Lembranças V

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Aviso de gatilho:
Os capítulos a seguir, podem ser fortes demais para algumas pessoas. Peço que, se não estiver com a saúde mental em dia, por favor, não os leia.
Pode conter: terror psicológico e agressão.

***Luna

Escuridão...

Qual a sua definição de escuridão?
Qual a sua definição de medo?

Todos nós temos pontos de vista diferentes sobre variados assuntos. O que torna o mundo tão diferente e rico, são as suas várias vertentes.

O medo de alguns, podem levar a destruição, assim como outros podem ser fortalecidos pelos seus mais profundos temores.

Todos nós temos nossos demônios interiores, lutamos contra eles diariamente... Bravamente ou mesmo por impulso.

A necessidade de sobrevivência, às vezes levam as pessoas a cometerem atrocidades. Quando a morte nos encara de frente, o instinto de lutar pela vida, sempre fala mais alto.

Até a mais passível das criaturas, é capaz de qualquer coisa para que sua vida não seja ceifada...

Nenhum erro é justificável. Assim como nenhuma vitória é conquistada sem luta... Para chegarmos ao topo, às vezes precisamos caminhar por milhas de inferno... Faz parte da existência... Faz parte de quem somos.

Ao recuperar a minha memória, com certeza eu saberia de todas essas coisas.

***

Abri meus olhos lentamente... Antes, tudo que eu via era a escuridão de minhas pálpebras... Mas enfim, eu começava a me dar conta de que estava recuperando os meus sentidos perdidos.

A parte mais estranha de tudo, é que a única lembrança que eu tinha antes de apagar totalmente, era a de estar na sala de minha velha cabana, acompanhada por Rafael e Beatriz.

Eu sentia minhas costas em contato com algo gelado. Minha visão focou melhor no que havia acima de mim... Parecia que eu estava em um lugar coberto por pequenos tijolos vermelhos, bastante castigados pelo tempo.

Estranhei muito aquele local. Com um pouco de dificuldade, apoiei minhas mãos no chão e me levantei. Quando dei-me conta, e observei melhor o ambiente ao meu redor, me veio a grande e confusa surpresa: eu estava em um extenso corredor de tijolos, o lugar era pouco iluminado. O silêncio ali era quase que perturbador.

— Oi! — Gritei. — Tem alguém aí?! Rafa!? Bia!? Conseguem me ouvir?!!!

Somente o eco, da minha própria voz angustiada, me respondia.

— Rafael!!! Está por aqui?! Oi?! Pode me ouvir?!

Após o eco, novamente o silêncio ensurdecedor voltava a me fazer companhia. Foi então que notei... Eu... Estava totalmente sozinha... Algo que já não acontecia há muito tempo.

Engoli em seco e arregalei os olhos. Dei mais uma boa olhada ao redor. Estava com medo, não poderia negar. Não sabia o que fazer.

Eu sequer imaginava como havia chegado naquele lugar... E onde era ali, afinal? Será que eu estava presa? Alguém havia me sequestrado? Mas... Por quê?

A única alternativa que me restava, era procurar uma saída. Eu ficar ali, parada, não responderia nenhuma das minhas muitas perguntas que estavam martelando na mente naquele momento.

Automaticamente, comecei a caminhar para um dos lados daquele enorme corredor. Minha esperança era de encontrar alguém... Uma saída, um fio de luz do mundo externo que fosse... Mas eu não podia ficar parada. Precisava agir.

O Belo e O Fera: Herdeiro do Mal; Batalha dos Imortais [Livro 4]Onde histórias criam vida. Descubra agora