155° capítulo

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Henrique.

Usava o meu melhor terno, hoje era meu aniversário.

Mas também o dia em que decidi ir falar com Letícia.

Maria sempre em primeiro lugar então ela é a pessoa em que pensei primeiro quando decidi que seria hoje. Porém ela disse: "pode ir por que você não pode ver a sua surpresa". Alguns minutos depois voltou e disse: "um pedido de desculpas leva no máximo dois segundos pra ser dito".

Mas ela me deu um tempo, e eu jurei que não demoraria.

Caio havia passado seu endereço e torci pra ela não estar com seu noivo, que aparentemente mora junto com ela.

Estacionei o carro em frente a um apartamento luxuoso, era bem localizado em São Paulo.

- boa noite. - digo chegando na recepção.

- boa noite, em que posso ajudá-lo? - perguntou o porteiro.

- vim falar com a Letícia, ela mora no 504. - ele concordou pegando o telefone.

- vou telefonar pra confirmar sua entrada tudo bem? - concordei.

Esperei um pouco até o porteiro me deixar subir. Peguei o elevador e fui.

Ficava falando várias vezes as palavras que usaria para falar com ela mas elas se destorciam na minha boca.

Quando o elevador por fim se abriu eu saí, não foi nada difícil achar seu apartamento, era só alguns passos do elevador.

Bati suavemente na porta e aguardei, ajeitando a manga do terno e abotoando o botão dela que havia se soltado.

Alguém por fim abriu a porta.

Mas não era ela.

- desculpa eu...

- entre. - achei que havia batido na porta errada.

Foi um homem quem me atendeu. Alto, pele branca, barba e cabelos loiros escuros. Tinha olhos castanhos e usava roupas de marcas mas normais e simples.

A primeira impressão do apartamento quando entrei foi: arrumado de mais. Sabe, como se houvesse algo estranho.

- eu vim conversar com Letícia. - ele me olhou.

- sim, sei quem você é. - engoli em seco. Medo eu não tinha, não dele e muito menos do seu olhar.

Era mais como: "ah, eu conheço você, é o cara que bateu na minha mulher e que fez ela abortar".

Era mais isso a minha angústia.

- vem, ela está vindo do seu curso a noite. - andou até a sala e eu o segui.

Não era um apartamento grande mas presumia que viviam só eles então tudo parecia maior.

- eu vim pra falar de um assunto bem delicado. - falei e ele me olhou.

- desde que não a leve pro quarto. - riu mas eu não achei graça.

- você disse que.. sabia quem eu era. - ele se levantou.

- ah, é. Henrique né? - pegou dois copos e um whisky voltando pro sofá. Só assenti em resposta a pergunta. - o pai dela comentou sobre os filho da mulher, Letícia se lembrou de você e me contou do passado dos dois. - por um segundo tive a impressão de que ele... Não ligava.

- desculpa, qual seu nome? Vocês estão noivos certo? - queria saber mais, ele era estranho.

- me chamo Endriw. - esticou a mão com o copo e eu fiz o mesmo, brindando com ele. - Letícia e eu nos conhecemos a 1 ano e alguns meses, e é, estamos noivos. - bebeu todo o líquido do copo e eu pude notar seu punho machucado.

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 1Onde histórias criam vida. Descubra agora