor pairou sobre nós.

- Eu realmente acho que foi desnecessário eu ter vindo. - Noah quebrou o silêncio me fazendo olhar pra ele.

- Ué, por que? - Perguntei curiosa colocando minhas mãos dentro dos bolsos do short que eu usava.

- Isso é praticamente uma noite das garotas. Vocês vão ver uma série de sereia e comendo coisas. A Judy até trouxe brigadeiro. Eu não ligo de participar, mas acho que vocês ficariam mais a vontade se eu não estivesse aqui. - Ele falou calmamente e eu sorri pra ele.

- Você sabe o motivo pela qual elas te chamaram né? - Noah olhou pra mim e riu quando entendeu o que eu quis dizer. - Pois é. Elas não vão te deixar ir embora.

- Então não vamos decepciona-las. - Noah me abraçou de lado e sorriu pra mim.

- Que papo é esse? - Ri do que ele disse e o mesmo começou a andar na direção da sala, obviamente, me levando junto.

Noah não me respondeu, apenas riu.

Nós chegamos a sala onde Tamara estava sentada olhando com um sorriso enorme para nós dois.

- Senta aí, Noah. Vou na cozinha beber água. - Noah assentiu e se sentou no sofá. Antes de ir a cozinha, eu olhei novamente para Tamara que continuava sorrindo pra mim. - Você ta me assustando. Para. - Falei a fazendo rir.

Fui na direção da porta da cozinha e assim que entrei, me deparei com Judy e Holly se beijando na frente do balcão.

Eu dei meia volta na hora e voltei a sala.

- Já bebeu? - Noah perguntou.

- Eu perdi a vontade. - Dei de ombros e fui até o sofá. Me sentei ao lado de Noah e Tamara pegou o controle.

- Eu to com fome e quero assistir logo. O que elas estão fazendo? - Tamara perguntou olhando pra mim e eu virei meu rosto pra ela. Só com meu olhar e minha expressão, Tamara já entendeu o que eu queria dizer. - Ah... quem sou eu pra atrapalhar. - Ela falou num tom de deboche.

Depois de pouco tempo Holly e Judy apareceram na sala com sorrisinhos bobos. Holly segurando a pizza e Judy o tal brigadeiro.

- Pensei que estavam mortas. - Tamara ironizou e Holly mandou língua pra ela.

- Ok, vamos assistir? - Judy se sentou junto de Holly e Tamara soltou a série.

[...]

Acho que não havíamos assistido nem 5 episódios e todas elas haviam dormido. Tamara já estava roncando, Holly havia dormido e Judy também havia dormido, só que no ombro da Holly.

- Não dá pra maratonar nada com elas. - Resmunguei com minha voz baixa e olhei para Noah que forçou um sorriso. Porém logo em seguida ele ficou sério e passou a mão na cabeça. - Ei? O que foi? Ta passando mal?

- Não, eu to bem. Só to com dor de cabeça. - Ele respondeu olhando pra mim.

- Eu acho que tenho remédio lá em cima. - Me levantei deixando a série rolando e fui em direção as escadas. Antes de subir, olhei para Noah e o mesmo se levantou do sofá vindo atrás de mim. - Podia ter falado antes. Eu sempre to com remédio pra dor de cabeça, eu tenho direto e é horrível. Sempre me atrapalhava de estudar.

Abri a porta do quarto e fui direto na minha bolsa. Eu tinha quase certeza de que tinha um remédio ali.

- Eu não costumo ter não. É raro. Mas também quando eu tenho... parece que minha cabeça vai explodir. - Noah resmungou parando na porta do meu quarto.

Eu nem havia ascendido a luz quando entrei no quarto, porém o mesmo que tinha as portas da sacada abertas, estava ilumidado pela lua. Então consegui encontrar o remédio com facilidade.

- Aqui. - Peguei também uma garrafa de água que eu costumo deixar ao lado da cama para beber assim que eu acordasse e Noah veio até mim.

O mesmo pegou um dos remédios da cartela e o tomou. Logo depois ele bebeu da água. Noah me devolveu a cartela de remédios e a garrafa.

Me virei para guarda-los e logo ouvi sua voz.

- Nossa, o quarto de vocês tem uma visão privilegiada. - Ele falou caminhando na direção da sacada que tinha vista para a praia. - O meu quarto só tem visão pro jardim da casa das minhas vizinhas fofoqueiras. - Ele falou me fazendo rir.

- Falando nisso... seu pai descobriu que você bateu naquele cara? - Perguntei me aproximando dele e parei ao seu lado.

- Sim. - Noah riu. - E como eu disse, minhas vizinhas aumentaram a história todinha. Segundo elas eu bati nos cinco caras. - Ri do que ele disse. - Ah, e tem mais! Elas disseram que eu espanquei tanto eles que um deles foi pro hospital com a clavícula quebrada.

- Sério?? - Ri mais.

- Aham. Meu pai soube que era exagero por isso. Ele sabe que eu detesto violência. Da onde que eu consigo quebrar a clavícula de alguém? - Ele falou rindo.

- Mas o que ele disse?

- Depois que eu expliquei o motivo pela qual eu bati nele, meu pai entendeu. Segundo ele, ele faria o mesmo. - Ele falou com um sorriso.

- Eu também teria feito se você não tivesse me impedido. - Dei de ombros sorrindo convencida.

- O Beck não vale a pena. - Noah balançou a cabeça de um lado para o outro. - Ele... sei lá. A idéia de diversão dele é tão idiota! Ele é o que mais polui a praia.

- O que será que se passa na cabeça desse tipo de gente? Se eu descobrir onde ele mora, eu vou entupir a casa dele de lixo pra ver se ele gosta. Palhaçada. - Reclamei cruzando meus braços.

Noah riu do que eu havia dito e olhou pra frente.

- Jennie? - Noah me chamou. - Por que eu me sinto assim com você?

- Assim... como?

- Bem. Você melhora meu humor e até me fez esquecer da dor de cabeça. Eu nem reparei quando ela passou. - Ele sorriu pra mim. - Eu mal te conheço mas me sinto bem com você.

Se eu tivesse coragem, eu diria que sinto a mesma coisa.

●●●
Continua...

Naquele VerãoOnde histórias criam vida. Descubra agora