• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 1

78° capítulo

Henrique.

Maria já estava pronta, aliás, desde bem cedo.

Hoje iríamos ao zoológico, como ela mesmo sugeriu antes de ontem, porém seria ontem mas ontem ela tinha psicólogo e a minha mãe não tava lá nas melhores. E Maria disse que queria que fosse perfeito com todo mundo junto.

- bom dia. - digo ao descer.

- bom dia meu filho. - vejo minha mãe fazer vários sanduíches. Provavelmente pra levar já que são 10h.

- a gente pode conversar? - fui pro seu lado, peguei uma das facas de passar manteiga no pão e ajudei ela a passar a maionese.

- não quero discutir com você.

- nem eu, por isso eu disse pra gente conversar. - fui ignorante sim mas ela tá me escondendo coisas. - sai toda arrumada pra ir pro hospital, não fala oque aconteceu por que se fosse o Pedro tu já teria dito algo. - ela parecia apreensiva, tava até colocando o queijo no pão de uma forma errada.

- seu pai acordou, é isso. - largou as coisas e colocou as mãos no balcão em forma de raiva. Depois suspirou. - seu pai foi o grande amor da minha vida, Henrique. Ele errou e eu sei que ele não pode consertar oque fez mas se ele tentar, pelo menos tentar, eu dou uma chance. - ri.

- uma chance? Pra ele largar a nova mulher, voltar pra ti, te tratar como lixo e no final eu te ver infeliz? Mãe, olha oque eu tu tá fazendo, olha oque tu tá dizendo! Passou anos tentando sair da vida dele e quando finalmente conseguiu vai voltar? - eu negava não acreditando. - quer apanhar e ir dizer pra Cida que foi com a amante dele? Ou por ciúmes de alguma mulher com quem ele falou? - larguei as coisas também.

- por favor, hoje é pra ser um dia feliz, dia das meninas se divertirem, não estraga isso. - disse ao ouvirmos passos.

- quem tá estragando é você. - apenas respondi e vi Maria descer as escadas já pronta, segurando algumas blusas na mãos.

- oiiiiiiiiii. - sua animação me fez querer parar de pensar em coisas que me dão ódio.

- oi meu amor. - dei um selinho nela e ela me olhou feliz.

- vou emprestar pra Bia tá bom? - concordei normal.

- quero ver entrar nos peitos dela isso. - falei rindo. Provavelmente ela vai estragar as blusas da Maria e vou vê-la triste depois dizendo que tá tudo bem.

- Bia, eu tenho todas essas que ficam um pouco larga, ah, e essa que você gostou. - Bia vinha do seu "quarto" e quando chegou na Maria pegou as roupas.

- obrigada. - as duas sorriram.

- tia, quer ajuda? - a cara apreensiva da minha mãe mudou quando Maria falou, ela sorriu e concordou.

- quero sim, mais em outra coisa. Eu fiz brownie que você pediu, põe no pote pra tia? - Maria foi toda feliz.

- claro tia. Henrique, ajuda a fazer o sanduíche. - me olhou com aquele rostinho perfeito e eu me recusava a dizer não, mas me recusava a ficar do lado da minha mãe.

Enfim, eu ajudei, guardei e no final já estava tudo pronto. Na cabeça da Maria, que planejou tudo, passaríamos a tarde no zoológico e ela planejou um cardápio bem grande com bolo, sanduíche, enroladinho e pastel. O resto ela disse que compraríamos lá. Não quis questionar em nada e nem mudar nada, ela tava feliz e seria bom descontrair um pouco no meio dessa loucura toda.

- antes vamos parar no hospital, quero ver se já posso tirar esse gesso. - falei em meio ao silêncio da cozinha. Maria tirava foto, minha mãe organizando os potes dentro da bolsa que levariamos e Beatriz rindo pro celular, provavelmente falando com o tal namorado.