Batalha Dos Imortais V

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***Gabriel

Quando voltei a olhar ao meu redor, notei que Rafael estava com sérios problemas. Sandara tinha um de seus braços erguidos.

Utilizando de alguma magia, ela mantinha Rafa suspenso no ar a metros do chão. O corpo do rapaz estava completamente rígido, enquanto flutuava sobre a ponte. Ao mesmo tempo, ele gritava de maneira abafada, como se estivesse sufocando.

A velha, demonstrava tanta satisfação e confiança na dor que causava ao rapaz, que estava virada de costas para o local onde eu me encontrava de pé, totalmente confiante.

Eu já estava de saco cheio de tanta covardia. Para onde quer que eu olhasse, só conseguia enxergar maldade, dor e desgraça.

Ouvi um forte estrondo, acompanhado por um tremor que sacudiu todo o solo. Quase não consegui me equilibrar.

Quando olhei para o castelo, que era de onde havia vindo o sonoro estrondo, avistei uma imensa fissura se formar em sua fachada, de sua base ao topo. Eu sabia que aquela estrutura não iria aguentar mais tantos solavancos.

Assustada com o acontecido, a irmã de Pavel, olhou para trás, foi quando ela me viu. Parecia estar chocada e insatisfeita por me encontrar tão ileso daquela forma.

— Eleonor?! — Ela gritava, olhando para várias direções. Mas eu sabia que ela não encontraria a pessoa que estava procurando.

Acho que o que fui obrigado a fazer com a ruiva, aconteceu de forma tão rápida, que a outra sequer percebeu, já que estava ocupada demais torturando Rafael.

— Sua amiga não está mais neste plano! — Gritei para ela, usando um tom de provocação. Minha intenção era atrair a atenção dela toda para mim. — A esta altura do campeonato, ela deve estar sendo calorosamente recepcionada pelos Espíritos da Danação nas profundezas do submundo! — Completei, esboçando um meio sorriso.

— O que foi que você fez com ela, seu moleque! — Vi fúria estampar o rosto da mulher.

Impulsionada por todo aquele ódio, ela sacudiu o mesmo braço que mantinha Rafael suspenso no ar, o arremessando para longe com um forte pulso de energia.

Meu amigo voou por metros de distância, até que aterrissou do outro lado da ponte, levantando cascalhos e muita grama, parando aos pés de Miguel, que logo se abaixou em seu socorro.

Havia dado certo. Meu plano de fazer com que ela se irritasse, ao ponto de se esquecer do meu amigo, foi um sucesso. Cabia a mim, lidar com ela daquele momento em diante.

— Foi exatamente o que tu ouviu: eu eliminei aquela traidora suja!

— Vai se arrepender amargamente por isso, rapaz! — Ela estreitou os olhos e deu um passo em minha direção, já estalando os dedos da mão esquerda.

— Pegue-me se for capaz! — Provoquei-a uma última vez, antes de sair em disparada.

Usei de toda a minha velocidade, consegui escapar seja lá de qual feitiço que a velha havia conjurado. Cruzei a ponte em segundos e me reuni aos meus amigos do outro lado, cobrindo a retaguarda.

Eu sabia que todos já estavam ocupados demais com os recém criados, que avançavam cada vez mais. Beatriz mantinha as duas mãos erguidas no ar na direção contrária, enquanto mantinha materializado um escudo de luz translúcido, impedido o avanço dos vampiros em direção aos outros.

— Você está bem? — Perguntou ela aos berros, sem me olhar. Estava aflita demais.

— De boa! — Taranquilizei-a. — Trate de focar no que está fazendo, não precisa se preocupar comigo!

O Belo e O Fera: Herdeiro do Mal; Batalha dos Imortais [Livro 4]Onde histórias criam vida. Descubra agora