71° capítulo

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Henrique.

Estaciono o carro na garagem e ao descer escuto apenas o som dos grilos.

Deve ser umas 3h da manhã.

- ela tá bem? - pergunto ao entrar em casa e ver a minha mãe mexendo a colher na caneca de unicórnio da Maria.

- ela continua chorando de dor, sei que chá não ajuda mas ela pediu por algo quente. - concordei correndo lá pra cima.

Maria está bem, longe de doenças graças a deus.

Mas... Muito cólica e ainda faltam dois dias pra ela menstruar.

E estávamos arrecem transando, quando ela acordou desesperada de dor no meio da noite eu disse: "puts, machuquei Maria", e realmente, eu pensava que havia feito algo no meio da foda mas ela dizia ter cólica e que não parava nem por um segundo.

- mor. - escuto o seu choro após entrar no quarto. - calma, o daddy comprou o remédinho. - ela chorava sentada na cama.

- eu acho que... Que... Manchou toda... A cama. - tirei o cobertor de cima dos seus joelhos com cuidado e a cama tava toda vermelha. - des... Desculpa daddy. - neguei triste.

- ei, não se desculpa por isso. - cobri ela novamente pra não ser exposta ao frio mais ainda.

- trouxe água, acho que o chá vai tirar o efeito do remédio meu amor. - minha mãe adentrou o quarto, usava um roupão roxo de veludo por ter se acordado com o choro da Maria.

- desculpa... Ter te acordado. - tadinha.

- tá tudo bem, não é culpa sua. - minha mãe se sentou na cama e puxou Maria pro seu colo. - o Henrique vai te ajudar a tomar um banho e eu vou arrumar a cama aqui ok? - Maria concordou e eu tirei um remédio pegando a caneca com água.

- toma meu amor. - ela fez o mínimo de esforço pra se sentar e pegar a caneca junto com o remédio. Pôs na boca e deu um gole na água. - pronto? Engoliu? - concordou, voltando ao colo da minha mãe.

- tia, fica aqui.. até passar? - minha mãe fazia carinho na cabeça dela.

- claro meu amor.

Aquilo desencadeou um sentimento, Maria precisa de uma mãe, pra pelo menos esses momentos de tristeza na vida dela.

Tadinha, ela é tão forte, perdeu tudo mas sempre sorri.

Eu tenho orgulho dela.

Enquanto Maria ficava ali com a minha mãe eu fui ver uma roupa, peguei um pijama comprido, um que ela gosta que a calça tem elástico em baixo e fica justinho na perna dela. Talvez ela se sinta mais confortável. Peguei a melhor calcinha pra esses dias e fui pro banheiro ajeitar o absorvente na sua calcinha. Maria me ensinou a fazer isso e refletindo nisso agora, enquanto arrumo o absorvente, Maria pensou exatamente que um dia isso aconteceria, que um dia ela estaria muito mal e precisaria da minha ajuda e fico feliz por saber fazer todas essas coisas.

- Henrique. - voltei ao quarto após ouvir a voz da minha mãe. - já passou, ela tá quase dormindo. - Maria me olhou sonolenta mas não chorava mais, apenas soluçava por conta do choro.

- vem meu amor. - ajudei ela aos poucos.

- eu vou pegar roupa de cama limpa.

- mãe, pega o cobertor de veludo dela, tá lá na sala. - minha mãe concordou e saiu do quarto. - põe o chinelo. - ela colocou.

- daddy, eu não sou forte pra fazer isso sozinha. - disse segurando a minha blusa com força.

- tudo bem, não precisa ser.

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 1Onde histórias criam vida. Descubra agora