150° capítulo

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Henrique.

Aquele jantar foi...

As coisas estavam indo tão bem.

Como ela pode ser filha dele? Como?!

No jantar inteiro trocamos olhares, mas ela estava noiva, como disse.

Era Letícia, a garota cuja já engravidei.

Ela abortou.

Ainda bem que Maria sabe disso.

Em casa eu ainda estava com a mesma cara, lembrando de Caio dizendo sobre nunca ter sido um pai presente pra Letícia e que por esse motivo agora ele estava sendo mais presente. Letícia por sua vez deixava bem claro que foi feliz a adolescência toda e que agora estava mais ainda.

Indireta pra mim, claro.

Nunca amei ela, como disse, sempre fui o tipo de adolescente que só queria gozar bem dizer. Então Letícia faz parte desse passado, desse que nunca mais voltará a existir.

Só não é legal a ver, não depois de tudo que fiz, não depois de tudo que falei a ela.

E muito menos agora... Sei lá.

- Maria.. - ela estava brava, não havia percebido.

- oque? - se virou pra mim. - vai me dizer quem é ela? - eu estava me sentindo péssimo.

- amor deixa eu explicar.

- não precisa. - tirou os saltos na porta do banheiro e entrou pra dentro dele. Ouvi o barulho da porta sendo trancada e soltei todo o ar que tinha no meu peito.

Isso só estragaria tudo entre eu e Maria.

Ah meu deus.

O passado é algo terrível.

- Maria por favor... - bati suavemente na porta. - tem que ouvir o meu lado da história, tu sabe quem é ela. - fiquei em silêncio por alguns segundos, até ouvir o seu choro baixinho. - por favor não faz isso, não sofre sozinha. Sabe que eu sou teu, sabe que eu nunca fiz nada estando contigo. - eu me sentia péssimo, mais um pouco eu chorava. - por favor.. - em um segundo a porta foi aberta.

Maria realmente chorava e a maquiagem já estava toda borrada.

- não faz assim. - a toquei mas ela desviou. - por favor. - eu tinha uma expressão de tristeza e estava a ponto de chorar, sério mesmo.

- como que eu a conheço? - me olhou profundamente.

- Letícia é a garota da minha adolescência.

- seu grande amor? - neguei na hora.

- nunca, nunca me apaixonei por ela. - falei com sinceridade.

- então ela é oque?

- a garota que eu engravidei. - Maria abriu a boca e as lágrimas começaram a rolar, suas sombrancelhas tremiam e foi quando ela deu um passo pra trás. - amor...

- você tem um filho? - olhei confuso.

- oque? Não! Não tenho! - cheguei mais perto. - lembra que eu te falei que engravidei uma garota, e que na época eu não queria nada com ela e ela vivia dizendo que o seu pai era bravo e ela tirou sem eu saber... Acredita em mim, já tinha te falado isso. - Maria olhou pra outra direção pensando.

- eu me lembro.

- sim, eu te falei. - me olhou.

- então por que você ficou assim no jantar, até aqui em casa. - respirei fundo.

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 1Onde histórias criam vida. Descubra agora