Noite Dos Loucos I

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***Rafael

A noite já havia caído... Muitas pessoas ainda permaneciam presentes nas festividades em comemoração a nomeação de Thales e Beatriz. Eu já estava um pouco alto, passar o dia todo ingerindo álcool não havia sido uma boa idéia, com toda a certeza.

Mesmo com a alta resistência à bebidas alcoólicas, e já conseguia sentir que todos aqueles drinks que eu tomei durante todo o dia, estavam me deixando alegre demais.

No canto mais afastado do grande salão, eu continuava na companhia agradável de Luna e Kaio. O homem, agora sentado ao meu lado direito, também já apresentava sintomas de embriaguez. Mesmo eu o tendo avisado de que nossos organismos eram totalmente diferentes, ele insistiu em me acompanhar drink após drink.

Luna estava fazendo uma pausa. Com certeza, ela queria continuar lúcida o suficiente, para evitar que eu acabasse me excedendo demais. Mesmo tendo bebido pouco, a moça estava alegrinha... Seus olhos tinham um brilho diferente, de um jeito que eu nunca tinha visto antes.

— Até que essa coisa de festa, não foi uma chatice total. — Ela olhou-me de lado, enquanto ajeitava o chapéu que usava na intenção de esconder os cabelos.

— É... — Concordei. — Não pensei que eu fosse acabar gostando no final. Até estou começando a ficar alegrinho.

— Começando?! — Ela revirou os olhos. — Nem me venha com essa, Rafael, qualquer um consegue perceber que você já está um pouco além do limite!

— Ah, Luna! — Kaio entrou na conversa. Por um instante tive  a impressão de que ele estava enrolando a língua ao falar. — Deixa o cara! Ele está precisando curar as dores de cotovelos dele... Assim como eu!

— Por que os homens gostam tanto de encher a cara quando estão desiludidos com algo, hein?! — Ela perguntou, desviando seu olhar para o centro do grande salão, onde algumas pessoas dançavam ao som de uma música animada.

— Amiga!... — Suspirei. — Se eu soubesse a resposta para essa pergunta, eu juro que te daria!

— Ai, Rafa, só não exagere muito, por favor! Como é que vou carregar um homem desse tamanho de volta para casa depois???!!! — Pediu ela.

— Eu ajudo! — Ofereceu-se, Kaio.

A moça, sentada ao meu lado esquerdo, inclinou seu corpo para a frente na intenção de olhar o outro melhor. Com uma expressão totalmente incrédula estampada em sua face, ela falou:

— Me desculpe, Kaio, mas seu estado está pior do que o de Rafael! Como você vai embora depois? Não acha que exagerou um pouco, levando em conta que mora bastante longe daqui?!

— Qualquer coisa deixo meu carro aqui e chamo um motorista por aplicativo. Simples! — Respondeu ele.

— Ufa! Que bom que pensa desse jeito!— Luna voltou a relaxar o corpo no assento. — Pelo menos demonstra ser alguém responsável... Se fosse o Rafael, ele não pensaria duas vezes antes de entrar em um carro e sair dirigindo frito um louco!

— Óbvio que não! Eu não morro mesmo! — Respondi no ato.

— Está vendo só?! — Ela me encarou séria. — Você não morre, mas e se batesse no carro de alguém?! Poderia causar a morte de um inocente! Está vendo só o quão irresponsável você é?! Precisa pensar mais nos estragos que suas atitudes podem causar!

— Nossa! — Exclamou, Kaio. — Poderia ter dormido sem essa, amigão! Ela te trucidou!

— Tá! — Bufei, virando mais um gole de bebida goela abaixo em seguida. — Eu sei que sou um mané, que muitas das vezes olha só para o próprio umbigo! Mas venho trabalhando em mudar isso, já faz alguns anos!

O Belo e O Fera: Herdeiro do Mal; Batalha dos Imortais [Livro 4]Onde histórias criam vida. Descubra agora