123° capítulo

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Maria Clara.

Minha nossa.

Nem acreditava que hoje entraria na nova escola. Nem acreditava que hoje tudo seria diferente, com atividades a mais a serem feitas e com pessoas diferentes perto de mim por tanto tempo.

Era hoje.

Respirei fundo dentro do carro do daddy, antes iria para o hospital, daddy havia ligado para Cida avisando sobre a escola e pedindo conselhos sobre como proteger o gesso. Já que em casa era um ambiente totalmente diferente da escola.

Então depois da ligação daddy saiu pra comprar a tal "tala" para minha perna. Que seria usada no lugar do gesso velho e sujo que já estava.

- relaxa meu amor. - disse colocando a máscara, no estacionamento do hospital.

- tô nervosa.

- não vai doer. - coloquei a máscara também.

- mas não é isso.

- ah, é a escola? - concordei abrindo a porta do carro e descemos. - relaxa que vai ser de boa. - dei a volta no carro e daddy pegou a minha mão, andando comigo.

Passamos direto, não tinha fila pra ortopedia e já que era só pra tirar o gesso, não precisava fazer um cadastro todo como sempre.

Cida não estava hoje, e aliás... Seu bebê tem apenas alguns dias pra ficar dentro da sua barriguinha.

Então na sala do médico, comecei a ficar mais nervosa ainda.

- uou.. que isso? - me encolhi pra trás, ele tinha uma maquininha na mão, parecia aquele negócio que corta pizza mas na ponta tinha lâminas e era menor.

- calma, isso aqui irá servir pra cortar o seu gesso.

- mas vai pegar na minha pele. - daddy e ele riram.

- não, pra isso eu vou colocar essa régua de metal em baixo. - fiquei pensando até me acalmar.

E por incrível que pareça, não doeu nadinha. Foi muito bom sentir o gesso se partindo e o ventinho entrando.

Credo! Minha perna estava branca!

Não doía mas eu não conseguia mexer. O médico colocou a tala preta e mais grossa que o gesso em mim e me orientou a tirá-la sempre que eu chegar da escola, já que o daddy mencionou a mesma. Era pra eu voltar a me acostumar a andar ou pelo menos mexer o pé durante 10 minutos por hora. Para os meus ossos não se atrofiarem.

Ok, agora era a escola. Eu estava surtando. Estava com medo.

E se me zoassem?

E se lá o bullying for muito pior?

- daddy espera. - digo tocando o braço dele eufórica. Ainda estávamos dentro do carro e isso fez daddy rir.

- tá cedo, podemos ficar aqui o quanto tu quiser. - eu ainda tocava ele. - tá tudo bem meu amor. - me deu carinho.

- e se eles me zoarem? - daddy negou.

- não vão, a educação dessa escola é bem diferente da outra. - olhei confusa pra ele.

- eles batem? - daddy riu.

- não meu amor, mas tudo que alguém fizer de ruim tem punição. Deve ser uma punição bem rigorosa. Porém com as aulas que tem os alunos não vão ter tempo de fazer bullying. - mesmo assim eu ainda estava preocupada. Sempre há tempo para fazer bullying.

- já sei daddy. - fiquei reta. - eu vou ser diferente. Não vou mais ser a Maria bobinha. - daddy pegou no meu braço me fazendo vê-lo.

- ei, não. - estava com o olhar firme. - não vai ficar sendo outra pessoa só pra ninguém te zoar. A Maria vai continuar sendo quem é por que mentir é feio. - respirei fundo.

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 1Onde histórias criam vida. Descubra agora