***Gabriel
Ouvi um intenso trovão, logo após observar um clarão iluminar o lado externo por através das frestas das cortinas. Não demorou muito até que um intenso som de chiado pudesse ser testemunhado. Era uma torrencial chuva que começava a cair naquela manhã.
Levantei da poltrona e caminhei até à janela. Abri um lado das cortinas e notei que o dia estava completamente turvo. Com a intensidade da chuva, tudo começou a ficar mais difícil de se enxergar do lado de fora. A visibilidade tornou-se mínima.
Já fazia um certo tempo que Plínio havia me deixado sozinho com a garota no quarto.
Batidas na porta me chamaram a atenção. Virei-me em direção à mesma e caminhei rapidamente até ela, tentando não fazer muitos ruídos. Assim que a abri, avistei Zack me olhando com uma expressão curiosa em seu rosto.
— Bom dia! — Cumprimentou-me.
— E aí, cara?! Quer entrar? — Perguntei.
— Não, não. Só vim fazer um favor para o Plínio. — Ele não prolongou muito o assunto.
— Diga.
— Ele me pediu que pegasse algum pertence pessoal da garotinha. — Ele fitou a criança, erguendo a cabeça por cima do meu ombro direito. — Acha que tem algo com ela que seja fácil de pegar?
— É para o encantamento, né? — Questionei.
— Isso mesmo. — Ele confirmou.
— Espere um segundo... Vou dar uma olhada.
Dei as costas para o rapaz e caminhei até à lateral da cama. Observei a menina por alguns instantes e, por sorte, consegui notar uma pequena presilha em formato de estrela, que estava quase se soltando de seus cabelos desarrumados.
Com bastante cautela, segurei a pequena presilha e a desabotoei. Suspirei aliviado ao conseguir remover o objeto, sem que a criança acordasse.
Voltei para junto de Zack e o entreguei imediatamente a presilha. Meu amigo deu um meio sorriso e falou:
— Vou levar isso pra ele... Está esperando lá embaixo.
— Beleza!... — Assenti. — Mas me fala... Como foram as coisas na cerimônia de posse ontem?
— Correu tudo na mais perfeita ordem, amigo! Pena que você e Plínio não puderam ir. Thales questionou bastante a ausência de vocês.
— Eita! E o que foi que tu falou? — Franzi a testa.
— Pode ficar tranquilo... Beatriz deu a volta nele e inventou uma boa desculpa.
— Hum... Depois falamos mais sobre isso então. Agora leve a presilha pro Plínio, antes que a menina acorde. — Finalizei.
— Até mais então. — Ele começou a se afastar com certa pressa, acenando a mão esquerda no ar.
Antes mesmo que eu fosse capaz de fechar a porta, avistei Eleonor vida em minha direção pelo corredor oposto ao que Zack havia partido. A mulher vestia uma camisola de seda em um tom de vermelho vivo, que destacava ainda mais seus cabelos ruivos e a palidez de sua pele. Ela quase parecia uma ave fênix.
Caminhando com elegância, ele se aproximou de mim com cara de poucos amigos. Sinceramente, eu não estava com muita cabeça para aturar o ego inflado dela naquele horário da manhã. Tinha muitas outras preocupações em mente.
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O Belo e O Fera: Herdeiro do Mal; Batalha dos Imortais [Livro 4]
FantasyAnos se passaram desde os últimos acontecimentos. As vidas dos nossos protagonistas estavam seguindo seus rumos... Porém, um segredo do passado e o aparecimento de um "fantasma", volta a assombrar e ameaçar a paz de todos. Conseguirão Thales e seu...