Batalha Dos Imortais VII

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***Gabriel

Lentamente, Pavel desceu em direção ao solo. Havia vestígios de sangue seco por todo o seu rosto e colo, provavelmente por conta do ferimento que eu havia o causado mais cedo em sua face, mesmo assim, ele não abria mão de seu sorriso cínico.

Quando seus pés tocaram o chão, os vampiros recém criados ainda restantes, voltaram a atacar todos os meus amigos que estavam ao redor. Outra carnificina se iniciou.

Suzana ainda se encontrava desesperada, ajoelhada próximo ao corpo inanimado do filho. Ela tentava fazer com que o filho desse algum sinal de vida, porém, seus esforços eram em vão.

— Estão vendo só? Vocês não podem contra mim. Como puderam depositar a sua fé em alguém tão medíocre e fraco quanto esse garoto estúpido?! — Perguntou o mago, olhando de mim para Plínio.

Meu parceiro tinha os punhos cerrados. Seus grandes olhos de esmeralda, estavam ainda maiores que o de costume. Ele estava tão chocado quanto eu... Eu me perguntava em pensamento, qual seria o nosso próximo passo. A batalha parecia estar totalmente perdida.

Em meio a toda sua dor e desespero, Suzana, gritou a todos pulmões:

— Não fale assim do meu filho, seu crápula!!!

— Suzana, minha querida, aceite os fatos: acabou! — Pavel abriu um sorriso ainda mais largo. — Só me resta, agora, aplicar o golpe de misericórdia! Deixe-me acabar com o sofrimento de seu querido filhinho.

Com os dedos indicador e médio da mão direita unidos, o homem girou o punho com leveza e apontou para o rapaz nocauteado no chão.

— Isso caba aqui... Agora! — Concluiu.

— Primeiro terá que passar por mim! — Me assustei ao ouvir a voz de Plínio alterada.

Quando olhei para o lado, vi meu parceiro dar alguns passos à frente, bloqueando a visão de Pavel, impedindo assim, que ele acabasse de uma vez por todas com Thales.

— Amor... — Sussurrei. Senti como se uma bola de golfe estivesse presa em minha garganta. — Não...

— É isso mesmo que você quer?! — Perguntou Pavel. — Nem o garoto que vocês tanto superestimavam foi páreo para mim... O que um reles mago de quinta poderia fazer que ele não fez?!

— Quer pagar para ver? — Provocou-o meu parceiro.

— Por favor... Não... — Sussurrei novamente.

Me dando conta de que não conseguiria aumentar o tom da minha voz, apenas caminhei em silêncio, me posicionando ao lado de Plínio. Eu não era nem louco de deixar a pessoa mais importante de toda a minha existência, enfrentar aquele homem sozinho. Eu ficaria ao lado dele, até o meu fim, se assim fosse preciso.

— Ora, ora! Quem temos aqui!? — Pavel me fitou com desdém, de cima a baixo. — Vejo que ainda não virou fumaça, seu moleque atrevido! Veja o que fez com meu rosto! — Ele apontou para a própria face por fim, mostrando o ferimento que eu havia o causado mais cedo.

Tentando não demonstrar mais qualquer fraqueza, embora eu estivesse bastante inseguro quanto uma vitória, resolvi entrar no joguinho de provocações daquele homem:

— Isso foi só uma pequena amostra do que eu posso fazer. Ainda quer arriscar? Sei muito bem que, mais cedo ou mais tarde, essa mordida vai matar o corpo de Travis. Por que ainda resiste e insiste em lutar contra um fracasso eminente? Seu fim já foi decretado!

O Belo e O Fera: Herdeiro do Mal; Batalha dos Imortais [Livro 4]Onde histórias criam vida. Descubra agora