the hunt

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Ela me disse que amar era sofrer, e eu olhei pra ela e disse que sofreria por ela.

O som da agulha e a sensação dela desenhar em minha pele, era a única coisa que me deixava realmente bem. Uma procura infinita por Brandon, estava me enlouquecendo. Ela estava com ele. Talvez sem nosso filho, ela deve estar sofrendo para caramba:

— Ai, irmão... Você é louco. — John, meu tatuador diz. — Mas, está ficando irado.

— Eu sou louco mesmo mas, se eu não conseguir encontrar ela. Pelo menos, uma parte deles estarão em mim. — Digo, vendo ele escrever em meu peitoral.

"I'll never stop loving you"

Abaixo de um desenho fino, e delicado de uma mãe com o nariz encostado no filho em que segura, em meio a flores. A dor de saber que não o terei em meus braços, estava me matando lentamente por dentro. Não conseguíamos um pista do paradeiro deles, eu estava ficando louco, procurando em todo canto, em todo lugar.

Ao terminar, coloco minha camiseta, cumprimentando e agradecendo John. Saio de lá, indo direto para o galpão. Não dormia em casa há dias, Carter, Lucke e eu, não tínhamos descanso algum, vasculhando, hackeando, invadindo. Há semanas que Matthew não é visto na Marshall Interseccional:

— Merda. — Soco a mesa, estressado.

— A única forma, é indo para lá. Não tem como descobrir isso, daqui. — Afirmou Carter.

— Sua mãe... Quer dizer, a Bárbara, tem ido até esse endereço. — Lucke aponta na tela do computador. — Temos que segui-la.

— Meu medo é, que eles façam algo com a Mia. — Digo, cruzando os braços. — Não vou me perdoar se for culpa minha.

— Eu entendo seu medo mas, deixar ela lá e ficarmos apenas aqui, será pior. — Diz Lucke, encostando em meu ombro. - Nós realmente temos que seguir quem for, derrubar quem for. — Se fosse ele me dizendo isso, há alguns meses atrás, eu concordaria. Mas, hoje.. Eu só quero derrubar uma pessoa.

— Tudo bem, Carter... Consegue ligar o rastreador que colocamos no celular da minha mãe, ao meu? — Perguntei e ele concorda.

— Eu vou comprar passagens emergenciais para Atlanta. — Lucke diz, pegando a chave do seu carro.

— E eu vou enfrentar a Bárbara. — Suspiro alto, passando a mão pelos cabelos. — Enquanto isso, veja se o rastreador da Chloe funcionou.

— Vou checar chefe. —  Carter diz, antes de eu entrar no carro.

Pela primeira vez, eu admito que estou com medo, com medo por Mia e com expectativas sobre Thomas ainda estar com ela. Sei que não fui bom o suficiente, sei que ela merece alguém melhor que eu... Mas, algo dentro de mim, não consegue viver sabendo que ela está com pessoas como Brandon, meu próprio pai, que faz de tudo para acabar com a minha vida.

Chego no endereço, que o rastreador estava indicando. Pego a arma em meu carro, a carregando, antes de sair. Não reconheci o local, parecia uma casa, normal, nada luxuoso ou chamativo. Definitivamente, isso não era nem um pouco a cara da Bárbara. As luzes da casa, estavam acesas e parecia ter pessoas lá dentro, pelas sombras, conto cinco pessoas:

— Carter. — Digo baixo no celular, quando ele atende. — Tem pessoas aqui, acho que vou precisar de reforços.

— Certo, chefe. Rafael e Lucke já estão a caminho. — Ele desliga, guardo o celular, indo para os fundos da casa. Tentando, entrar, sem que percebessem. A porta da cozinha estava aberta, adentro sem pisar em falso e acabar com tudo.

— Você se acha muito esperto, não? — Ouço a voz de Chloe.

— Eu sou. — Uma voz masculina que não reconheço.

— Você precisa continuar com seu plano, Chloe. — Bárbara se pronuncia. — Aquela garota não vai se recuperar.

— O alvo não é ela. — Brandon parecia bravo. — Eu quero acabar com a vida do Aspen, até não restar nada, ouviram? O foco não é a Mia.

— Deixe de ser tolo, você tem repulsa dele mas, fica tão vulnerável por uma qualquer. — Bárbara diz o repreendendo.

— Ela quer matar você, ela tem ódio e repulsa de você. — A voz do desconhecido. — Eu vou matar você... — Agitação, até ouvir o barulho de uma arma, engatilhada.

— Faça isso, e a lindinha da Mia, vai receber mais uma dose... — Brandon diz, e para mim, já é o suficiente. Quando me viro para o cômodo, paraliso. Era uma porra, de uma gravação, é uma armadilha.

— Vocês tiraram o meu filho, vocês tiraram o meu melhor amigo... O que mais vocês querem? — Era Mia gritando, na maldita gravação. Ao ouvir seu desespero, eu travo. Eles pegaram o meu filho?

— Você foi descoberto, Aspen. É melhor correr, o tempo está passando. Onde será que a gente está? - Eu queria matar a Chloe. - Você estava certo, a Mia nunca te deixaria. Mas, você deixou ela. Vamos ver se você é realmente o melhor. — Algo começa a apitar, cada vez mais rápido, corro para sair pela cozinha mas, a porta estava trancada, chuto a mesma com toda minha força e nada, o barulho era cada segundo mais rápido e alto, chutava aquela porta, como se minha vida dependesse daquilo e realmente, dependia. Quando a porta cai ao chão, corro o mais rápido para fora e a casa explode, ensurdecendo-me. Rolo pelo chão, rapidamente. Sinto mãos me segurando, quando vejo rostos conhecidos, suspiro aliviado. Eles me levam até o carro:

— Está machucado, chefe? — Rafael pergunta e nego com a cabeça. Os gritos da Mia, não saiam da minha mente, arranco o moletom que eu estava, jogando com força para dentro do carro. Fecho os olhos com força, sentindo as lágrimas tomarem conta do meu rosto. Solto um grito de frustração, sentindo minha garganta queimar pela força.

— Eles pegaram o meu filho. — Digo, encarando meus companheiros. — Nós vamos procurá-los até no quinto do inferno. Eu vou esganar todos eles, até não sobrar nada.

— O que aconteceu lá dentro? — Lucke perguntei, eufórico.

— Era uma armadilha, eles sabiam que eu estava rastreando a Bárbara. Tinha uma gravação horrível lá dentro, com as vozes deles e os gritos da Mia. — Digo, ainda chorando. — Ela está sofrendo, sem nosso filho. — Eu estava com tanta raiva que mataria alguém, somente na surra.

— Precisamos correr então. — Lucke diz.

— Para onde? — Grito o olhando, esperando que ele respondesse. — A merda do rastreador da Chloe não funciona, ninguém sabe dizer o endereço daqueles desgraçados. — Rafael tenta me conter mas, seu celular apita.

— É o Carter, ele conseguiu. - Rafael comemora. — Ele conseguiu rastrear eles, temos o endereço. Ele disse que estão prontos e que Harold e Lexi já arrumaram o armamento no jatinho. - Meu coração se alivia, encontramos eles.

— Só tem um problema... — Lucke diz.

— O quê? — Perguntei, passando as mãos pelo cabelo.

Eu sou o problema. — Me viro, olhando para a Caroline atrás de mim, reviro os olhos.




Espírito de RetaliaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora