the kidnap

63 7 0
                                    

Após deixar a casa do Aspen, estava em êxtase com tudo o que ele me disse. Há dois meses atrás, a única coisa que queria era arruinar a vida dele e agora, ele quer construir uma vida comigo. Eu estou grávida, esperando um filho de alguém que parece realmente me amar:

- O que é esse sorriso? - Patrick diz.

- Bom, eu estou feliz. - Dei de ombros.

- Eu posso saber o porquê? - Ele me olha, enquanto dirige.

- Aspen mudou, ele realmente me ama e quer algo de verdade comigo. E independente de todo meu passado conturbado, uma das melhores sensações que eu já tive, é encontrar alguém como ele. Que não diz que sou muito disso e pouco daquilo, ele faz eu sentir que sou o suficiente de tudo que ele ama. - Afirmo, com lágrimas nos olhos. - A gente só precisa sair da rota daquela megera e viver.

- Uau. - Patrick diz, me fazendo rir. - Desde o primeiro dia que ele te viu, seu nome não saiu da boca dele. Era Mia pra cá, Mia pra todo canto. Eu não aguentava mais, irmão.

- Eu sou encantadora, eu sei. - Digo jogando meu cabelo pro lado.

- E quando ele achou que tivesse morrido, nossa, eu... Eu juro que nunca o vi daquela forma, ou então, quando ele soube que você estava grávida. - Sorri prestando atenção em tudo que ele dizia. - O Aspen não é um cara de sorte, vive senso manipulado friamente pelos pais e ele sofreu muito. Mas, essa criança que você está carregando, é tudo pra ele. Basta olhar nos olhos dele, ver a forma como ele olha pra você... Ele faria qualquer coisa.

- Eu concordo com você. - Disse olhando para a estrada. - Eu amo a forma como você se entende com ele. Como se conheceram?

- Essa é uma história sombria pra ele... - Vejo o sorriso dele desaparecer. - Nós fizemos o ensino médio juntos, ele era um cara total inseguro e submisso aos pais. Em uma viagem com a escola, fomos pegos por uns homens. Eram os homens do Brandon, eles não fizeram nada comigo, me manteram preso com ele em um porão. Todos os dias eles pegavam o Aspen e traziam de volta, todo machucado.

- Meu deus, mas, por que? - O olhei.

- Foi um pouco antes de Chloe "morrer". - Nego com a cabeça. - Brandon e Bárbara, estavam fazendo ele sofrer para mudar de idéia, sobre não se interessar pela empresa e não querer se ligar a ela.

- Que podridão. - Digo com raiva.

- Ele acha que Bárbara não estava junto e que era coisa do Joe. Mas, eu tenho certeza. - Ele riu com desdém. - Depois disso, eu disse a ele que ele poderia contar comigo sempre. Que eu nunca o deixaria.

- Isso é lindo, sério. - Concordo. - Promete cuidar dele? Sempre? - A olhei. - Isso pode parecer loucura mas, por favor, cuide dele.

- Tá maluca, Mia? Lógico que sim. - Ele riu. - Eu sempre vou estar com o Harry, eu salvei a vida dele e ele salvou a da minha mãe. Sempre estaremos juntos. - Ele concordou.

- Acho que o Thomas mexeu... - Digo. - Ele está mexendo. - Dou risada, que sensação maravilhosa. - Oh, meu deus, eu vou chorar.

- Nem sei o que fazer, agora... Eu posso? - Ele diz e concordo. - Thomas vai ser que nem o pai. - Ele riu sentindo os chutes.

O celular de Patrick começa a tocar, vejo o nome aparecer e pego atendendo:

- Oi Patrick. - Caroline disse assim que atendo o telefone.

- Oi Caroline, bolando mais um plano com a Bárbara? - Perguntei.

- Olha se não é a mentirosa e traidora. - Ela riu. - É quase isso, só liguei para dizer que um acordo foi fechado e que comece o golpe. - Ela desligou, e na mesma hora, vejo um carro vindo na direção do nosso carro e a única coisa que consigo fazer é gritar.

- Patrick!! - Ele me olha assustado e o estrondo eclodiu. 

O carro estava virado, sentia uma dor terrível na cabeça, havia sangue, muito sangue. Patrick estava inconsciente ao meu lado. Ouço passos se aproximando:

- Retirem eles o mais rápido possível. - Um sentimento de alívio percorre meu corpo, seríamos salvos. Um homem me ajuda a sair do carro, me segurando em seu colo. Vejo um homem de terno se aproximar, vejo seu rosto e me assusto.

- Eu disse que viria te buscar meu anjinho, agora é toda minha. - Ele diz, se aproximando, passando a mão em meu rosto.

- Não faz isso, Brandon... - Disse com dificuldade.

- Por quê? Pelo meu neto que você carrega? - O homem que me segurava, cobre meu nariz com um lenço e tudo se apaga diante de mim.

...

Acordo assustada, sentindo um dor terrível, como se fosse uma incontrolável cólica. Estava deitada em uma cama, com lençóis bagunçados, com uma roupa diferente da que recordo. Sento na cama sentindo uma pressão terrível na região inferior, como se fosse no colo do útero e na vagina. Vejo uma grande mancha de sangue no lençol me assustando:

- Ohh meu deus. - Digo. - O que está acontecendo? - Ao tocar na minha barriga, ela estava toda dolorida por dentro. - Thommy, você está ai, né filho? Chuta pra mamãe saber que esse sangue é de algum machucado. - Estava com muito medo e assustada, vejo que no canto do quarto havia uma câmera. - Brandon, o que você fez? - Gritei.

- Sem gritos, querida. - Ele diz entrando no quarto.

- O que aconteceu comigo? O que você fez? - O olhei com raiva.

- Nós cuidamos de você, veja, seu sangramento parou! - Ele sorriu. - Como está se sentindo, bebê?

- Não me chame assim, não sou sua. - Esbravejo. - Me diz, o que vocês fizeram comigo? - Gritei desesperada. - Cadê o Patrick?

- Você não tem mais ninguém além de mim, acabou. - Ele concordou. - Vou trazer sua comida. - Ele sai, trancando a porta.

- Me diz o que fizeram! - Gritei, levantando batendo na porta com força. - Brandon! - Gritei, socando a madeira a minha frente.

- Você é minha, Alissa. Não vai carregar meu neto e não está mais carregando. - Ele disse, fazendo meu coração parar. Não, isso não pode ser verdade.

- Você não fez isso. - Fraquejo.

- Eu chamei o meu amigo médico e ele retirou de você, enquanto dormia. - Ele diz frio.

Levo minhas mãos a até minha barriga, negando com a cabeça caminhando até cama:

- Seu desgraçado. - Gritei com toda minha força. - Como pode tirar meu filho de dentro de mim? - Em minha mente, só conseguia imaginar a forma dolorida e terrível que tudo se fez. Tiraram meu filho de dentro de mim, um ser que ainda estava se formando, que eu amava mais do que qualquer coisa. Não era possivel que eu estaria destinada a perder tudo por aquelas pessoas. - O meu filho, não. - Pego o abajur ao lado da cama jogando na parede.

Quem tirou o meu filho de mim?... Eu precisava dele, eu preciso dele. A dor física não era nem o mínimo comparada a dor que eu estava sentindo, de perder tudo. Eu havia perdido tudo. Tudo o que me motivava a acordar cada vez melhor, o motivo por qual eu desisti da vingança e apenas queria paz... Foi tirado de dentro de mim.

Espírito de RetaliaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora