22° capítulo

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Henrique.

Desço depressa do carro e entro em casa. Depois de ouvir a voz da Maria ao telefone, a 20 minutos atrás, voei na estrada com medo de ter alguém do lado dela mandando ela falar aquilo.

Mas o porteiro não havia deixado ninguém entrar.

Subi pro quarto e encontrei Maria sentada na cama agarrada aos próprios joelhos. Ela chorava.

- meu amor! Oque foi? - fui até ela e abracei.

- eu quero morar com o meu pai. - sua voz mal saiu por causa do choro e por estar abraçada nos joelhos.

- olha pra mim e fala direito. - ela me olhou. O rostinho vermelho de culpa. - oque foi meu amor? Me diz. Quem fez isso. - sequei suas lágrimas.

- eu só quero o meu pai. - era difícil acreditar nela, depois do que passamos e depois de vê-la implorar pra eu não deixá-la.. realmente eu não acredito em uma só palavra dela.

- não, você não quer. - ela assentiu rapidamente.

- ele disse que... Eu só quero ir tá bom? - ele disse oque?...

- cadê o teu celular? - procurei pela cama e ela segurou a minha mão.

- daddy ele vai... Te matar. - aquilo partiu o meu coração. Não por saber que posso morrer mas sim por que Maria Clara, a minha Maria estava prestes a se sacrificar por mim, morar com o pai pra não me matarem é algo que ela faria sem pensar.

- me escuta. - peguei na sua mão. - eu não ligo se ele vim atrás de mim, me dar uma surra por que matar ele não vai assim do nada, ainda mais agora no meio desse processo. Mas eu não quero mais ouvir isso da sua boca ouviu? - ela concordou. - eu não quero te ouvir dizendo isso no tribunal, e você sabe oque ele vai fazer contigo não sabe? - eu dizia calmante, não queria passar a ideia de que eu estava mandando nela, só queria que não fizesse merda por causa de mim. - tudo bem? - assentiu.

- mais e se eu ficar com ele?

- não vai.

- mais e se ele tiver um bom advogado?

- amor, estamos juntos por que nos amamos, qualquer um é a prova disso. Eu não te tranco dentro de casa, não digo que não pode sair, só não gosto quando sai sozinha. Mais tu é uma garota livre pra fazer oque quiser, o teu pai sabe disso e todos naquele tribunal vão saber. Você tirou o nosso filho por medo de que os outros separassem a gente não foi? - ela concordou. - então minha princesa. Não se preocupa por que ninguém, nem mesmo o teu pai vai separar a gente. - enquanto eu dizia calmante isso tirava a mecha de cabelo que estava no seu rosto e limpava suas lágrimas.

- você me perdoa por dizer isso? - sorri fraco.

- perdoo. - a beijei. - agora vamos esquecer isso. Cadê o seu celular? - ela tirou ele do meio das pernas. - tá, vai tomar um banho que eu vejo uma roupa pra você.

- você não vem comigo?

- não, hoje não, vai lá que eu vou fazer uma coisa aqui. - beijei sua testa.

- posso colocar a minha roupa nova? - fingi pensar.

- hum deixa eu ver.. - ela ficou me olhando triste ainda. - só se você me dar um beijo. - ainda com os olhinhos tristes e cheios de lágrima, Maria ficou na ponta dos pés e se inclinou pra me beijar.

- posso?

- pode minha princesa. - ela sorriu e foi pro banho.

Eu nem sabia que roupa nova era kk.

Enquanto ela tomava banho eu transferi todas as ligações do celular dela pro meu, isso por que o celular da Maria tem um app pra isso. Não controlo ela mas esse episódio do pai dela ligar pra ameaçar já aconteceu e eu fiquei com medo de Maria sair pra encontrar ele. Por isso o app. Mais a ligação inteirinha foi direto pro meu celular.

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 1Onde histórias criam vida. Descubra agora