Destroços

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***Rafael

Eu, Beatriz e Félix, rodamos boa parte da cidade durante a noite, em busca de qualquer pista que pudesse nos levar até o misterioso assassino que estava tocando o terror em WorldHidden.

A frustração só aumentava conforte as horas iam se passando. Começamos a perder as esperanças de encontrar algo que nos levasse até o misterioso vampiro.

Quando o dia já estava amanhecendo, trazendo consigo os primeiros raios de sol tímidos daquela manhã nebulosa, resolvi entrar em contato com o grupo de Gabriel, na esperança de que eles tivessem melhor sorte que a nossa. Tentei durante algum tempo falar com meu amigo, porém, ele não atendia às minhas chamadas.

Estávamos na orla. As nuvens ganhavam um tom dourado, pintadas pelos primeiros raios de sol daquela manhã incerta. O vento soprava levemente e balançava os cabelos de Beatriz, que se encontrava um pouco mais afastada de mim e Félix, observando o horizonte. O olhar da mulher parecia perdido.

Assim que guardei o telefone em um dos bolsos de calça, olhei para Félix e perguntei:

— O que há com ela?

— Está pensativa. Você a conhece bem... Sabe como essas coisas mexem com ela. A frustração está evidente em seu rosto. Enquanto não encontrarmos esse assassino, ela não se dará por satisfeita. — Respondeu ele.

— Entendo... — Em tom lamentoso, comentei. — Eu temo que isso acabe saindo do controle.

— Rafael, acorda, cara! As coisas já estão fora de controle. As notícias já estão em todos os jornais locais! É só uma questão de tempo, até descobrirem que não se tratam de ataques de algum animal. — Félix, coçou a nuca.

— Já fui muito de sair do controle e me desesperar, diante de situações parecidas ou piores que essa. Agora, tento me manter mais positivo o máximo de tempo possível.

— Faz muito bem. — Ele sorriu. — Temos que tentar não despertar o pânico dos outros.

Eu, lentamente, passei pelo homem e dei um tapinha sobre seu ombro. Olhei-o diretamente no rosto e falei:

— Agora temos outra preocupação. Preciso falar com ela.

Caminhei até à Mor e, seu marido me seguiu logo em seguida. Assim que nos aproximamos, ela percebeu a nossa presença, nos olhou e esboçou um meio sorriso frustrado. Por fim, ajeitou uma mecha dos cabelos atrás da orelha e perguntou:

— O que foi?

— Não estou conseguindo falar com Gabriel. Estou preocupado. Ele nunca deixa de atender o celular. — Fui direto ao ponto.

— Está tudo bem, meu amor? — Félix a abraçou por trás.

Beatriz, cruzou os braços e voltou a mirar o horizonte. Seu semblante tornou-se sério:

— Eu não sei... — Suspirou profundamente. — Uma sensação estranha, sabe? Um sentimento de perda irreparável, como se eu tivesse perdido alguém.

Engoli em seco ao ouví-la falar aquilo. Para quem conhecia bem Beatriz, sabia que quando ela pressentia algo, era porque realmente alguma coisa estava errada.

— Precisamos saber se Gabriel e os outros estão bem. — Sugeri.

A Mor, afastou-se um pouco do marido, olhou-me diretamente e disse:

— Já que não está conseguindo falar com ele, é melhor irmos até à sede do Clã Dos Vampiros. Talvez tenhamos alguma notícia dele por lá, ou talvez ele até tenha voltado pra lá.

O Belo e O Fera: Herdeiro do Mal; Batalha dos Imortais [Livro 4]Onde histórias criam vida. Descubra agora