Sangue Inocente I

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***Gabriel

Já fazia um certo tempo que eu e Plínio não saíamos para aproveitar um bom programa a dois.

Os últimos dias, estavam sendo de bastante correria devido a chegada da cerimônia de posse de Thales e Beatriz. Mesmo que à distância, eu estava ajudando como podia.

Finalmente havia chegado a noite da véspera... Eu já não tinha mais nada a fazer, a não ser aguardar a chegada do dia seguinte, e torcer para o grande sucesso da festa. Eu estava otimista, com certeza sairia tudo como o planejado.

Saí do banho, Plínio estava sentado sobre a cama já devidamente arrumado e perfumado. Seu perfume amadeirado, que eu tanto gostava, tomava conta de todo o nosso quarto.

O homem vestia uma calça jeans azul escuro, um casaco grosso de moletom na cor vinho, seus cabelos estavam perfeitamente alinhados e sua barba por fazer emoldurava perfeitamente seu belo rosto bem desenhado.

Eu não conseguia, por mais que o tempo passasse, resistir a tanta beleza e charme. Era incrível como o passar dos anos só fazia bem ao meu parceiro. Ele amadureceu em vários aspectos, mas o mais notável de todos, era o quanto ele havia ficado um homem irresistivelmente lindo... E o melhor de tudo... Era meu.

Saí pela porta do banheiro com uma toalha enrolada ao redor da cintura... Em mãos, eu segurava outra toalha menor, que eu usava para secar os meus cabelos com certa falta de jeito. Assim que avistei Plínio sentado sobre a cama, arrumado daquele jeito, não consegui me segurar... Falei:

— Nossa! Tá gostosão, hein, daddy!

— Sério, Gabriel... — Ele revirou os olhos. — Dá pra, por favor, não me chamar assim?

— Ué... — Joguei a toalha pequena sobre uma cadeira no canto do quarto, caminhei até meu parceiro, sentei em seu colo, e coloquei meu braço direito por trás de seu pescoço. — Por que não posso? Não gosta?

Plínio fez silêncio por um momento. Ele mordeu o lábio inferior, totalmente pensativo. A seguir, ele segurou minha mão esquerda, olhou-me nos olhos com ternura e respondeu:

— Sabe... Sempre que você se refere a mim dessa maneira, eu me lembro que estou envelhecendo. Quanto a você, olhe só pra si mesmo! Continua aquele mesmo Gabriel lindo de sempre, jovem, super atraente...

— Ei...!!! — O interrompi. — Pode parar por aí! Não acredito que vamos tocar nesse assunto de novo!

— Gabriel... Não dá pra gente ignorar isso... Eu estou ficando velho demais pra você! Não adianta negarmos ao fato de que o tempo está passando!

Soltei a mão dele, e usando as duas segurei suas bochechas com firmeza. Depositei um ardente beijo em seus lábios macios. Depois que afastei um pouco nossos rostos, colei nossas testas. Usando um sussurro, quase inaudível, comecei a falar:

— Sério, Plínio... Não faça isso, cara! Tu já está cansado de saber que te amo e vou sempre estar ao seu lado. Me apaixonei pelo que você é... Não me importo nem um pouco se sua casca externa está envelhecendo com o passar dos anos, pois sei que meu Plínio continua aí dentro... Me amando como sempre. E quem foi que disse que tu não é atraente? Tá cada dia mais gostoso...

— Amor... — Ele suspirou profundamente. — Eu também te amo tanto! Mas... Tenho tanto medo de um dia você acordar e ver que eu não sou mais o cara que você se apaixonou. Minha aparência, embora você negue, conta muito sim!

— Plínio, por favor... Para! Não vamos estragar nossa noite. — Levantei-me do colo dele e fiquei de pé à sua frente. — Prometemos que íamos sair hoje e descontrair, está lembrado? Por que tinha que tocar nesse assunto justo agora?!

O Belo e O Fera: Herdeiro do Mal; Batalha dos Imortais [Livro 4]Onde histórias criam vida. Descubra agora