Regressar Para Seguir Adiante

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***Rafael

Depois de muitas tentativas frustradas de acordar Luna, saí do quarto a passos largos. Minha esperança, naquele momento, era de encontrar Beatriz, pois já fazia muito tempo que a mulher estava fora, talvez ela já estivesse de volta.

Andei por todo o castelo, não consegui encontrar a Mor em lugar nenhum. O último lugar que pensei em procurá-la, foi na cozinha.

Ao entrar no local, avistei Íris. A garota estava sentada em uma das banquetas dispostas ao redor do balcão central, aparentemente distraída, enquanto devorava uma tigela de cereais.

— Íris! — Chamei-a, com a voz um pouco trêmula.

A menina desviou seu olhar, que até então parecia perdido, para a minha direção. Assim que me avistou, ela franziu o cenho e perguntou:

— Aconteceu alguma coisa?

— Bem... — Antes de continuar, procurei as palavras certas para questioná-la. — Tu sabe se sua mãe já voltou?

— Eu nem sabia que ela havia saído! — Ela respondeu de imediato. — Se bem que eu até estranhei o fato de ela não estar por aqui. Ela não costuma fazer nada antes de me servir o café da manhã.

— É... Pelo jeito, hoje ela não teve escolha. Eu estou precisando da ajuda dela com algo. — Mordi o lábio inferior. Estava começando a me desestabilizar ainda mais. — Por favor, assim que a ver, peça para que venha até o quarto de Luna! Tenho algo urgente para conversar com ela.

— Pode deixar que eu passo seu recado a ela, assim que ela aparecer.

— Obrigado. — Agradeci e dei meia volta, abandonado o local pelo mesmo caminho que eu tinha feito até ali.

Quando cheguei ao grande salão, para a minha surpresa, Beatriz havia acabado de entrar pela porta da frente. Thales e Félix a acompanhavam. Os três estavam em silêncio absoluto... Não entendi bem o por que de expressões tão incertas em suas faces.

Eu sequer conseguia encarar Thales, não estava preparado para aquele encontro, não ainda. A noite anterior havia me deixado marcas e perguntas sem respostas em mente. Perguntas que eu ainda não estava pronto para descobrir as respostas. Preferia fugir de qualquer conversa relacionada a aquilo, até que eu me sentisse totalmente seguro de meus sentimentos.

— Que bom que voltou, Beatriz! — Foquei minha visão somente na Mor. — Preciso Conversar contigo! É algo urgente!

A mulher me encarou um tanto assustada. Eu sequer fazia idéia do que a levou sair tão cedo do castelo e a fez voltar tão diferente, mas minha preocupação maior no momento, era outra.

— Algum problema?! — Perguntou ela.

— Precisamos falar em particular! — Olhei para Félix e continuei. — Pode me emprestar tua esposa por alguns minutos?!

— Claro. — Respondeu ele.

Sem fazer mais qualquer cerimônia, segurei Beatriz pelo punho, e saí quase que a arrastando pelo grande salão em direção às escadas.

Quando começamos a subir os degraus, a Mor começou a reclamar:

— Vai acabar arrancando o meu braço! Dá para ir mais devagar?!

— É coisa urgente, Bia! Já te esperei por tempo demais! — Uma ansiedade ainda maior começou a preencher o meu peito.

— Olha, se for a respeito daquilo que conversamos mais cedo... — Antes que ela pudesse concluir sua frase, eu a interrompi, de imediato.

O Belo e O Fera: Herdeiro do Mal; Batalha dos Imortais [Livro 4]Onde histórias criam vida. Descubra agora