37_ Dando o troco.

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Noah e Cole me deram uma carona até a tal confeitaria e eu prestei bem atenção para conseguir me lembrar do caminho depois.

Para minha sorte, não era longe.

- Toma cuidado, minha linda. - Noah falou antes que eu saísse do carro. - Me manda uma mensagem quando chegar em casa, ok?

- Ok. - Sorri para o mesmo e ele segurou meu rosto me dando um beijo.

- Aí Jennie, se precisar de dicas de como se vingar do Noah... estou ao seu dispor. - Ele falou com um sorriso e eu sorri maleficamente para o mesmo.

- Bom saber. - Olhei para Noah e ele se encostou no banco, colocou as mãos atrás da cabeça de forma despreocupada e sorriu convencido. - Até mais tarde.

Noah me mandou um beijinho e eu saí do carro.

Subi na calçada observando a fachada amarela devido aos girassóis desenhados e não demorou muito para que eu sentisse o doce cheiro de massa de bolo.

Meu sorriso se abriu, meu estômago roncou e eu entrei na loja já olhando os bolos prontos que haviam ali. Eu precisava encontrar um daquele jeito que eu havia pensado. Como eu disse, minha barriga é burguesa e pede coisas específicas.

Acabei não encontrando nenhum da forma que eu queria e fui na senhora que estava atrás do balcão.

- Bom dia. - Falei sem nem saber se já passavam do meio dia. Mas provavelmente ainda não. Noah havia me feito acordar cedo pra caramba.

- Oh, bom dia, mocinha. - Ela sorriu de forma simpática e de repente começou a apertar os olhos olhando pra mim. Logo depois ela caminhou até uma mesinha, pegou uns óculos e os colocou no rosto. Não demorou muito e a mesma olhou pra mim. - Minha filha, quem fez isso com você??

Eu fiquei confusa com a reação dela até me lembrar que eu estava azul.

- Ah... Foi o No... - Parei de falar. - O idiota  do meu namorado.

- Ele fez isso com você? Mas por que? É moda? - Ela perguntou me fazendo rir.

- É porque ele não bate bem da cabeça. - Respondi rindo. - Mas, os únicos bolos que tem são os que estão ali?

- Sim, querida. - Ela respondeu. - Por que? Nenhum te agradou?

- É que eu queria um específico, sabe? De baunilha, recheado com muito chocolate e morango. - Falei já desanimada por nao ter ali.

- Ah sim! - Ela sorriu e foi na direção de uma porta. - Bety? Ainda tem bolos de baunilha?

- Sim senhora! - Ouvi uma voz feminina vinda de lá de dentro. - Acabou de sair um do forno.

- Ah que belezura! Recheie com bastante morangos e chocolate, ok? - Ela falou com um sorriso fofo. - Prontinho, querida. Só esperar uns montinhos.  E vai estar quentinho pois acabou de sair do forno.

- Obrigada! - Sorri para a mesma. - A senhora é muito atenciosa.

- Obrigada. - Ela sorriu de volta e eu me sentei num dos bancos coloridos que tinham ali.

Eu acho que não fiquei ali nem cinco minutos direito e uma moça logo saiu de dentro daquela porta segurando uma embalagem quadrada linda. Era de papel e a parte de cima era um plástico transparente para que pudesse ver o bolo.

E estava lindo. Não via a hora de poder comer metade dele e dar o resto pras garotas.

Eu paguei o bolo, agradeci às duas e saí da confeitaria tentando me lembrar para onde era a casa.

Acabei achando o caminho da direita mais familiar e segui por ele. Graças a Deus, eu estava certa. Não demorei muito a chegar em casa.

Assim que entrei com o bolo, logo vi Holly, Tamara e Judy sentadas na frente do notebook de Holly.

Holly estava mexendo em algo, Tamara olhava para a tela e Judy parecia uma pilha de nervos.

- O que ta rolando? - Perguntei tirando meu sapato com meus próprios pés pela parte de trás e fui na direção da cozinha deixar o bolo sobre a mesa.

- O resultado da inscrição da Judy sai hoje. - Holly respondeu.

- Inscrição? Daquele desfile de moda? - Deixei o bolo sobre a mesa e voltei para a sala indo até elas.

- Uhum. - Judy respondeu roendo uma das unhas.

- Calma, Judy. - Ri da mesma. - Vai dar um treco desse jeito. - Me sentei ao lado dela.

- Eu to muito nervosa. - Judy tremia a perna e batia um de seus pés no chão frequentemente. - E se eles não gostarem? Eu sei que as fotos ficaram maravilhosas graças à minha coisinha linda aqui. - Ela bagunçou o cabelo da Holly. - Mas... e se não me acharem bonita o suficiente? Se acharem meu nariz muito grande ou meus olhos muito separados ou... - Holly se virou para ela e a interrompeu.

- Para Judy, você sabe tanto quanto eu que você é perfeita! Não fale assim de você. - Holly falou a encarando e Judy sorriu sem jeito. A mesma se inclinou e deu um selinho em Holly. 

- Ai vê logo o resultado que até eu to curiosa agora. - Tamara sorriu animada e Holly finalmente abriu o site.

- Consegui! - Holly sorriu e Judy se levantou de repente.

- Eu não quero ver! - Ela correu para o outro lado da sala e olhou para nós.

Eu e Tamara nos inclinamos para frente para ver a tela enquanto Holly descia devagar vendo as fotos das garotas selecionadas. Muita garota bonita.

Depois de descer umas cinco fotos, apareceu a foto da Judy.

- Eu não disse? - Holly sorriu para nós e Judy nos olhou ainda roendo as unhas.

- O que foi?? - Ela perguntou e nós nos entre olhamos.

- Você ta aqui! - Nós três falamos juntas e pude ver perfeitamente Judy passar de nervosa para surtada. A mesma começou a pular e comemorar que nem uma louca. Logo depois veio até nós para ver a foto.

- Ai... cara! Eu vou chorar. - Judy falou com um grande sorriso. - Mano isso é meu sonho cara... eu... - Os olhos dela começaram a ficar vermelhos e Holly se levantou para abraça-la.

Nós comemoramos junto de Judy depois da mesma finalmente acreditar que aquilo estava acontecendo e, acabou que o bolo que eu havia comprado serviu pra isso.

Depois de nós comermos o bolo e eu guardar um pedaço para Noah, comecei a pensar em um jeito de me vingar dele ter me pintado de azul.

Foi quando uma ideia surgiu na minha mente.

Não seria algo do tipo, pimenta na comida, balde d'água ou vinagre na geladeira. Seria diferente.

- Judy?? - Chamei pela mesma que estava sentada no sofá. - Me leva até sua casa por um instante? Preciso fazer uma coisa.

- Claro. - Ela assentiu e se levantou do sofá.

Antes de ir com ela, peguei uma caneta preta permanente e sorri imaginando como ficaria.

Judy me levou até sua casa que ainda estava vazia e eu fui direto para o quarto do Noah.

- O que vai fazer? - Ela perguntou me seguindo.

- Dar o troco. - Sorri para ela e assim que entrei no quarto dele, sorri novamente ao ver sua prancha.

Peguei a mesma, coloquei no chão e comecei a escrever o nome várias e várias vezes pela prancha toda. Não sei se sairía, mas ele teria que andar com uma prancha coberta com o meu nome por um bom tempo.

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Continua...

Naquele VerãoOnde histórias criam vida. Descubra agora