O Belo e O Fera: Herdeiro do Mal; Batalha dos Imortais [Livro 4]

Más Notícias II

***Thales

Assim que recuperei, parcialmente, a razão, saí da pequena sala onde estava reunido com os demais e segui a passos largos pelo grande salão.

Ao longe, avistei Gabriel. O mesmo, estava sentado em uma poltrona, enquanto mantinha sua cabeça abaixada. Zack, por sua vez, estava sentado no chão ao lado do móvel, bastante apático. Parecia não acreditar em tudo que havia presenciado poucas horas atrás.

Também, bastante apressados e abalados, Beatriz e Rafael me seguiram logo depois.

Quando nos aproximamos dos rapazes, ajoelhei-me aos pés do loiro de cabelos encaracolados e apoiei minhas mãos sobre seus joelhos. Já em tom de desespero, desabafei:

— Gabriel... O Miguel realmente estava com vocês na casa?!

Ele apenas assentiu, sem me olhar diretamente.

Segurei-o pelos ombros e, em um ato desesperado, saculejei-o. Minha voz estava ainda mais trêmula:

— Você não viu o que aconteceu com ele?! Como ele pode ter sumido assim?!

— Thales... — Bia, tentou amenizar a situação, enquanto tocava meu ombro esquerdo por trás. — Tente se acalmar, por favor!

— Me acalmar?! — Olhei-a incrédulo. — Precisamos ter certeza do que aconteceu lá, Beatriz!

— Você sabe muito bem o que pode ter acontecido... Vai continuar negando a situação? — Com a voz abafada, a mulher indagou.

— Eu me recuso! — Protestei e voltei a encarar o rapaz à minha frente. — Por favor, Gabriel... Diga-me que não é verdade! Diga-me que estão enganados!

Sem qualquer expressão clara no rosto, o líder do Clã Dos Vampiros, apenas sussurrou:

— Eu não sei... Eu, realmente, não entendo o que aconteceu. Eu apaguei instantes depois do ocorrido. Não vi mais nada. Eu queria ajudá-los, mas não consegui... Fui fraco demais.

— Não pode ser! — Rendi-me, totalmente, ao chão. Não sabia mais o que pensar.

Zack, que até então estava em silêncio total, observando a cena com olhos marejados, entrou na conversa:

— Sinto muito, Thales... Acho que ele não conseguiu resistir.

— Isso é impossível! — Teimei.

— Amigo, venha comigo. — Beatriz, tentou fazer com que eu me levantasse do chão.

Apenas recusei, fazendo um movimento negativo com a cabeça. Uma avalanche de pensamentos negativos me atingiu naquele momento. Eu não podia aceitar o fato de que o pior pudesse ter acontecido com Miguel. Ele era forte demais para se deixar vencer assim. De acordo com meu modo de pensar, se os outros estavam ali e bem, ele tinha como por obrigação de ter se salvado também.

— Gabriel... — Ouvi a voz de Rafael chamar pelo amigo.

— Hum? — Foi o único som que o outro emitiu.

— Você acha que... De alguma forma, ele pode ter sido decapitado? — Completou. Era notável um choro embargado em sua voz.

— Realmente eu não sei, cara! Eu não consegui ver nada... Foi tudo muito rápido. — Respondeu o loiro de cabelos encaracolados. — Prefiro pensar que pode ter acontecido quelquer outra coisa, menos isso.

Engoli em seco.

Se algo tivesse acontecido com Miguel, eu jamais iria conseguir seguir em frente. Apesar de tudo que nos havia acontecido nos últimos dias, eu nutria um grande carinho por ele. Seria inaceitável perder alguém tão especial de forma tão trágica.