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***Thales

Eu estava ainda mais abalado após contar, detalhadamente, todo o ocorrido à professora Lourdes.

Estávamos em uma sala menor adjacente. O assunto que tínhamos de conversar, era pessoal e delicado demais. A todo o momento, Beatriz, se manteve ao meu lado, de mãos dadas, tentando me passar forças... Algo quase que impossível naquela ocasião.

Rael, estava sentado na quina da mesa da pequena sala, enquanto Lourdes, ocupava a poltrona atrás da mesma. Os dois, estavam bastante assustados com o que haviam acabado de escutar.

Embora minhas pernas continuassem trêmulas, em momento algum eu quis me sentar. Beatriz, também estava agitada demais para se acomodar em algum lugar.

— Por Merlin! Eu não acredito que estamos passando por tudo isso de novo! — Exclamou a ex-Mor.

— Nem eu consegui assimilar tudo o que aconteceu ainda... — Funguei logo em seguida. Minhas narinas, estavam parcialmente congestionadas devido ao choro. — Foi tudo tão rápido. Eu estou com ódio de mim mesmo, por não ter percebido nada antes!

— Imagine eu! — Beatriz entrou na conversa. Seu tom de frustração era palpável. — Como algo assim pôde passar tão despercebido?! Isso é uma coisa grandiosa demais pra ninguém ter percebido ou tido algum pressentimento!

— Tentem se acalmar. — Pediu, Rael, com sua voz grave.

— Não acredito que está nos pedindo calma diante de uma situação dessas! — Bia, o encarou, totalmente descrente.

— Ouçam bem... — A velha, apoiou as duas mãos sobre a mesa e levantou-se. Em seguida, nos fitou com segurança nos olhos. — Tudo que precisamos fazer agora, é pensar em uma maneira de derrotá-lo. Precisamos de um plano para mandá-lo de volta de onde veio: as profundezas do submundo!

— Por favor... — Bia, quase fez uma careta. — Se tiver algo em mente, nos diga. Eu estou totalmente sem esperanças!

Professora Lourdes, suspirou profundamente, deu a volta na mesa e caminhou até à nossa frente. Com um olhar doce, ela nos mirou por alguns instantes, antes de falar:

— Nunca perca a esperança, minha querida...  Vocês dois, precisam se lembrar de quem são.

— Verdade. — Concordou, Rael, saltando da mesa. — Lembrem-se que vocês são os mais capazes entre todos nós. Se existem pessoas com habilidades o suficiente para deter aquele maldito novamente, são vocês.

A ex-Mor, olhou-me diretamente nos olhos, esboçou um meio sorriso e, em seguida, completou a fala do marido:

— Exatamente!... E não se esqueça, Talhes, você é o mago mais poderoso do mundo... Aquele que está destinado a zelar por todas as criaturas mágicas! Pavel não pode contra você. Ele até pode tentar, mas nunca conseguirá se equiparar ao seu poder.

— Mas... — Fiz uma pausa. Estava tomando fôlego, na intenção de não gaguejar ao terminar a frase. — Só de vê-lo frente a frente novamente, eu me senti acuado. Nunca senti tamanho pavor na minha existência. As trevas, nele, estão mais fortes do que nunca! Eu consegui sentir isso!

— Ei... — Ela, tocou com delicadeza a lateral esquerda do meu rosto. — É exatamente isso que ele quer: te colocar medo, para assim te desestabilizar. Você precisa se concentrar no seu objetivo, caso contrário, ele se aproveitará da situação.

— Thales... — Continuou Rael. — Nossa força vem do nosso equilíbrio emocional e da nossa coragem. Também do nosso propósito e ira. Isso vale para todos... Seja vampiro, licantropo, feiticeiro... Todos precisamos nos concentrar e buscar nossa força interior.

O Belo e O Fera: Herdeiro do Mal; Batalha dos Imortais [Livro 4]Onde histórias criam vida. Descubra agora