O Belo e O Fera: Herdeiro do Mal; Batalha dos Imortais [Livro 4]

Fortalecer

***Gabriel

Era tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, que era até difícil de digerir.

A noite estava mais conturbada do que eu pudesse imaginar. Como se não bastassem as últimas revelações, antes de Thales partir com Luna, ele me pediu um favor... Um favor, digamos que, meio difícil de eu executar.

O Mor, pediu que eu procurasse por Miguel em sua casa. O rapaz me contou, meio por alto, o que havia acontecido com os dois. Eu nem consegui acreditar quando ele me disse que tinha rompido com o parceiro. Foi uma das outras notícias chocantes que recebi naquela noite que, sem sombra de dúvidas, não estava sendo para amadores.

Plínio, havia me ligado no momento em que eu estava no furgão, dirigindo para a casa de Miguel. Zack, que estava sentado ao meu lado, foi quem atendeu a ligação a meu pedido. Eu estava dirigindo tão rápido, que precisava dedicar toda a minha a atenção em não causar um acidente na estrada.

— Ele quer saber o que estamos aprontando, Gabriel. — O rapaz, ao meu lado, disse afastando o celular da orelha.

— Diga a verdade. Não posso falar com ele agora. Peça para que, se ele estiver muito impaciente, nos encontrar na casa de Miguel. — Fui o mais breve possível.

Em seguida, Zack, voltou a dar atenção ao meu parceiro, do outro lado da linha.

***

Nosso destino não estava muito longe. Não demorou muito, até que eu estacionasse o carro na frente do portão da casa de Miguel. Quando abri a porta, e desci do veículo, avistei Plínio, de pé, com as mãos enfiadas nos bolsos do casaco preto que vestia. Ele, estava apoiado em um dos lados do portão, olhando para o chão. Parecia estar pensativo.

Zack, saiu do carro logo depois e caminhou em direção ao homem. Também me aproximei, esboçando um meio sorriso tenso nos lábios. Por fim, perguntei:

— Está aqui há muito tempo? — Depositei um selinho estalado em seus lábios.

— Não. — Ele relaxou o corpo e fitou-nos atentamente.

— Boa noite, Plínio. — Cumprimentou-o, Zack.

— Boa noite... — Respondeu ele. Em seguida, olhou diretamente para mim. — O que vieram fazer aqui, afinal?!

— Longa história. — Revirei os olhos. — Tu nem faz idéia de como essa noite tá sendo tensa, meu querido...

— E alguém vai me explicar? — Ele franziu o cenho.

— Não tenho tempo agora. — Respondi, bastante inquieto. — Se importa se Zack fizer isso?! Preciso entrar e ver se consigo falar com Miguel!

— Nunca vi você tão ansioso assim antes, Gabriel. Pelo jeito, a coisa é séria mesmo!

— Vai entender um pouco melhor quando Zack te contar tudo... Ou, pelo menos, uma parte... Já que é muita coisa acontecendo ao mesmo tempo! Por hora, vou pedir que me esperem aqui, enquanto tento conversar com o Miguel, pode ser?

Meu parceiro, apenas assentiu. Se havia uma coisa que eu amava em Plínio, era a sua compreensão. Ele nunca foi de fazer muitas perguntas quando se dava conta de que eu tinha algo importante para fazer.

Passei por Zack, dei dois tapinhas no ombro de meu amigo e falei:

— Vou deixar com você. Conte a ele tudo que acabamos de descobrir. Ele precisa saber.

Em seguida, caminhei até o grande portão de ferro da entrada da casa. Logo percebi que o mesmo não estava trancado, então adentrei o jardim.