the pain for Melanie

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E ela se foi, em um último suspiro sua vida foi levada de meus braços. Seu corpo gelou depois de um tempo abraçada a ele, seu olhar sem vida me perfurou. Você devia ter uma vida, você merecia continuar aqui.

Alguns dias haviam se passado desde que ouvi o último suspiro de Melanie, desde que a vimos pela última vez. Não veríamos ela novamente, sem justiça, sem refrigério, apenas dor, dor por uma garota que tivera uma vida nada bonita, que foi vendida pelos pais, que se deitou com pessoas desconhecidas, se apaixonou mas, não teve o êxtase de viver uma relação de confiança e amor. E então, eu a tirei de lá mas, a coloquei numa vida perigosa e nunca irei me perdoar por carregar este fardo.

- Mia. - Aspen me tira dos meus pensamentos.

- Sim? - O olhei, estávamos na mansão Gottschalk. Apenas eu, ele, Patrick e muitos seguranças.

- Obrigado por estar aqui...e...por ter me tirado daquele lugar. - Ele disse, coçando a nuca.

- Tudo bem.. - Sorri de lado.

- Eu sei que você não está bem, vem cá. - Ele abriu os braços, eu precisava tanto daquele abraço. Não penso duas vezes em levantar e andar até ele, o abraçando. A forma como ele agarra forte meu corpo, me conforta. - A culpa não é sua. - Ele diz.

- A culpa é toda minha, Aspen... Eu simplesmente fodo com a vida de todo mundo que eu amo, minha mãe vive fugindo e eu nem fiz justiça por ela, Melanie morreu nos meus braços, você foi enfiado dentro de uma clínica fajuta, inconsciente para morrer. - Disse a ele, atraindo seu olhar.

- Você me ama? - Ele perguntou. - Você ainda me ama? Mesmo sabendo que somos irmãos?

- Aspen, não... Nós não somos irmãos de verdade. - Neguei suspirando.

- O quê? - Ele me olha.

- É isso mesmo irmão. - Patrick entra na sala. - Fomos traídos.

- Como assim? Por quem? - Durante a recuperação dele, com acompanhamento médico, Patrick achou melhor que não contasse a ele, todas as terríveis descobertas.

- Meu irmão, alguém ficou sabendo do exame, pediu a ele, não sei. Eu só lembro dele me apagar, quando encontrei a Mia, o teste havia dado positivo. Logo desvendamos isso. - Patrick explicou, Aspen cai sentado no sofá. Sua expressão de confusão, se enche de raiva em segundos.

- Eu vou matar ele. Eu vou matar todo mundo. - Ele chuta a mesa de centro que se parte em pedaços imediatamente.

- Você vai se machucar, garoto! - Disse a ele.

- Tenha paciência, agora não é o momento de ter raiva. - Patrick disse, ele tinha seu rosto cansado e deprimido.

- Então, eu sou realmente filho da megera da Bárbara? - Ele perguntou, encarei o Patrick.

- Não. - Respondi. - Você é filho de outra pessoa.... - Afirmei, um pouco nervosa.

- Não sabem como eu odeio não saber de onde vim e estar cercado de mentiras e traições. - Ele esbraveja. - A única coisa que me fez ter vontade de viver... - Ele me puxa para perto do mesmo abraçando meu corpo e beijando minha barriga pontuda, ainda muito de leve.- É você, filho.

Olho aquela cena e acabo me emocionando, pensando em Melanie, na vida do meu filho, e como Aspen devia estar se sentindo perdido, a forma como Patrick está sofrendo. Eu só podia ter errado muito feio, para estar recebendo tudo isso.

- Eu fico feliz de certa forma, por saber que nosso filho não é um bebê incesto. - Afirmo, enxugando as lágrimas.

- Fala de novo... - Aspen diz me confundindo.

- Fico feliz...

- Não, a parte do nosso filho.. - Ele levanta segurando meu rosto em suas mãos , olhando em meus olhos, me fazendo sorrir sem graça.

- Nosso filho, uai. - Ri de lado, era incrível a forma como ele me fazia sorrir.

- Eu amo você, Mia... Eu morri todos os dias esperando você. - Ele diz, se aproximando dos meus lábios lentamente, ele estava diferente e eu adorei ouvir aquilo da boca dele.

- Desculpe interromper, Sr. Aspen. Mas, sua mãe está ai fora e quer conversar com vocês. - Um dos seguranças entra, me afasto de Aspen.

- O quê? - Perguntei incrédula.

- Eu não quero ver essa mulher. - Ele negou.

- Ah, você vai querer sim. - Ela disse já entrando pela porta. - Essa garota inadequada sempre futricando nos assuntos da minha família. - Ela tirava as luvas de suas mãos.

- Não fale dela, Bárbara. - Vejo Aspen se posicionar a minha frente, fico feliz por ele querer me proteger. Vejo a mulher maldosa, se sentar com elegância na poltrona, colocando sua bolsa no colo.

- Não seja tolo, meu querido filho... - Ela riu irônica. - Essa mulher não é e nunca vai ser boa para você.

- Não sou seu filho, não ouse me comparar com o monstro que você é. - Sorri com o que ele diz.

- Então, ela te contou que você é filho de Lucyane? - Ela perguntou.

- Não mas, estava prestes a contar, assim que soube da sua tentativa fajuta de sabotar o exame que fiz com Grace, forçando um de meus homens a me trair. - Ela negou com a cabeça, o fuzilando com o olhar.

- Não diga o nome dessa vadia. - Tento ir para cima dela mas, Aspen ainda está na minha frente. - Filha de vadia, vadiazinha é.

- Como você consegue vir até aqui, depois dos seus homens matarem a Melanie? - Gritei com lágrimas nos olhos. - Como pôde fazer isso? Você está matando todos a quem eu amo... Como consegue viver com isso? Como pode viver assim? - Digo. - Você mata tudo que vê pela frente...

- Se calme querida, ainda não matei você e esse seu bebê nojento. - Ela diz sorrindo de lado, solto um grito tentando ir pra cima dela. Harry, me segura, me levantando do chão e me afastando dali. Ele sobe as escadas comigo nos ombros.

- Tirem essa mulher daqui e não a deixem entrar mais. Ou vocês estão mortos. - Ele diz. O mesmo me coloca sentada em sua cama, me olhando, eu não conseguia cessar o choro. - Você precisa se acalmar, Mia.

- Ela ameaçou o nosso filho, como diz isso para mim? - O olhei incrédula.

- Ela vai pagar por isso, eu te garanto. - Ele acaricia meu rosto.

- Sabe, Aspen, eu não quero mais passar por essas coisas. Viver perdendo todos a minha volta, não é para mim. Eu só queria voltar a ter minha vida que tinha antes de tudo dar errado. - Desabafo. - Eu não tenho mais força, nem psicológico.

- Eu sei, eu sei disso. - Ele senta ao meu lado me abraçando, sinto o mesmo beijar o topo da minha cabeça. - Eu estou tão perdido quanto você mas, a gente vai dar um jeito, minha menina. - Sorri, deitamos juntos na cama, apenas abraçados, perdidos e sofridos. Nunca havia tido um momento daqueles com Aspen, apenas juntos, sem mentiras, sem vingança... Só eu e ele.

Espírito de RetaliaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora