Derramamento de Sangue

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***Gabriel

Era noite. Eu havia acabado de receber um telefonema bastante preocupante de Thales. O mesmo pediu para que fosse até sua casa, se assim fosse possível. Como um bom amigo, eu não poderia dizer não para um pedido, que me soou, tão urgente.

Eu estava no escritório. Saí do local às pressas para avisar aos outros sobre as informações que, vagamente, o novo Mor havia acabado de me passar por ligação.

Andei pelo corredor principal até chegar à sala de estar, onde deparei com Zack e Fred, sentados, conversando.

— Vocês viram o Plínio? — Foi a primeira coisa que perguntei.

Zack, que pareceu-me bastante distraído a princípio, me olhou um pouco surpreso. Notando a minha inquietação, ele questionou:

— Aconteceu alguma coisa? Parece preocupado, cara!

— Aconteceu sim... — Respondi prontamente. — E vou precisar da ajuda de vocês dois para algo.

— Manda! — Fred foi quem deu a deixa.

— Sabem do paradeiro de Eleonor? — Como eu não havia visto a mulher desde mais cedo, resolvi perguntar.

— Sei não... — Respondeu Fred, fazendo uma careta. — Viu ela, Zack? — Ele fitou o amigo por um instante.

O outro, apenas negou com um movimento lento de cabeça.

— Droga! — Exclamei. — Eu precisava dela também.

— Por quê? — Fred, levantou-se de onde estava, e deu alguns passos em minha direção.

— Ia pedir que ela ficasse tomando conta da garotinha. — Sim. Eu me referia à criança que eu e Plínio havíamos encontrado há alguns dias atrás e que, lamentavelmente, tinha sido transformada e não se lembrava mais de nada... Nem sequer do seu próprio nome.

— Já falei pra vocês darem um nome pra ela, até quando irão ficar chamando ela assim? — Zack, meio que indignou-se.

— Não sou bom com crianças, cara... Nunca fui. Mas em todo caso, vou comentar com Plínio a respeito de sua sugestão. — Revirei os olhos.

— Já passou da hora, né?

— Okay... Mas... Já que Eleonor não está, preciso que tomem conta dela pra mim, tem como? Preciso ir até à casa de Thales com Plínio. — Expliquei por alto. — O plano inicial era levar vocês dois comigo, mas já que Eleonor não está e eu prefiro não arriscar sair de casa com aquela criança, vocês dois terão de vigiá-la pra mim.

— Por mim, tudo bem. — Fred concordou prontamente.

— Tem certeza que é uma boa idéia? — Zack, meio relutante, perguntou-me.

— É sério, cara. Pelo que entendi, o Thales tá com problemas para resolver. Tenho certeza que se sairão bem tomando conta da garota. — Eu estava a cada minuto mais impaciente.

— E que assunto tão urgente é esse que o Thales tem a tratar? — O que permanecia sentado, perguntou.

— É sobre os ataques.

— Vixe!!! — Exclamaram os dois em uníssono.

— Pois é... — Mordi os lábios. — Fred, vá chamar o Plínio pra mim. Diga à ele que estou esperando para sairmos... Diga que é algo urgente!

— Ué... — Zack, me encarou apresentando certa confusão em seu rosto.

— Que foi?! — Perguntei.

O Belo e O Fera: Herdeiro do Mal; Batalha dos Imortais [Livro 4]Onde histórias criam vida. Descubra agora