Batalha Dos Imortais VIII

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***Gabriel

Estávamos em um verdadeiro impasse. Tudo que viesse a acontecer dali em diante, com toda a certeza, me pegaria totalmente de surpresa.

Não demorou muito até que Pavel recuperasse suas forças. Ele encarava Plínio desfalecido em meus braços como se estivesse olhando para o maior de seus inimigos, que até o momento tudo indicava ser Thales. Será que eu estava errado?

Suzana amparou o filho que havia recobrado a consciência. Com muita dificuldade, ela ajudou o rapaz a se sentar na borda da vala onde se encontrava.

— Plínio... Acorde, por favor, meu amor! — Eu sussurrava, enquanto passava uma das mãos pela lateral do rosto do meu parceiro.

— Ele resolveu apelar, pelo que vejo. Agora está pagando o preço. — Disse Pavel, do alto de toda a sua arrogância.

— Você pode calar a sua boca, escrotiano dos infernos?! — Mirei-o com meu olhar mais fulminante.

O mago deu um passo à frente, ergueu uma das mãos em nossa direção e perguntou:

— Rapaz, vai sair daí ou prefere que eu mate você junto com o seu amado!?

— Nem pense nisso!!! — Ouvi Thales berrar às minhas costas.

Olhei para trás, por cima do meu ombro esquerdo, e avistei o Mor pondo-se de pé. Ele não parecia estar forte o suficiente para reiniciar um novo confronto, aquilo me preocupava bastante.

— Filho, não! — Exclamou Suzana em desespero.

Equilibrando-se com muita dificuldade sobre as pernas bambas, o Mor pulou por cima da vala no chão. Assim que aterrissou do outro lado, posicionou-se em minha defesa e de Plínio. Por fim, ele falou diretamente para a mãe:

— Eu preciso fazer isso. Se eu não impedí-lo, ele nunca irá parar com suas maldades! Não aguento mais vê-lo ferindo todos com quem eu me importo.

— Thales, por favor! — Suplicou a mulher, que continuava de joelhos.

— Preciso proteger você e todos os meus amigos, mamãe. Sinto muito. — Ele finalizou.

Pavel esboçou um meio sorriso cínico, sua marca mais registrada. Após alguns instantes, ele disse:

— Já não teve o suficiente, garoto? Vejo que não sabe a hora de parar!

— Enquanto eu conseguir me manter de pé, continuarei lutando. — Aquelas palavras do Mor me causaram um leve arrepio na espinha.

— Como queira. Vou tentar ser mais rápido desta vez. — Pavel arqueou a sobrancelha direita. — Depois que terminar com você, posso cuidar do outro perigo que me pegou totalmente de surpresa. Não posso mais me dar ao luxo de facilitar com vocês. — Ele terminou de falar, apontando para Plínio.

Engoli em seco enquanto mantinha meus olhos totalmente arregalados. Eu sabia que aquela ameaça não era mais um blefe daquele homem.

Pela primeira vez, após vários minutos, senti Plínio se mover nos meus braços. Olhei para baixo e vi que o homem estava abrindo os olhos lentamente. Seu rosto estava voltando a ficar corado. Ele mexia a cabeça de um lado para o outro, bem devagar.

— Está bem? Consegue me ouvir?! — Perguntei segurando seu rosto com delicadeza.

Plínio sorriu um tanto sem jeito para mim. Com a voz fraca, quase falhando, ele me respondeu usando um tom de frustração:

O Belo e O Fera: Herdeiro do Mal; Batalha dos Imortais [Livro 4]Onde histórias criam vida. Descubra agora