116° capítulo

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Henrique.

Assim que entrei na sala onde teria uma reunião com um cliente, vi que na verdade o "homem" que minha secretária disse que estava me esperando, era na verdade um filho da puta.

- oque quer? - ele estava sentado, papéis pela mesa e me sugeriu uma cadeira.

- conversar, apenas conversar Henrique. - era ele, o pai da Maria.

- depois de tudo que tu fez, ainda quer conversar? - cheguei mais perto.

- tenho uma novidade pra te falar... Sobre a Maria. - eu me sentei, puxei a cadeira e sentei.

Se era sobre a Maria eu queria saber do que se tratava.

- não quero mais a guarda dela. - disse ele, sério.

- ah claro, falou isso da última vez..

- meu filho me convenceu, conhece ele? - não respondi. - Henrique... - seu olhar estava singelo. - descobri um tumor no cérebro, em poucos meses vou perder a memória e virar um vegetal. Não tem neurocirurgião que me salve. - minha expressão mudou. - aqui estão todos os papéis, minhas poses serão dividas entre Matheus e Maria. Não quero briga só... Quero pedir desculpas pra ela e pra você. - parecia... Piada. - esses são documentos e os atestados médicos. - me entregou vários papéis.

O nome dele estava lá, com o diagnóstico.

- a quanto tempo isso? - o olhei, talvez um pouco preocupado.

- um mês. - engoli em seco.

- por que parece um jogo? - deu de ombros. - do jeito que tu é.. pedindo desculpas?

- não tenho família... Não tenho amigos... As pessoas mais próximas são Matheus e Maria. - não respondi, não tinha oque dizer. - olha... - se acomodou. - se acha que é um jogo pode ver até onde isso vai. - juntou os papéis. - não vim com advogado nem segurança por que isso era um papo sério, já me conformei que vou morrer e deixar tudo que eu conquistei, mas não me conformei que todos esses anos sendo pai, eu nunca fui um cara bom.

- nunca foi um pai bom.

- isso..

- nunca foi um pai presente, responsável... Maria é como é por sua culpa, graças a deus ela tem a mim, que nunca quis o seu mal...

- eu vou recompensar.. vou dar oque ela precisar.

- não, Maria já tem tudo, tem o dinheirinho dela, as coisinhas dela... Nada falta, nunca faltou e não vai faltar. - me levantei. - não sei oque tu quer com isso, se é um joguinho, se é só uma tática de jogo eu não sei... Mas leva esse papo contigo pra fora da minha empresa. - fui até a porta e abri, esperando ele sair.

- Henrique..

- não cara, não. Vai embora, deixa eu e a Maria em paz... Deixa ela viver longe de ti. - ele juntou os papéis, seguiu até mim e me encarou, seu olhar dizia a verdade mas eu não consigo acreditar.

- só quero me desculpar com ela, ela não precisa ficar sozinha comigo. Pode ser até ao lado de polícias armados, eu só quero pedir desculpas. - aliviei o olhar. - tchau Henrique. - bateu no meu ombro e saiu.

Oque foi isso?

Esperava por uma intimação sei lá.

Um processo..

Mas um tumor? No cérebro?

Os atestados médicos diziam muito a verdade mas eu não sei oque pode ser verdade ou não vindo da boca dele.

Maria Clara.

Estava penteando o meu cabelo quando a tia Vera entrou no quarto.

- Henrique disse que você tava com dor de cabeça, nem me avisou. - veio até mim pegando o pente da minha mão. Olhei pra ela contra o espelho do quarto.

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 1Onde histórias criam vida. Descubra agora