Naquele Verão

35_ Smurf.

Digamos que aquela foi uma das cenas mais vergonhosas que eu já presencial. E foi feita por mim.

Noah havia corrido de mim e eu corri atrás do mesmo, porém me esqueci que estávamos num morro, o que me fez escorregar e cair de bunda no chão.

- Ai! - Resmunguei quando caí e Noah olhou pra mim. Como eu esperava, Noah riu de mim.

- Vai descer escorregando? - Noah perguntou me fazendo rir.

- Seja um bom namorado e me ajuda? - O encarei e ele olhou pra mim com um olhar desconfiado. - Eu machuquei meu pé, cara!

- Ok ok, não morra. To indo! - Noah falou caminhando até mim rapidamente enquanto eu fazia careta passando a mão no meu pé.

Não, eu não havia me machucado.

- Ta doendo. - Resmunguei e Noah tocou meu pé com sua mão que ainda estava limpa.

- Deixa eu ver. - Ele olhou preocupado para meu pé inclinando seu corpo mais pra mim e assim que ele fez isso, eu puxei seu rosto na minha direção.

Eu o beijei assim também sujando o rosto dele de azul e puxei a mão dele suja e passei em sua própria camiseta.

Comecei a gargalhar quando Noah se levantou olhando para a roupa dele e passou sua mão limpa em seu rosto vendo que estava sujo.

- Ficou lindo! Parece até um Smurf. - Sorri de forma debochada pra ele e ele riu negando com a cabeça.

- Você não ta muito diferente. - Ele me encarou com um sorriso e eu estendi minha mão para que ele me ajudasse a levantar e logo ele me ajudou.

- O que acha que as pessoas vão pensar quando nos virem desse jeito? - Perguntei enquanto nós dois descíamos o morro.

- Sei lá. - Noah riu. - Mas você ficou linda assim. - O mesmo me abraçou de lado. - Podia sair assim mais vezes.

- Ah claro! - Respondi rindo e nós continuamos andando.

Depois de alguns minutos andando pelo mesmo caminho/trilha, nós finalmente chegamos a rua e logo fomos na direção da praia.

Nós dois estávamos andando lado a lado enquanto eu revia a cena de Noah me pedindo em namoro até que minha barriga começou a reclamar. Eu estava com fome.

Mas não era fome de qualquer coisa. Naquele momento senti uma imensa vontade de comer um bolo de baunilha recheado com muito chocolate e morangos.

Sim, minha barriga pensa que sou rica e pede coisas específicas.

- Aonde vende bolo por aqui? - Perguntei olhando para Noah.

- Bolo? Er... - Noah olhou pra frente com uma expressão pensativa. - Ah, tem uma confeitaria no centro. Lá tem uns bolos muito bons, a Judy ama.

- Sério? Eu queria muito comprar um bolo. - Falei já sentindo a vintade aumentar.

- Um bolo inteiro? - Ele me encarou.

- Amor, não duvide da minha capacidade de comer doces. - Respondi. - Apesar de que eu também como muita coisa salgada. Ah... Não duvide da minha capacidade de comer mesmo. - Noah riu.

- Não duvido. Na festa do Mike você comeu pra caramba. Não sei como aguenta. - Ele falou rindo. - To só imaginando quando eu for levar você pra comer.

- Você que lute. - Respondi dando de ombros e nós dois rimos.

- Bem, quer que eu te leve na confeitaria? Ela não é muito longe daqui. - Ele perguntou.

- Uhum. - Respondi. - Só quero passar em casa antes pra pegar minha carteira. - Noah assentiu e logo seguimos para casa.

Depois de mais um tempinho andando, nós chegamos. Porém, enquanto passávamos em frente da casa de Noah, ouvimos a voz de seu pai e logo o mesmo apareceu no portão.

- Noah? Te procurei por toda parte. - Ele o encarou e logo olhou pra mim. - O que aconteceu com vocês? Por que estão azuis? - Ele perguntou rindo e eu e Noah gargalhamos.

- Seu filho é um retardado. - Respondi o fazendo rir.

- Aconteceu alguma coisa? - Noah perguntou rindo também.

- Eu preciso da sua ajuda lá na escola de surf. O Ben não vai poder estar e eu tenho uma carregamento de aparelhos para receber. Pode me ajudar?

- Claro. - Ele respondeu e olhou pra mim. - Desculpa, minha linda. Quer que eu peça para a Judy te acompanhar até a confeitaria?

- Ar... - Cole me interrompeu.

- A confeitaria do centro? - Ele perguntou e Noah assentiu. - A gente te deixa lá, Jennie. É caminho. Vou pegar o carro. - Ele entrou sem me dar tempo de responder e Noah riu.

- Bem, vou lá trocar de roupa e tirar essa tinta da minha cara. - Noah falou e eu cruzei meus braços o encarando com uma sobrancelha arqueada.

- Sabe muito bem que a culpa de estarmos assim é sua. - Respondi. Noah riu, deu um passo na minha direção, segurou meu rosto e me deu um beijo.

- Espere a gente. - Ele respondendo passando pelo portão.

Assenti e olhei para minha blusa vendo que a tinta havia caido sobre ela.

- Para o seu bem, espero que essa tinta saia com água. - Falei alto indo na direção de casa e ouvi uma risada dele.

Entrei pelo portão, passei pelo jardim e entrei em casa. A primeira pessoa que vi foi Holly que estava sentada sobre o sofá lendo um livro.

Assim que fechei a porta, a mesma olhou pra mim e arregalou os olhos na hora.

- O que aconteceu com você?? Metamorfose? - Ela falou num tom de deboche e em seguida riu da minha cara.

- Palhaça. - Ri da mesma e tirei meu sapato. - Foi o Noah.

- O que aconteceu?

- Ele me levou pro alto de um morro que tinha uma vista ESPETACULAR da praia. Lá ele me pediu em namoro, me deu essa aliança e no final disse que ele queria ter uma guerra de pegadinhas com a namorada dele. Aí como agora eu sou, ele tirou um pote de tinta do bolso e passou na minha cara. - Respondi simplesmente enquanto ela me encarava com a boca aberta. - Só isso.

- Ah... claro. Super normal. O Noah te levar pra um lugar lindo, te pedir em namoro e ainda começar uma guerra de pegadinhas. Tranquilo. Acontece comigo sempre. - Ela falou num tom de deboche me fazendo rir.

- Ai ta! Eu to surtando! - caminhei até ela com um sorriso animado.

- Ai Jennie... to tão feliz por você! - Ela sorriu pra mim e naquele momento Tamara apareceu na escada.

Seus olhos estavam inchados como quem havia chorado a noite inteira e seu rosto estava amargurado.

Tanto eu quanto Holly olhamos pra ela e Holly se levantou parando ao meu lado.

Tamara caminhou até nós com os olhos marejados e eu e Holly abrimos os braços. Nós a conhecíamos. Tamara precisava daquilo.

Não demorou muito e ela desmoronou em lágrimas e correu até nós nos abraçando.

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Continua...