Naquele Verão

13_ Vai subir na prancha dele é?

Não, eu não tive coragem pra dizer. Os olhos de Noah, que agora parecia tão calmo e sereno olhando pro mar, me intimidavam e não me permitiam dizer que eu também me sentia bem com ele.

O que foi realmente esquisito pra mim. Eu nunca tive dificuldade de dizer o que eu penso. Mas não me importei. Eu conheci o Noah ontem, não tenho a obrigação de ficar falando o que sinto pra ele.

Depois de nossa " conversa " ali no quarto, Noah percebeu que já era tarde e disse que precisava ir pra casa.

O mesmo não quis acordar a Judy, então perguntou se tinha algum problema a mesma dormir ali. E como uma ÓTIMA amiga que sou, eu deixei que a Judy continuasse ali com a Holly.

Noah foi embora depois de me lembrar da minha " aula " de surf as 7:00 da manhã no dia seguinte.

Eu disse que se eu acordasse, eu iria. O que eu duvidava muito que acontecesse. Eu? Acordar 7h da manhã pra passar vergonha em cima de uma prancha? Ata.

[...]

Eram 6h58 quando meus olhos despertaram automaticamente.

Eu fiquei até assustada quando vi a hora no meu celular. Foi surreal! Eu tentei dormir de novo, mas meus olhos não se pregavam. Eu virava pra um lado, para outro, mas nada! O sono olhou pra mim e riu.

Bufei me sentando na cama e sem escolha me arrastei para fora da cama.

Depois de ir ao banheiro, lavar meu rosto, escovar meus dentes e deixar meu cabelo solto ( que ainda estava ondulado ), eu coloquei um biquíni e um short e saí do quarto.

Assim que abri a porta, dei de cara com Holly.

- Ai! - Dei um passo pra trás e coloquei a mão sobre o peito. - Filha da mãe, que susto!

Holly apenas riu e entrou no quarto.

- Por que você foi a única diferente que dormiu aqui em cima? - Ela perguntou tirando seus chinelos e abrindo a porta da sacada. Era ali que ela meditava.

- Depois que vocês dormiram no meio da série, eu e o Noah viemos aqui pra cima por... - Holly me interrompeu.

- Espera... você e o Noah vieram aqui pro quarto depois que nós dormimos? Nossa, vocês são rápidos em! - Ela falou num tom de deboche.

- Para de graça porque não era eu que estava me agarrando com a Judy na cozinha. - Sorri convencida.

- Culpada da acusação. - Ela assentiu me fazendo rir.

- Ao contrário de vocês duas, eu e Noah não fizemos nada. Ele estava com dor de cabeça e eu vim dar um remédio pra ele.

- E ele ficou deitado no seu colinho até a dor passar igual o Felipe? - Ela sorriu maroto.

- Não! - Neguei rindo. - Você me conhece, para de graça.

- Ok ok. Eu vou meditar. Afinal, por que está de pé tão cedo?

- Noah vai me ensinar a surfar. - Toquei a maçaneta da porta para fecha-la depois que eu saísse.

- Vai subir na prancha dele é? - Ela sorriu maliciosamente.

- Holly!! - A encarei e a mesma riu. - Eu esperava ouvir isso da Tamara.

Holly riu e saiu para a sacada. Eu neguei com a cabeça e sai fechando a porta do quarto. Desci as escadas passando pela sala onde Tamara estava deitada em um sofá e Judy em outro.

Calcei meu chinelo que estava na frente da porta, a destranquei e saí da casa vendo um céu limpo, porém ainda era fresco e o sol bem fraco. Já passavam das 7h.

Eu sai pelo portão da casa e não demorei muito a avistar uma prancha fincada na areia e um certo rapaz deitado na areia com as mãos sob a cabeça.

Eu me aproximei do mesmo e parei ao seu lado o vendo de olhos fechados.

- Ta atrasada. - Ele falou assim que me aproximei e eu sorri ladino levantando meu olhar para o mar.

- Eu nem ia vir, Noah. - Cruzei meus braços e olhei pra ele de novo.

O mesmo abriu apenas um de seus olhos fazendo uma careta por causa da claridade e abriu um sorriso ladino tão fofo que para garantir que eu não faria besteira, eu olhei pro mar de novo.

Depois de poucos segundos Noah se pôs de pé ao meu lado e esticou seus braços pra cima estalando seus ombros.

- Bem... vamos começar? - Ele olhou pra mim.

- Que tal você surfar e eu só olhar? - Sorri mostrando os dentes.

- Sei que você ta doida pra me admirar, mas eu to aqui pra te ensinar. - Ele sorriu convencido e eu cruzei meus braços. - Não faz essa carinha. - Ele apertou minha bochecha e foi na direção de sua prancha. - Vem.

Noah colocou a prancha deitada no chão e olhou pra mim.

Fiz uma careta olhando pra ele e o mesmo riu. Noah veio até mim, parou atrás de mim, segurou meus braços por trás e me fez andar na direção da prancha.

- Relaxa. Só fica em pé em cima dela. - Ele insistiu e eu acabei subindo em cima da prancha. Eu estava com uma má vontade incrível, isso apenas fez Noah rir de mim.- Ótimo. Agora vira o corpo pra mim e coloca o pé direito na frente e o esquerdo atrás. - Ele falou calmamente e eu o obedeci. Dobra um pouco os joelhos. Isso. Tente ficar firme e confortável nessa posição, pois é assim que ficará na água.

- Corrigindo: é assim que cairá na água. - Falei num tom irônico e Noah riu.

- Ok, chega dessa negatividade. - Ele falou rindo. - Deita na prancha de barriga para baixo. - Bufei mas o obedeci. - Coloca as mãos assim... - Noah pegou nas minhas mãos e as colocou para frente. - Agora inclina seu corpo um pouco para cima. Isso. Você vai entrar na água assim, enquanto rema com suas mãos. Quando tiver a oportunidade, vai apoiar suas mãos com força e ficar em pé naquela posição que te mostrei.

- Entendi. - Assenti. - Mas acho que eu prefiro ficar deitada mesmo. - Dei de ombros.

Eu permaneci deitada na prancha e Noah se deitou na areia ao lado da prancha, porém o mesmo estava de barriga pra cima.

- Eu contei pro meu pai sobre você. - Epe falou calmamente.

- O que disse?

- Que eu falei de você pro meu pai. - Ele riu. - Disse que te ensinaria a surfar e isso fez com que ele adorasse você sem nem te conhecer. Como eu te disse, ele ama surf, e se eu tenho uma amiga que se interessa por isso, ele gosta sem nem conhecer.

- Sério? - Ri. - Mas eu não me interesso. Você ta me obrigando.

- Ele não precisa saber disso. - Noah piscou pra mim. - Bem... vamos pra água? - Ele se levantou.

- Ah.... Não. - Imitei o Michael Kyle e Noah se inclinou pra mim apoiando suas mãos em seus joelhos.

- Não precisa ter medo, Jennie. Eu vou estar com você. - Ele falou olhando nos meus olhos, logo depois abriu um sorriso ladino.

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Continua...