Traição

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***Gabriel

Era mais do que evidente o quanto àquela revelação de Beatriz e Plínio, havia pegado a todos de surpresa.

Thales, se mostrou o mais desesperançoso dali. Era como se o mundo do rapaz tivesse ruído, o submergindo em um profundo mar de agonia.

— Vocês não podem estar falando sério!!! — Quebrei o silêncio que pairava sobre nós.

Eu olhava de meu parceiro para a Mor, sem conseguir acreditar. Os olhos de Susy, Zack e Rafael, pareciam querer saltar de seus rostos.

— Infelizmente, é a mais pura verdade. — Confirmou Plínio.

Bia, passou uma das mãos sobre o rosto, em seguida deixou com que uma expressão de frustração estampasse o mesmo. Por fim, explicou, quase que sussurrando, completamente desanimada:

— Eu pesquisei bastante com a ajuda de Luna e Plínio... Olhamos alguns livros históricos e foi a única pista que encontramos. Em uma das páginas, estava escrito detalhadamente como executar o encantamento de expurgo, e as condições para que o mesmo tenha total sucesso. Já explicamos isso a vocês!

— Não há nenhum encantamento alternativo, Bia?! Vocês têm certeza disso?! — Quis saber Thales.

— Infelizmente, não conseguimos encontrar outra maneira. — Foi Plínio quem o respondeu.

— Eu deixei Luna encarregada de continuar as pesquisas, na biblioteca, qualquer novidade ela ficou de nos avisar. — Bia completou.

— Agora, tudo que podemos fazer, é torcer para que ela consiga encontrar algo. — Disse meu companheiro.

— Cara, isso é inacreditável demais! — Exclamei. — Como é possível encontrar algo que já se perdeu há séculos?! Ninguém sequer tem uma vaga idéia de onde esse tal cajado possa estar!

— Ele tem razão! — Concordou Rafa, ainda bastante apático.

Eu ergui minha mão na frente do rosto, e em seguida dei um tapa estalado sobre minha própria testa. Por fim, falei:

— Que ódio, velho! Como um pedaço de pau pode nos dar tanta dor de cabeça assim!!!???

— Ei! — Beatriz me encarou, franzindo o cenho. — Mais respeito com as palavras! É de um item que pertenceu ao maior dos magos em toda a existência!

— Foi mal! — Revirei os olhos.

Novamente, o silêncio resolveu nos fazer companhia. Thales, que até então se mantinha imóvel depois de ouvir o restante de toda explicação, afastou-se um pouco e sentou-se sobre um tronco de árvore caído logo ao lado de um arbusto.

O rapaz, suspirou profundamente e pendeu o corpo um pouco para trás. Em seguida, ergueu um pouco a cabeça, mirando o céu nublado, que estava ficando cada vez mais turvo.

A Mor, vendo o estado inconsolável em que o amigo se encontrava, com o tom de voz mais calmo e doce o possível, o perguntou:

— E agora, Thales? O que pretende fazer? Esperar até termos alguma pista do cajado, ou que Luna encontre alguma alternativa?

— Não dá... — Sussurrou ele. Seus olhos brilhavam fixos, observando aquelas nuvens densas.

— O que quer fazer então? — Félix reforçou a pergunta.

Ainda com a voz um pouco abafada e sem olhar diretamente qualquer um dos presentes ali, o rapaz respondeu:

— Nós sabemos do que Pavel é capaz. Não temos mais tempo, infelizmente. Não podemos nos dar ao luxo de esperar por alguma resposta milagrosa e arriscar a vida de minha mãe e outras pessoas. Minha mãe está lá dentro, com ele! Eu sinto que se não agirmos rápido, ele pode fazer atrocidades com ela.

O Belo e O Fera: Herdeiro do Mal; Batalha dos Imortais [Livro 4]Onde histórias criam vida. Descubra agora