O Inacreditável

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Algumas horas antes:

***Thales

Nos materializei em frente ao pequeno portão de madeira da casa de Sandara. Muito preocupado com o fato de deixar com que eu e Luna viéssemos sozinhos até ali, Kaio, insistiu muito para nos acompanhar.

Mesmo um pouco relutante, acabei por ceder à vontade do homem. Estávamos sem tempo. Não tínhamos tempo para discutir assuntos fúteis, como quem poderia acompanhar a mim e Luna naquela busca por respostas.

Rafael, também insistiu um pouco a princípio, pois não queria abandonar a amiga em um momento tão delicado. Mas, Beatriz, conseguiu convencê-lo a ficar com ela. Queria sua ajuda para buscar por pistas a respeito do assassino sanguinário, que ousava tirar a paz em WorldHidden.

A humilde casa, ficava localizada em um terreno mais afastado de qualquer movimentação. Parecia ter poucos cômodos e, quem a olhava de fora, com certeza, julgaria que a mesma precisasse de uma boa reforma.

O jardim da frente, estava tomado por ervas daninhas que se espalhavam sobre os arbustos secos e as árvores de pequeno porte mortas. Era uma visão de causar arrepios.

— Nossa! — Exclamou Kaio. — Parece abandonada!

— Acredite em mim... — Falei baixo. Quase que sussurrando. — Moram pessoas aqui.

— É neste lugar que Travis cresceu?! — Luna, com a voz um pouco abafada, perguntou.

— Pelas histórias que ele já me contou, sobre sua juventude, sim. — Respondi.

— É quase impossível de acreditar que alguém consiga viver num lugar como este.

— Muito me admira! — Kaio, voltou a palpitar na conversa. — Sendo irmã de quem é, pensei que essa tal de Sandara viveria em um lugar mais luxuoso. Digo isso, porque me lembro bem do castelo que teu pai possuía, naquela propriedade mais afastada do centro de GouldenCity.

— Me pergunto porque ela nunca foi morar naquele castelo. — Levantei a questão. — Será que não se sente bem com isso? Deve se sentir mal em reviver as memórias do irmão.

— Travis nunca comentou sobre o assunto? — Luna quis saber.

— Ele parece não gostar muito de falar sobre certos assuntos da família e, eu, prefiro respeitar o espaço dele. — Olhei a moça de lado. — Creio que, com o tempo, ele se abra mais quanto a isso.

— Estranho... — Ela deu de ombros e meio que fez uma careta.

Suspirei profundamente, dei um passo a frente e, em seguida, voltei-me para os outros dois. Por fim, perguntei:

— Vamos entrar, então?

Eles apenas assentiram.

Soltei a corrente enferrujada, que mantinha o pequeno portão de madeira fechado, empurrei o mesmo e adentrei aquele jardim tenebroso. Os outros dois, me seguiram logo depois.

Nossos olhares fitavam todas as direções. A cada passo dado adiante, uma nova surpresa nos era revelada naquele lugar. Pequenas esculturas antigas, também bastante castigadas pelo tempo, nos foram reveladas em meio a vegetação sem vida.

Percorremos um caminho de tijolos gastos, que levava até à porta da frente, a qual estava quase toda tomada por mofo e a tintura branca já quase não existia mais. Percebi que cupins aceleravam o processo de deterioração da mesma na parte de baixo, onde parecia que a umidade nunca desaparecia.

O Belo e O Fera: Herdeiro do Mal; Batalha dos Imortais [Livro 4]Onde histórias criam vida. Descubra agora