A not cool memory and the last meeting

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Eu não sou um monstro porque eu quero, ele me deixou assim.


Já fazia um tempo que não o via, tão macabro e cruel, exalava poder e arrogância, meu maior pesadelo estava ali, bem na minha frente:

— Olá, bastardo. — Ele diz, com um sorriso no rosto que retribuo.

— O bom filho a casa torna, só falta uma pessoa. — Matthew diz, adentrando ao cômodo. Ele faz um sinal com a mão e um segurança entra, segurando Lucy que está amordaçada, o desespero em seus olhos é evidente.

— Até você tem vergonha desta puta miserável, não é? — Brandon diz, mas ainda estou encarando Lucy que tentava de toda maneira se soltar.

— Eu só tenho vergonha de você e das putas que andam com você. — Respondo, voltando a encarar o mesmo. — Bárbara não é de se esconder, cadê a mamãe? — Digo, em um tom aflorado de deboche.

— Eu não estou me escondendo, fui apenas consolar outra garota certa que você destroçou. — Ela diz, guardando o celular na bolsa e sentando na poltrona que havia na sala. 

— O que vocês querem? — Perguntei, sério.

— Todas as vezes que nos encontramos, você precisava aprender algo. Desta vez, não é diferente. — Brandon, afirma, me trazendo a memória momentos aterrorizantes e a falta de Patrick, agonia meu peito.

— Eu não sou mais um adolescente frágil, você não tem nada a me ensinar. — Digo, aumentando meu tom de voz. — O que você quer me ensinar? Que estuprar garotas inocentes, para domesticá-las como animais é certo? E amar ela é errado? — Ele parecia ser penetrado por minhas palavras. — Quer me ensinar que, devemos acabar com a vida delas, as forçando a fugir de mim por toda a vida?

— Desta vez, meu bastardo, eu quero lhe ensinar que o nome Marshall não serve para você. — Ele diz, pegando uma arma e apontando para mim, Bárbara se levanta em prontidão, entrando a minha frente.

— Não, isso não vai acontecer. — Ela esbravejou, empurro a mesma para sair da minha frente. Me aproximando até sentir a arma encostar em meu peito.

— Vamos lá, quero aprender esta lição. — Sorri, o encarando. O homem, parecia fraquejar com uma guerra interior. — Vai. — Grito, o encarando. — Me diz, o que queria me ensinar com toda aquela tortura que fez, quando eu mal podia entender?

— Eu não queria lhe ensinar nada, apenas te mostrar que eu sempre, sempre, sempre estarei de olho em você. — Ele diz em um tom baixo, nego com a cabeça. Levo minha mão ao pescoço do mesmo, o segurando com toda a minha força. Sua cabeça bate com a parede, levo minha outra mão, depositando todo meu ódio naquele que acabou com quem eu era.

— Onde está a minha garota? — Grito, antes de sentir uma forte batida em minha cabeça e tudo apagar.

Abro os olhos, em pânico, sabendo que tinham me pegado. Eu tinha de voltar para casa, o que estava acontecendo? Será que o Pai da Chloe descobriu que estamos juntos? Estava no escuro e nada podia enxergar, até que umas luzes se acendem forte demais, o que fez piscar algumas vezes com tanta claridade:

- Quem são vocês? — Pergunto assustado, vendo que havia um enorme vidro escuro a minha frente, como nas delegacias. — Vocês devem ter se enganado, eu não sou ninguém. — Digo, a porta da sala se abre e um homem entra, ele estava vestindo uma roupa nada casual, terno, gravata e etc. Minhas mãos estavam presas a mesa e meus pés, na cadeira.

— Olá Aspen, eu me chamo Brandon. — Ele diz, tirando seu terno e afrouxando sua gravata de tom verde.

— O que vocês querem comigo? — Perguntei assustado.

— Nós vamos apenas... nos divertir. — Ele sorriu, tento me soltar, com toda a força que há em meu ser. — Já quebrou um braço? — O mesmo se aproximou, eu estava tremendo e com muito medo, nego com a cabeça. — Para tudo tem uma primeira vez, não? — Ele sorriu, suas mãos seguram em meu ombro e uma dor insuportável se instala, seguida de um estalo alto. Solto um grito tremendo de dor, sem acreditar no que estava acontecendo, no que eu tinha feito para tal coisa se realizar comigo. — Sem grito e sem choro, okay? Em 20 dias, será como se nunca tivesse acontecido. — Esse homem era louco e doente, quem faz isso com uma pessoa desconhecida?

Abro os olhos, agora, de verdade. Sem conseguir ver nada, uma fumaça que me sufocava e forçava minha garganta a puxar o ar, eu estava afogando. A dor em minha cabeça, ainda era grande, sentia o sangue escorrendo. Me levanto, tentando enxergar alguma coisa, cobrindo meu nariz com a minha camiseta, tento afastar a fumaça com a mão, tento abrir a porta mas, a mesma parecia estar emperrada. Corro até a janela, tentando quebrar, mas o vidro parecia mais resistente do que estou acostumado, não tinha fôlego, muito menos oxigênio para encher meus pulmões, pensava somente em sair dali e a tosse só aumentava:

— Aspen. — Ouço alguém me chamar, me puxando para fora da casa. Caio na grama do jardim gelada, puxando o ar com pressa e alivio. Olho para todos os cantos, procurando qualquer rastro. Rafael corre ate mim, o desespero era claro.

— Chefe, ainda bem que conseguiu sair.. Eles estão fugindo, os nossos seguranças estão os impedindo, vamos. — Levanto rapidamente, pegando uma arma que estava em minha cintura, a enchendo de balas e a engatilhando rapidamente, correndo atrás do mesmo. Ouço diversos tiros, cada vez mais alto, porém, avisto pessoas afastadas ao longe. Corro naquela direção, sendo alvo dos atiradores, mas não vou parar. Reconheço Chloe de longe, atirando na direção da mesma, que cai ao chão sem demora. O segurança que estava com ela, parou, ele estava carregando algo mas, quando viu que eu me aproximava, paralisou.

— Corre, corre. — Ela gritou, a pego pelo pescoço, batendo sua cabeça ao chão de volta.

— Miserável. — Gritei, batendo a cabeça dela novamente, a mesma começa a rir exageradamente. Dou uma coronhada na cabeça da mesma, a fazendo desmaiar. Me levanto, indo em direção ao segurança. — Não adianta correr. — Gritei indo atrás do mesmo, ele se vira para mim, encapuzado, porém avisto o rosto angelical a tão amado por mim, ele estava carregando a Mia, finalmente, eu a encontrei. Era ela, adormecida, com olheiras que estragavam seus delicados traços, estava pálida demais, ou talvez fosse a luz forte demais. — Solta ela. — Peço, ainda paralisado admirando seu belo rosto. Ele volta a correr para longe a carregando, engatilho minha arma, mirando no mesmo. Ouvia passos correndo em minha direção, não a deixaria escapar novamente.

Ouvia minha respiração tão alta, como meu coração acelerado, de vê-la, de realmente ter a encontrado:

— Chefe, atrás de você. — Ouvi alto, me virando e atirando nos seguranças que estavam vindo atrás de mim. Quando virei novamente, não acreditava no que havia ocorrido... Eles sumiram.








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