117° capítulo

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Henrique.

Maria quis tomar banho sozinha hoje, havia voltado mais cedo do trabalho e buscado ela na escola. Comprei sorvete que "comeriamos" como diz Maria, depois do almoço. Que provavelmente será pizza por que eu não vou ter tempo de preparar algo.

Talvez vou dizer toda a situação pra Maria. Do tumor no cérebro e o que aconteceu hoje.

Aliás, estava com muitos problemas na cabeça, o primeiro e mais importante era o que eu vi no portão da escola da Maria. Estavam rindo dela e ela não estava gostando, porém riu junto. Perguntei oque era e Maria disse que a piada não era engraçada.

Depois me veio a cabeça que a piada era ela.

Mas eu resolveria isso depois, não deixaria assim não.

Hoje no trabalho, como de costume chego e começo a fazer oque deixei pendente ontem. Hoje não foi diferente.

E fazendo os trabalhos e digitando e-mail para clientes importantes e mais antigos, minha secretária me chamou. Obviamente esperava por ser o pai da Maria já que ela disse sobre um sujeito que já esteve aqui.

Mas não, era o Matheus. Estava abatido, fora de si.

O cabelo bagunçado e a roupa mal colocada.

Ele me explicou sobre a situação do pai, disse que não sabia oque faria sem o seu apoio, e pior, ele o ama e eu entendo como é.

Tirei algumas dúvidas com ele e ele havia dito que veio aqui me ver pra exatamente isso, pra me esclarecer dúvidas.

Me contou sobre o acidente com mais detalhe, a falha na memória do pai dele era na verdade o abuso de drogas e álcool. Ele perdeu a memória sim mas por conta do álcool. E aí veio a notícia de que uma das passageiras, eram três, veio a falecer.

Mas por causa do diagnóstico do tumor, ele não foi indiciado por nada além de uma multa alta que ele pagará.

Matheus estava aflito com tantos papéis e advogados na casa do pai dele, diziam sobre os bens que ele estaria deixando e os mesmos que seriam divididos em duas partes. Obviamente Maria e ele.

A gente trocou muitas informações, Matheus parecia dizer a verdade, estava mal com a notícia que eu tive que pedir a secretária para trazer água e calmantes que tínhamos. Ele ficou melhor mas ainda sim estava fora de si.

Depois de longos momentos conversando, ele foi embora e eu liguei pra Cida. O nome dela surgiu no momento, Dr, Cida, como ele mesmo mencionou.

Cida me disse exatamente isso, falou que era pro bem da Maria dizer a verdade sobre o tumor. Além disso Cida sabe de toda história entre eu e o pai da Maria. Me falou que fez os exames duas vezes e realmente era um tumor inoperável. Ela disse para eu ligar depois que ela ia me explicar melhor. Estava um pouco ocupada.

Ele tinha 1 mês e 3 semanas de vida.

Oque é isso...

Como irei responder perguntas a ela?

E se eu não falar.... Talvez ela nunca se lembre dele.

Ela não precisa saber.

Isso só...

- daddy! - parei de pensar, ela era mais importante.

- pronta? - apareci nas escadas, estava na cozinha pensando.

- me ajuda? - sorri e subi as escadas.

- ajudo. - digo já a sua frente.

Peguei ela no colo e descemos.

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 1Onde histórias criam vida. Descubra agora