Demonstração de Poder

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***Thales

Quando voltei a mim, percebi que estava sentado no sofá. Minha visão, antes embaçada demais, voltou a focar naquelas manchas escuras nas paredes. Minha cabeça parecia dar voltas.

Com a voz um pouco trêmula e, demonstrando bastante preocupação, Bia, que estava acomodada ao meu lado segurando com firmeza minha mão direita, perguntou:

— Está se sentindo melhor?

— O que houve?! — Inclinei-me um pouco para a frente e fitei-a de lado, bastante confuso.

— Você ficou fraco por um instante. Achei que fosse desmaiar! — Respondeu ela.

— O que rolou de errado contigo? — Gabriel, que estava sentado sobre um dos braços do sofá, enquanto descansava os pés sobre o ascento, questionou.

— Não sei... — Fiz uma pausa, um pouco longa demais. — Senti uma fraqueza de repente... Como se algo estivesse drenando minhas energias.

Todos os presentes, continuaram a fazer silêncio. Apenas se entreolharam.

Após aqueles instantes, ouvindo apenas o som da brisa que soprava do lado externo da casa, Zack quebrou o silêncio:

— E agora? O que faremos?...

— Me deixe pensar por um instante. — Beatriz, soltou minha mão, levou a dela até o rosto e perdeu-se em seus pensamentos.

— Eu enviei uma mensagem para Susy e Carlos... — Rafael, pôs-se a falar. — Não sei o que houve aqui, de fato, mas está na cara que precisamos de reforços.

Sem olhar para o rapaz, comentei:

— Não precisava incomodá-los... Acho que já estamos em um número mais que suficiente.

Alôôô!!! — Exclamou Gabriel. — Tu tá loucão, é, fi?! Estamos falando de Pavel! Já se esqueceu do que aconteceu da última vez?! Pois eu acho que o Rafa fez o certo! Toda a ajuda que pudermos conseguir agora, será pouca!

— Também concordo. — Reforçou Félix. — Aquele louco já deu muito trabalho no passado... Não podemos subestimá-lo. Quem sabe o que ele está aprontando desta vez?!

— Que seja! — Revirei os olhos e voltei a fitar as paredes escuras.

— Tem certeza que está se sentindo bem, Thales? — Quis saber Gabriel.

Por mais que eu quisesse dizêlo-lo que tudo estava bem, não consegui. Parecia que eu havia engolido minha própria língua, enquanto meus olhos fitavam aquelas manchas apavorantes na parede. Comecei a me questionar, o que poderia ter causado aquilo.

Quanto mais eu observava aquelas paredes, mais meu corpo se arrepiava. Era como se eu estivesse sentindo um acúmulo de energias negativas indescritível naquele local. Eu só torcia para que minha mãe estivesse bem... Seja lá onde ela estivesse...

***

Alguns minutos se passaram. Não demorou muito até Carlos e Susy darem as caras.

Como a porta da frente da casa permanecia aberta, os dois adentraram já bombardeando a todos com perguntas:

— O que aconteceu? — Carlos foi o primeiro a perguntar.

— Gente! Recebemos uma mensagem de Rafa e viemos o mais rápido possível?! Ele disse que era urgente! Alguém pode nos contar o que foi que houve?!

O Belo e O Fera: Herdeiro do Mal; Batalha dos Imortais [Livro 4]Onde histórias criam vida. Descubra agora