Diz uma certa lenda de origem chinesa que no momento do nascimento, os deuses amarram uma corda vermelha invisível nos tornozelos dos homens e mulheres que estão predestinados a ser "alma gêmea". E sei que talvez Harry seja a minha.
Caminho nos corredores da clinica, inquieta, impaciente, uma pilha de nervos, se passou uma semana desde que soube onde estava, tive a certeza que minha mãe havia me achado e do casamento de Harry, que agora o menciono apenas como Aspen. Se passaram sete dias desde que soube que estava realmente com sentimentos fortes por ele, tão fortes que minhas noites eram pessimamente dormidas, só pensava em seu toque, suas palavras por mais grosseiras que fossem, o jeito arrogante de falar de si mesmo e principalmente, a forma como ele me pegava, beijava, mordia e fodia apenas a mim:
- Alissa, Alissa! - Shelly corre pelo corredor até mim.
- O que foi? Conseguiram? - Pergunto a olhando.
- Sim, Mel e Lucy conseguiram. - Abracei a mesma pulando de felicidade. Havia entrado em contato com Lucke, contando que estava viva e bem, contei do casamento e sobre os planos de Cordon. Estamos comemorando que Lucy e Mel conseguiram desembarcar aqui e estão a caminho. Elas serão nossos olhos e ouvidos no casamento. Por mais que eu não aceitasse de forma alguma, de um jeito ou de outro, Alexia conseguiu Aspen.
- Nossa, eu estava com tanto medo. - Digo suspirando aliviada, que saudades delas.
- Está na hora do jantar, você precisa comer, Alissa. - Shelly me disse, caminhando até o refeitório.
- Desculpe Shelly mas, eu não tenho tido fome..
- Nem sono. - Ela exclamou. Shelly sabia que eu apenas chorava essas noites. - Por favor, apenas um caldo.
- Tudo bem, tudo bem. - Me dou por vencida, já podia sentir meu corpo vacilando.
- Quando você vai perder o costume de parar de comer quando algo te entristece? - Shelly disse muito parecida com o que minha Mãe diria.
- É natural. - Dou de ombros, me sentando na mesa. - Come comigo hoje? - Perguntei fazendo biquinho.
- Tudo bem, tudo bem. Vou só falar com a Jessy que vou comer e já venho com seu caldo e minha comida. - A olhei estranhando.
- Quem é Jessy? - Perguntei.
- Desculpe.. Detetive Cordon. Droga. - A olhei e ela parecia se importar muito com a policial.
- Vai lá. - Sorri fraco, não gostava de ficar sozinha em meio a essas pessoas que eu não faço ideia de quem são, logo minhas mente me invade de memórias. Meu peito se enche de angustia e saudade, odeio ser impotente em relação a esse sentimento. Torço aos céus para Lucy, Mel e Shelly estarem comigo, não podia ficar só que Aspen tomava conta de toda minha mente e meu corpo, como de costume. Vejo a morena se aproximando com uma bandeja, ela parecia desanimada algo teria acontecido quando ela foi conversar com a tal Jessy, que na verdade é a detetive Cordon.
- Está tudo bem? - Pergunto assim que ela senta ao meu lado.
- Uhum.. - Ela concorda com a cabeça baixa, me entregando uma tigela com caldo, sachês de sal e uma colher. Conhecia ela, algo estava errado e sempre quando tem a ver com a policial.
- Você gosta dela, não é? - Seguro sua mão e a mesma trava, subindo a cabeça lentamente para mim. Vejo que seus olhos marejaram e me arrependo de ter dito. - Não chora, desculpa, desculpa... Que droga Shelly, desculpa!
- Não tem nada a ver com você, você só me faz bem! - Ela suspira entre lágrimas, sorrindo forçadamente.
- Vamos comer lá fora? - Perguntei sorrindo e ela concorda. A ajudo a levar nossas comidas, sentamos num banco em baixo de uma árvore. - Eu também acho que gosto de alguém que não devia... - Coço a nuca. - Ele vai se casar e ter um filho.
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Espírito de Retaliação
Roman d'amourDe todas as armas que estão prontas para a guerra, não existe melhor arma que a mente humana. É nela que está o plano de ataque, instinto, treinamento, e onde podemos perceber quem são aliados e quem são os temidos inimigos, onde diferenciamos o amo...