Batalha Dos Imortais IX

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***Thales

O último golpe que desferi contra Pavel, parecia ter causado bastante dano ao homem, aquilo me rendeu um certo tempo.

Já faziam alguns minutos que eu estava de pé próximo ao local onde eu havia caído e perdido a consciência há um tempo atrás. A visão que eu estava tendo dali, com toda a certeza, não era das melhores.

Perto da ponte, Bia e Sandara ainda se encontravam em um confronto intenso. Faíscas, fumaça, estrondos... Tudo aquilo revelava indícios de que a batalha entre as duas seguia acirrada e fervorosa.

Mais ao longe, olhando para a minha esquerda, era possível avistar todos os nossos outros amigos, licantropos e vampiros. Apesar de parecerem estar alcançando o limite da exaustão, eles continuavam lutando contra os recém criados. Mas algo me fez respirar um pouco mais aliviado naquele momento...

Reparei que a quantidade de pessoas transformadas a mando de Pavel, havia diminuído drasticamente, de centenas para pouco mais de três ou quatro dezenas. Querendo ou não, aquilo era um bom sinal. Era sinal de que Susy e os outros estavam com a vantagem.

Ainda havia uma quantidade bem grande de crianças no meio dos recém criados, o que me fez concluir que meus amigos estavam evitando confronto com os menores, o máximo de tempo que pudessem.

Eu temia que quando os inimigos maiores terminassem, fôssemos obrigados a eliminar todas aquelas crianças... Meu coração doía, só de imaginar tal coisa.

Voltei a olhar para o castelo, mais precisamente para o ponto onde Pavel havia aterrissado após meu último golpe. Uma densa nuvem de poeira ainda pairava sobre o local. Comecei a me questionar, sobre qual seria minha próxima estratégia.

Eu estava fraco. Os ferimentos da luta que teve início entre mim e o homem dentro do castelo, me consumiram bastante energia enquanto eu me curava. Eu precisava de mais tempo para me recuperar, algo que eu não tinha naquele momento, poi sabia que, assim que Pavel se reerguesse, eu não teria qualquer colher de chá.

Suspirei profundamente e abaixei a cabeça. Senti e vi minhas pernas tremerem por um momento. Inundado por um sentimento de insegurança, sussurrei:

— Que Merlin me ajude... Se eu não conseguir parar aquele homem agora, ele vai atrás de meus amigos... Preciso ser forte o suficiente para acabar com isso.

Ergui minha cabeça.
Feito isso, consegui presenciar o exato momento em que, com um pulso de energia prateada, Beatriz arremessou Sandara para longe da ponte. A velha caiu próximo ao local onde um dos licantropos, finalizava outro de nossos inimigos. Concluí que aquele animal era Félix, devido a cor ímpar de sua pelagem se comparando a qualquer outro licantropo.

Quando o animal terminou de arrancar a cabeça do homem, que o segurava pelo pescoço, ele levantou o focinho para o alto e soltou um uivo glorioso.

Não dando qualquer chance do animal respirar aliviado, Sandara pôs-se de pé em um piscar de olhos e o envolveu com uma espécie de bolha de energia, o erguendo no ar. O uivo glorioso do animal, imediatamente deu lugar a um lamento de dor.

— Solte-o agora! — Beatriz gritou a distância.

Preocupado, e mesmo com as pernas fracas, comecei a caminhar na direção delas.

A velha estampou um sorriso malicioso no rosto. Em seguida, ela ergueu um pouco a mão direita no ar e, lentamente, começou a fechar o punho. Quanto mais ela fechava, mais Félix agonizava dentro daquela espécie de bolha.

O Belo e O Fera: Herdeiro do Mal; Batalha dos Imortais [Livro 4]Onde histórias criam vida. Descubra agora