50_ Você vai voltar pra São Francisco.

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Eu e Noah deixamos nossas coisas no quarto e logo descemos para a parte debaixo da casa.

- Gente? - Judy apareceu de repente na porta. Tamara e Mike também estavam na sala. - Vamos na cachoeira? Enquanto ainda está sol.

- Partiu. - Tamara se levantou do sofá.

Olhei para Noah e o mesmo assentiu com um sorriso.

Nós seis subimos novamente, pegamos toalhas e roupas secas. Logo depois saímos da casa.

Enquanto andávamos pela floresta, Holly tirava foto de quase tudo, Judy a acompanhava, Tamara e Mike só nas conversinhas e Noah estava meio estranho.

Não exatamente ESTRANHO. É que ele estava mexendo em seu celular e sua cara não era nada boa.

Ele que vive sempre com um sorriso, agora parecia um pouco tenso. Seu maxilar estava rígido, seu olhar era sério e o mesmo não parava de digitar.

- Amor? - Chamei pelo mesmo, mas ele não pareceu ter me ouvido. O que evidenciava que ele estava muito concentrado no que quer que fazia em seu celular, já que eu estava do seu lado. - Noah? Amor? - Toquei seu braço e ele me olhou.

- Oi, linda. - Ele respondeu apagando a tela do celular rapidamente. - O que foi?

- Ta tudo bem? Você pareceu meio sério. - Perguntei preocupada e ele sorriu me abraçando de lado.

- Não é nada, princesa. - Ele sorriu.

Resolvi acreditar nele e voltei a olhar pra frente, por mais que eu ainda tenha achado aquilo meio estranho.

Não demorou nem 10 minutos e nós já havíamos chegado a tal cachoeira. Ela realmente era muito bonita. Também não era muito alta, o que explicava o porquê de Noah ter jogado Mike de cima dela sem problema nenhum.

- Meu Deus, que lugar mais lindo. - Holly falou segundos antes de começar a fotografar de novo.

- Ai eu vou dar um mergulho nessa água agora mesmo. - Tamara tirou a blusa e o shorts e pulou na água. Judy fez o mesmo em seguida.

Antes de entrar na água, eu apenas me sentei. Queria respirar aquele ar puro um pouco mais antes de me molhar.

Noah se sentou do meu lado.

Mike tirou sua camisa e entrou na água deixando apenas eu, Noah e Holly fora dela.

- Eu sempre gostei de vir aqui. - Noah começou a falar e eu o olhei. - Perdi as contas de quantas vezes o meu pai me jogou daquela cachoeira.

Comecei a rir do que ele disse o mesmo se aproximou de mim e apoiou a cabeça em meu ombro.

- Você ta feliz, Jennie? - Ele perguntou.

- Sim, por que? - Perguntei curiosa e ele me olhou.

- Quero dizer... você ta feliz comigo? - Seu olhar era doce. - Você foi uma das melhores coisas que me aconteceu e eu quero ter certeza que te faço feliz.

- Sim, meu amor. Eu sou muito feliz com você. - Fui totalmente sincera. Noah me fazia bem mesmo sem nem perceber. Só de me abraçar, ele já melhorava tudo. - Muito mesmo.

Noah sorriu e me deu um selinho demorado.

Segundos depois sentimos água espirrar sobre nós.

- Parem de melação e vem pra água! Tá muito boa! - Judy gritou. Ela havia jogado água na gente.

Eu e Noah rimos e acabamos nos levantando.

Tirei minha blusa e o meu short enquanto Noah tirava sua camisa. Depois que fiz isso, olhei pra ele e o mesmo sorria olhando pra mim. Um sorriso meio malicioso, devo dizer.

- Para de me olhar assim! - Empurrei ele e o mesmo riu.

Noah, de repente, veio na minha direção e me pegou no colo. Logo depois pulou comigo na água.

Eu me assustei com aquilo, obviamente, mas assim que sai com a cabeça para fora d'água e ouvi a risada de todo mundo, o que acabou me fazendo rir também.

[...]

Já haviam se passado algumas horas. O pessoal ainda estava na água, mas eu havia saído. Estava começando a esfriar, então me enrolei em minha toalha e apenas observei-os.

Uns segundos depois Judy saiu da água e veio na minha direção.

- Eu vou chamar o pessoal para irmos pra casa arrumar tudo. Segura o Noah aqui o máximo que puder. - Ela sussurrou perto de mim.

- Ok. - Assenti.

- Ta com o celular aí? - Ela perguntou.

- Sim. - Mostrei meu celular à ela.

- Ótimo. Quando estiver pronto lhe mandarei uma mensagem. - Ela sorriu e se levantou. - Gente! Acho que vou pra casa.

- Espera, Judy? - Chamei ela e ela se abaixou olhando pra mim. - E se o Noah quiser ir embora?

- Não deixe. Faça qualquer coisa. Dá pra ele ou sei la. Isso vai render tempo. - Ela deu de ombros.

- Você é inacreditável. - Falei rindo e ela se levantou.

O pessoal que, pelo visto, já sabia do plano da Judy, resolveu voltar com ela também.

Eles se vestiram e saíram dali deixando apena eu e Noah, que ainda estava na água.

Depois que eles foram, olhei para Noah e o mesmo estava mergulhando.

Sorri olhando pra ele, contudo, minha atenção foi roubada pelo celular dele que não parava de apitar. Apitou várias e várias vezes e acendeu a tela também.

- Noah? - Chamei por ele e ele olhou pra mim. - Seu celular ta apitando aqui.

Noah saiu da água naquele exato momento e caminhou até mim. Se sentou ao meu lado e pegou o celular.

Olhei para o rosto dele enquanto ele mexia no celular e logo o mesmo abriu um pequeno sorriso.

Digitou algumas vezes, esperou, sorriu e digitou de novo. Logo depois apagou a tela do celular e olhou pra mim sorrindo.

O mesmo me abraçou forte de repente e depositou um beijo na bochecha.

- O que foi? - Ri. - Por que a felicidade?

- To com a garota mais linda do mundo. Como não vou ficar feliz? - Eu sorri com sua resposta, mas ainda assim cria que sua felicidade repentina tinha algo haver com o que ele viu no celular. - Não quis ir com o pessoal?

- Não. Quero ficar um tempinho a sós com você. - Falei olhando para o mesmo.

Nós dois sorrimos um para o outro e logo ficamos em silêncio. O único som que ouvíamos era o das águas.

- Eu estava pensando aqui na data da sua prova e da AmpSurf... acho que você não vai poder me assistir, né? - Noah quebrou o silêncio.

- Não?

- As datas não coincidem. Sua prova vai ser um dia antes da AmpSurf. Quando eu for surfar, você já vai ter voltado pra São Francisco. - Meu coração doeu só de me lembrar que eu teria que me afastar dele quando o verão acabasse.

Olhei para a cachoeira a minha frente e senti aquele aperto no peito só de me imaginar indo embora.

- A gente vai ficar tão longe. - Olhei pra ele.

- Minha linda, lembra que assim que nos conhecemos, você disse que me invejava por morar na praia? - Ele perguntou e eu assenti. - E o que eu te disse?

- Que ficar longe do que gosta as vezes é o melhor. Pois... - Era difícil dizer aquilo. - Pois quando se reencontrarem... o amor vai ser maior.

- Isso mesmo. - Ele tocou meu rosto. - Vamos ficar um tempo sem nos ver. Mas quando nos vermos... vai ser como me apaixonar por você outra vez.

●●●
Continua...

Naquele VerãoOnde histórias criam vida. Descubra agora