the curse of Aspen

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Depois de ele salvar a minha vida, das mãos de Brandon. Sou culpado por acabar com a sua vida, talvez, com a vida de todos a minha volta. Estava a metros do velório do meu melhor amigo, que está morto, por culpa do Brandon e da, puta mentirosa que Mia se tornou... Ou sempre foi. Ajeito a gola do meu terno, observando as pessoas unidas em frente ao caixão que estava fechado, jogando rosas em cima, antes que o colocassem a sete palmos da terra. E eu não pude me despedir, nem ao menos o ver pela ultima vez. Todos que faziam parte da nossa equipe, estavam lá e me olhavam com ódio nos olhos, todos me culpam por isso.

E qualquer pessoa que perde um amigo, como Patrick, quer se despedir... Sendo próximo dele ou não, todos sabiam quem ele era de verdade, menino bom, que nunca deixava ninguém na mão e no final, eu quem o deixei nas mãos erradas... Eu só queria ter dito mais uma vez, que ele era tudo que eu tinha, que eu me importava com ele e de curtir com ele, como fazíamos.

Depois que vi meu melhor amigo ser enterrado, de longe. Dirigi até o bar mais próximo, vendo Caroline vir atrás de mim. Sento de frente para o balcão pedindo uma garrafa da bebida:

- Aspen...

- Cala a boca, e me deixe aqui. - Digo virando o copo, sentindo minha garganta queimar.

- Por que não para de fazer isso? Não está cansado das pessoas falando mal de você? - Ela diz, me irritando.

- A única pessoa que eu realmente me importaria em mudar, provavelmente nunca vai me ver. - Disse, pensando em Thomas. - Elas sempre vão falar, nunca realmente vão se importar do porquê fazemos, o que fazemos.

- Harry...

- Vai embora, Caroline. - Peço, sinalizando para a garota do bar encher meu copo novamente. Seus seios fartos, fazem meus olhos mirarem neles rapidamente. Mas, a única garota que estava em minha mente agora, era a mentirosa da Mia.

- Tudo bem, qualquer coisa.. Você me liga. - Ela sabe que não ligarei e que minha estadia naquele bar, seria longa.

Duas garrafas depois, me encontrei contando a garota do bar, ninhas frustrações:

- Eu nunca mais vou permitir que alguém me magoe novamente. Ela mentiu sobre quem ela era e eu? - A encarei. - Eu aceitei, descobri que ela estava grávida e mudei minha vida. Mas, não vale a pena se perder, por alguém que não quer se encontrar em você. - Bato no balcão, pegando outra dose e levando até a boca.

- Filho. - Vejo Joe se aproximando, ele parecia preocupado. - Está na hora de ir. - Dou risada, retirando a garota do meu colo.

- Joe, para você agora, eu sou somente Harry. - Concordei com a cabeça, me levantando.

- Não, não é. Eu te criei e sou seu pai, meu amor por você não vai mudar. - Aquelas palavras acabam me abalando, minha mente que estava a milhão, paralisa, somente ao homem a minha frente.

- Não venha me dizendo sobre um sentimento falso e que me arruinou. Amor, não existe e sim, fascinação. - Explico.

- Preciso conversar com você, vamos? - Ele diz, calmo. Resolvo ceder, apenas por estar cansado e por medo de ter outra overdose novamente. No carro, um silêncio agonizante, até que ele decide falar:

- Quando Bárbara me contou a verdade, perdi o chão em saber que meu filho, não era meu filho de verdade. - Ele comentou, não estava a fim de ouvir essa baboseira mas, se eu respondesse, seria pior. - Mia, pode ter te traído mas, seu filho nunca deixará de ser seu. - Não suportava ouvir aquele nome.

- Chega se falar sobre essa garota, ela fez a escolha dela e já estou cheio de pensamentos que me matam por dentro sobre as coisas que disse a ela, sobre a fragilidade que tive perto dela, chega! - Quando, percebo, lágrimas haviam decido por meu rosto. - O que aquela garota fez comigo? - Perguntei, limpando meu rosto. Assim que Joe, estaciona em frente a mansão, vemos um carro diferente estacionado.

- Droga, Grace. - Joe diz, saindo do carro rapidamente. Como eu estava um pouco alterado, demoro até raciocinar o desespero dele em sair do carro. Saio do carro o mais rápido que posso, entrando na casa. Vendo Bárbara e Grace, um encontro assustador, de duas mulheres cujo a vida de uma foi completamente destruída pela outra. Joe estava segurando Graça, tentando controlar a mesma que estava chorando e gritando muito.

- Onde está a minha filha, Bárbara? O que você fez? - Ela gritou, enquanto Joe tentava a acalmar e a feição de Bárbara sobre tudo, era extremamente raivosa. E naquele momento, as observando, eu cheguei a conclusão de que o amor existia sim, mas era algo doentio e que não poderíamos nos deixar cair nesta tentação. Nunca ame nada e nunca será deixado ou magoado. - Aspen, o que está fazendo com essa gente? Onde está a Mia? - Ela se direcionou a mim.

- Não dirija a palavra ao meu filho. - Bárbara gritou.

- Aspen.. - Grace me olhou, ela parecia estar completamente abalada. Perdida, como a mim.

- Eu não sei onde ela está, e se eu soubesse.... - A encarei, tentando não reparar o quão parecida elas eram. Não tinha como continuar a frase, abri a boca umas três vezes, tentando dizer algo. Mas, ao mesmo tempo que não queria dizer palavras duras a ela, que não tinha culpa nenhuma. Queria, também, dizer que era melhor Mia se esconder, pois eu acabaria com ela. Simplesmente, viro as costas, subindo até o meu quarto. Agradeço aos céus por não voltar a antiga casa, onde todos os móveis tem o aroma adocicado de Mia.

Por mais que eu quisesse e me forçasse, a acreditar nos fatos que estavam me acontecendo. A morte de Patrick, a fuga de Mia com meu filho, a raiva de saber que Brandon, o homem que mais odeio, é o meu pai verdadeiro. Eu só queria não ter sido tão fraco. Não queria ter sido controlado por alguém, que me mudou, que me enganou e que me fez ser a pessoa mais feliz do mundo e no mesmo momento, a mais infeliz.

E os dias foram se passando, eu não queria levantar, não queria trabalhar, nem ao menos viver. Não me sinto digno de ter oxigênio, de ter a vida. Me sinto condenado e amaldiçoado a terminar meus dias em ruínas e sozinho.

- Lucy, veio te procurar. - Caroline entra no quarto.

- Dane-se ela, me deixa sozinho. - Disse, enquanto digitava no meu computador, deitado de baixo da coberta.

- Eu queria poder lhe ajudar. - Ela comentou, bufo pesado, ignorando sua bondade. - Aspen, ei. - Ela fecha meu computador.

- Qual é, Caroline. - Reclamo. - Esse sou eu agora, todo mundo me deixou, Patrick foi embora. - Disse, me alterando. - Eu daria tudo para ser  o que as pessoas acham que eu sou, ser esse com quem as pessoas conhecem, queria realmente ser quem Bárbara queria que eu fosse. Mas, eu não sou e não me force a ser. - Neguei, ser fraco me dava nos nervos. - Você me deixou, Mia me deixou, Bárbara me deixou, Joe me deixou e até o Patrick. - Levo minhas mãos a cabeça. Empurro o computador em meu colo, no chão com força. Caroline, senta na cama, segurando meu rosto em suas mãos. - Eu queria conseguir colocar pra fora, tudo o que eu estou sentindo.

- Eu nunca seria capaz de deixar você. - Ela diz em um tom baixo. Encarei seus olhos, tão lindos, quando me dou conta, meus braços rodeiam sua cintura, a puxando e colocando seu corpo em baixo do meu na cama, a beijando lentamente.

Espírito de RetaliaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora