44° capítulo

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Henrique.

Eu tinha acordado a um tempo, tomei banho e agora tava recolhendo as roupas que Maria estendeu ontem com a ajuda de uma cadeira, nem quis ajuda nem nada e olha que era alto pra ela.

Fiquei com medo de sair pra comprar o café e Maria acordar, porém ontem ficamos o dia inteiro fora e ela ficou tão cansadinha que tá capotada até agora. Por isso não devo me preocupar mas tomarei medidas cuidadosas, como:

Trancar bem a porta, deixar um bilhete pra ela e dizer ao porteiro pra não deixar ninguém entrar.

Porém o que me perturba são os moradores que eu não conheço... E Pedro, que mora perto.

Faço o bilhete, dizendo que eu voltaria logo mas acho que esse bilhete ela nem verá, não vai acordar mesmo.

Coloquei o mesmo no meu criado mudo, pra quando ela acordar se virar pro meu lado e ver. Depois fui correndo pra padaria mais perto e comprei o nosso café.

Vim por outro caminho, mais curto, e achei uma floricultura, acho que depois do que aconteceu Maria merece ser mimada, eu sei que esse não é o método mais próprio pra fazer uma pessoa esquecer de abusos mas amor e proteção ajudam e Maria sabe que pode ter tudo isso de mim.

Comprei algumas rosas, Maria não sabe cuidar e a culpa não é dela, elas não duram mesmo por muito tempo. E Maria acaba ficando desesperada e triste.

Comprei uma caixa de bombons e por incrível que pareça achei uma caneca de unicórnio na loja, que vinha com pirulitos de chocolate com morango dentro.

Perfeito pra ela.

Quando cheguei em casa já me preocupei a mil, tinha demorado, mas as cortinas do nosso quarto não estavam abertas e Maria tem o costume de abrir quando eu não distraio ela com rotinas matinais.

Sei que ela ainda tá dormindo. Entro em casa silenciosamente, o relógio marcava exatamente 10h e se eu deixasse Maria mais um pouco na cama era não tomaria café e ficaria com fome até o almoço.

Subo pro quarto, ela ainda dormia, na mesma posição. Tá bem cansada mesmo mas preciso chama-lá.

Com os presentinhos que eu comprei, vou até a cama e me sento ao seu lado chamando ela.

- amor? - coloquei as coisas do seu lado e fiz carinho nela. - Maria. - tirei o seu cabelo do rosto e ela mostrou os primeiros sinais, se virando ainda de olhos fechados pra mim e murmurando algo. - já são 10h. - ela assentiu, voltando a dormir. - o daddy achou uma coisa que tu vai amar. - ela abriu os olhos, me olhando mas logo olhando as coisas do seu lado.

- oque isso daddy? - se sentou, curiosa. - uau! Flores! - pegou e eu sorri. - daddy isso é pecado. - ri.

- por que?

- por que eu não sei cuidar. - fez carinha triste e eu beijei ela.

- isso não importa, o daddy sabe que não é sua culpa.

- eu amei. - me beijou. - e isso? É pra mim? - disse toda fofa, pegando a caixa de bombom e analisando, logo depois viu a sacola de papel com o logo da loja de chocolate e pegou a mesma ansiosa. - DADDY! - Maria gritou, porém de alegria. - daddy unicórnio! - ri, ver ela assim que deixava feliz, me fazia o homem mais feliz do mundo.

- gostou? - ela abriu a boca, não acreditando.

- gostar? Eu amei daddy! - me abraçou, tão forte que eu agradeci a Deus por ela estar mostrando sinais de felicidade. Nos dias anteriores era só choro e eu odeio ver ela assim.

- então vamo lá tomar um Nescau na caneca nova? - Maria assentiu, animada.

Antes disso ela foi pro banheiro fazer suas necessidades. Ontem quando chegamos tínhamos tomado banho e não precisava hoje, além disso também não forçaria ela a tomar estando tão empolgada assim.

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 1Onde histórias criam vida. Descubra agora